O Livro Do Fogo O Nascer Das Chamas

II

O castelo era ainda mais bonito por fora do que era por dentro. O dia estava ensolarado e o mercado estava bem movimentado, o pátio tinha um formato de U onde se distribuíam bancas que vendiam todo tipo de coisa desde roupas e sapatos até espadas e escudos, no centro havia uma escultura gigante do Santo Becker suposto protetor divino de FánRóng, Fênix odiava aquela estátua, sabia que ao invés daquele santo farsante deveria estar um de seus ancestrais. A história de FánRóng era cheia de corrupção e guerras, pois aquelas terras sempre foram prósperas (daí vem o nome FánRóng que significa Prosperidade em chinês). Os Lee foram os primeiros protetores do reino, e os únicos a defenderem firmemente contra todtas as ameaças possíveis até os Kizoku chegarem, um clã viajante em busca de uma suposta paz, eles pregavam uma religião onde uma linhagem de guerreiros era considerada santa e que eram capazes de realizar milagres e o "santo" da vez era Sir Becker Kizoku, o grande guerreiro protetor da luz. Vários exilados e perdidos de outros lugares procuravam refúgio no reino onde o suposto santo operava seus milagres. Tudo andava bem até os Kizoku organizarem um golpe na realeza de FánRóng e quebrarem a aliança feita com os Lee de somente proteger o povo e não se envolver na política do local. Sobre regime dos Kizuko o povo do reino foi obrigado a seguir sua religião e seus costumes, os Lee nada puderam fazer, pois sabiam que as coisas acontecem por um motivo e que não poderiam interferir em nada na história (o que Fênix acha idiota até hoje). Vendo que os Kizuko não precisaram de nenhum tipo de violência para tomar o poder, os Lee ficaram nas sombras, observando, era melhor assim. Becker governou por muito tempo e as ameaças apenas aumentavam e sempre quem os protegiam eram os Lee.

Fênix estava pensando nisso tudo enquanto olhava para a estátua quando um guarda o chamou:

- Senhor Fênix, está tudo em ordem! Nenhuma briga entre o Sr Simas e a Sra. Olivia, nenhum roubo e nenhum sinal dos ladrões de ontem.

- Anh? - Disse Fênix levando certo susto - Ah sim! Os ladrões! Tenho que dar um jeito nisso, obrigado soldado.

- Senhor mais uma coisa que precisa saber.

- Diga homem e seja rápido.

- Senhorita Lawrence deseja ve-lo - O coração de Fênix bateu mais rápido.

- T-tudo bem, dispensando. - Disse Fênix enquanto sentia o rosto corar e se dirigia rapidamente para a banca de flores.

Lá estava Elizabeth Lawrence linda como sempre, usando um vestido verde e seu cabelo escuro preso por uma fita azul, usava também sua bolsa habitual marrom escura (que Fênix costumava chamar de bolsa Indiana Jones). A moça estava montando um grande buquê de flores brancas com toda maestria que aprendera de sua mãe. Fênix sabia que ela odiava aquele emprego e que preferia estar treinando com uma espada na floresta do que estar arrumando flores em uma barraquinha mas fazia por sua mãe que já era uma senhora. Fênix tossiu para chamar sua atenção.

- Queria me ver Elizabeth? - Disse ele enquanto a garota saía de seu trabalho delicado para olha-lo

- Ah Fênix! Vc veio! - Disse a menina levantado-se e dando um grande abraço em Fênix. - Eu encontrei!

Fênix perdendo um pouco ar devido ao abraço de urso

- Encontrou exatamente o que? - Falou quase sem ar no peito

- A fórmula! A fórmula que pode curar Edge!

A garota com lágrimas nos olhos se referia a Edge Lawrence, seu irmão mais velho que enlouquecera depois da Grande Guerra. Fênix sabia pouco de Edge, o viu apenas duas vezes uma antes da guerra e outra após, era perturbador como ele gritava em desespero que seus amigos estavam morrendo e ele não podia se mover, Edge foi um dos melhores amigos do pai de Fênix e um dos únicos sobreviventes da guerra.