Corvos do Imperador 2ª Temporada: O Aprendiz de Magia

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A principal forma de transporte do Império Akashi sempre foram as estradas, trilhadas a pé, cavalo e carruagem, navios, sejam aquáticos ou voadores dependiam muito do tempo, trens eram rápidos e baratos mas era difícil evitar salteadores. Ainda assim formas alternativas iam surgindo aos poucos e facilitando a movimentação e de praxe enriquecendo o império.

A semana passou como um borrão para Wolf, eles se preparou ao máximo, ainda se sentia um peso morto, a ferida na bochecha tinha se reduzido a não mais que um incômodo arranhão que se recusava a sarar, ele organizou a sacola de couro como pode, se preparou e repassou a identidade falsa na cabeça, era um comerciante, oriundo de uma província costeira. Ele e Avem entrariam na cidade, achariam um homem chamado de Arlequim, a partir daí Avem não revelou mais detalhes.

No dia da partida Avem chamou Wolf para uma conversa em particular.

- Eu não vou. - Ele olhava um mapa do mundo pregado na parede da sala do trono, ele mostrava Xerxes, Ilvemorny e Trenzalore: Os três continentes já explorados. Xerxes tomava o centro do mapa, ao seu lado se erguia o minúsculo Ilvemorny e ao leste se via um imponente continente selvagem, Trenzalore. Especulava-se que existiam terras inexploradas ao sul mas ninguém ia ao sul de Xerxes o bastante para partir de lá com um navio em direção a terras desconhecidas.

- Não vai para onde senhor?

- Não vou para Ien com vocês, surgiu um imprevisto que exige minha ação em outro lugar.

- Onde?

- A maior parte do problema está ai, eu não sei.

- Mas...

- Wolf, chega não temos tempo pra frivolidades. Quem vai com você é o meu irmão.

O queixo de Wolf caiu. Atlã era um homem grande, musculoso, tinha barba e cabelos da cor de árvores dos bosques, vestia roupas militares e armadura e estava sempre com espada a tiracolo. Não podia se parecer menos com um corvo, muito menos com um comerciante rico, em seus melhores dias ele parecia muito não parecia sequer um príncipe, qualquer um acharia que era um soldado escoltando a família real.

- Avem eu...

- Eu sei Wolf, mandaria você sozinho mas... Essa missão precisa de músculos, não os músculos de um corvo, nem mesmo seus músculos de caçador poderiam suplantar, eu poderia contornar isso mas como eu disse, sou necessário em outro lugar, veja bem, você vai ser o cérebro na operação, Atlã é um general nato, ele vai te pedir um relatório toda vez que não entender algo, vai deixar você falar, vai lutar na primeira oportunidade, você entende? - Wolf anuiu lentamente.- Precisa prever essas coisas, quando encontrar Arlequim, mostre isso a ele. - Avem entregou um livreto negro lacrado para Wolf. - Ele saberá o que fazer. - Avem fez uma expressão cansada. - Boa sorte amigo, sobreviva, traga meu irmão de volta são e salvo ou eu mato você. - E saiu.

Wolf se despediu de Max e logo depois de madame Elieda, o que levou a outro encontro com Serena em que ele acabou sem querer encarando ela sem dizer nada igual um completo aparvalhado. Nos portões ele ajeitou as roupas de Comerciante, calças vermelhas e camisa e jaqueta igualmente rubras, usava muito mais bagagem que de costume e ainda tinha uma arca cheia de peles curtidas que ele "venderia" na cidade de Ien. Atlã chegou na hora de partir, estava usando calças marrons e jaqueta branca mas ainda assim usava excesso de bagagem e trazia uma arca com armas cerimoniais.

- Hey Garoto Lobo. - Wolf suspeitava que diferente de Avem, o príncipe herdeiro o chamava assim porque não se acostumara com o nome Wolf, sempre soava estranho na sua voz grossa. - Vamos nessa então.

- Sim senhor. - Wolf suspirou por ver que apesar de tudo Atlã estava de bom humor.

- Nada de senhor, somos sócios agora, eu sou Quim e você Marcel. - Nomes costeiros. Wolf sorriu, Atlã tinha mesmo pesquisado, ele cortara os cabelos dos lados da cabeça e reduzira a barba a nas mais que um cavanhaque cor de cedro, a moda nas praias, isso ajudaria a disfarçar o rosto famoso do príncipe herdeiro. Wolf se perguntou quantas vezes ele tinha desejado viajar ao lado do irmão em uma dessas missões. Seus olhos brilhavam com uma felicidade quase infantil.

- Nossa carona chegou senh... Quim. - Wolf olhou o céu, uma sombra gigantesca se projetou sobre eles, o navio desceu dos céus, era pequeno e fino para um navio voador, feito para viagens rápidas, o balão de ar quente que o mantinha do no céu era pintado de púrpura, os estabilizadores eram enormes pás aos lados e embaixo do navio.

- Sim amigo, hora de partir.