Não, isso não pode estar acontecendo comigo! - Estou na minha sala encarando o advogado da minha sócia, que nunca conheci, tentando digerir o fato que ela é a falecida esposa do homem que destruiu minha vida.
Sinto o olhar dele sobre mim. O choque em seu rosto é perceptível, mesmo que este mantenha uma atitude complacente. Ele não está de acordo com isso, eu tenho certeza. E isso me deixa inquieta.
O advogado acabou de nós informar que a herança, pela qual ele me trocou, foi deixada sobre minha supervisão para lhe ser entregue, só após ele trabalhar um ano comigo. Aposto que nesse exato momento ele está planejando mil maneiras de acabar comigo.
- Isso só pode ser uma brincadeira de mal gosto! - encaro o advogado, que sorri.
- Sinto muito senhorita Malta mais o último desejo da senhora Aguiar foi muito claro. O senhor Aguiar deve trabalhar para senhora por um ano e após esse período vai ser decidido se ele recebe ou não o dinheiro.
- Você não pode simplesmente entregar o dinheiro, para que ele volte do lugar de onde saiu? - Digo já sabendo a resposta, mas a esperança é a última que morre.
- Não, não posso! Se a senhora se negar a cumprir a sua parte o investimento feito pela falecida senhora Aguiar em sua empresa será retirado, e o valor que a senhora usou até agora devolvido. -Ele faz uma carranca, por ter que explicar tudo outra vez.
- O que foi? Está com medo de mim? - Ele se pronuncia pela primeira vez desde o choque que foi o nosso reencontro e a descoberta que sua falecida esposa era minha sócia investidora. Minha vontade é a de arrancar o seu sorrisinho cínico. Ainda não sei como algum dia fui apaixonada pelo homem que agora está parado à minha frente. Idiota é a palavra que define a antiga Fernanda.
Cheguei mesmo a achar que ele largaria tudo pra ficar comigo há oito anos atrás. Guardo uma lembrança eterna da noite que ele me deixou. A raiva que eu estava sentindo finalmente explodiu.
- Medo? Minha vontade é a de te mandar para o inferno com minhas próprias mãos. - Digo exasperada. Ele sorri mais ainda.
- Vejo que continua nervosinha? Lembro que eu adorava isso em você! - Sério isso. Olho para o advogado que parece sem graça.
- Eu posso matar ele agora e alegar legítima defesa? - Produção, já podem trazer o saco de corpos, é hoje que eu mato esse homem!
- Sinto muito, mas não senhora. - ele está tentando segurar o riso.
- Qual é Dione? - Antes que eu possa pensar direito dou um tapa no rosto dele. Se antes eu estava sentido raiva agora estou furiosa.
- Como você ousa me chamar por esse apelido ridículo. Quem pensa que é? - Ele está com a mão no lugar onde eu bati, me observando com olhos friamente cautelosos.
- Você me bateu? Antes você gostava que te chama-se assim! - Sua voz está surpresa.

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Fernanda - Série Orgulho
Roman d'amourA vida é engraçada ou não. Depende do seu ponto de vista. Ela é uma professora amarga. Ele era um fraco. Era isso que Pedro Aguiar pensava sobre si mesmo. Após a morte de sua esposa com quem havia casado somente para salvar sua família da falência...