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Do banco de carona olho para ele de rabo de olho. Felipe tem cabelos castanhos, olhos escuros e um bronzeado permanente. Até onde me lembro, era também conhecido como o "pegador do campus", na época que era somente um estudante. Morou um bom tempo na república de meninos, onde Lucas ainda mora.

Para minha surpresa sua casa não fica muito longe da minha. Mas não falo nada a respeito disso. Ele estaciona o carro. Pego nossa comida e tenho dificuldade de fechar a porta devido as minhas mãos ocupadas. Ele durge e fecha a porta para mim. Se fosse a antiga Vick, com certeza agradeceria, mas ela não existe mais.

Encaro sua simples casa. No entanto, o jardim bem cuidado me desperta atenção. A diversidade de flores é tanta que me sinto maravilhada no mesmo instante.

De tudo, de todos as coisas, a antiga Vick me deixou algo que chamasse atenção.

As flores, elas realmente me prendem.

--  bem-vinda ao jardim do Éden Vick -- diz Felipe passando por mim em direção a porta da sua casa. Eu não o sigo, fico observando o jardim. O perfume delas se misturam e exalam no ar.

Momentos depois volta. Atrás dele surge uma mulher dirigindo uma cadeira de rodas. Ele abre um sorriso para ela e juntos vêm em minha direçao. Sua mãe sorri para mim, seu sorriso é lindo. Seus cabelos assim como seus olhos, são iguais aos dele.

-- olá querida! Me chamo Mônica.

-- eu sou a vitória. Mas pode me chamar de Vick --  digo -- você tem um belo jardim.

-- agradeça ao meu filho. Ele que cuida para mim e me permitir vê essa linda visão todos os dias.

Felipe dá um beijo na sua bochecha. Mas permanece em silêncio. Depois se afasta dela e se aproxima de mim, tirando do meu braço a metade da sua comida. Ergue para sua mãe, que faz uma careta o fazendo rir.

- vai ficar para o almoço querida?- pergunta Mônica.

Olho para a Felipe, que continua comendo.

- Muito obrigada pelo convite, mas preciso voltar para casa.

- não sabia que você tinha o hábito de agradecer - Felipe enucia irônico.

-- só com as pessoas que merecem - digo duramente. Sua mãe olha para mim com uma expressão divertida.

- fique tranquila, Ana não vai demorar muito e meu filho te deixará em casa - balanço minha cabeça em confirmação.

Observo Mônica entrar novamente na sua casa.

- então você gosta de flores - comenta. Não respondo, somente encaro a visão do jardim na minha frente. Ele sorri para mim.

- venha, você não merece ir embora sem conhece-las pessoalmente - me puxa pelo braço, levando pelo lateral de sua casa - estou com a semente da amendoeira para serem plantadas e essa é uma excelente época.

Entramos dentro de pequeno um almoxarifado. Há várias mudas ao redor. Ele se desprende do meu braço, e o anda até os fundos. Curiosa e fascinada o acompanho.

- essas são as amendoeiras. Minha mãe faz questão que elas estejam no seu jardim.

Observo atentamente seus movimentos. Ele se vira e pega dois aventais na mesa. E algumas ferramentas. Joga um para mim e me entrega algumas sementes. Saímos do almoxarifado e paramos em um pequeno quadrado.

- preparei esse local semana passada. Amendoeiras é uma das minhas favoritas. Não vejo a hora de vê suas flores.

Observo se abaixar na terra. Com sua pequena pá, faz um pequeno buraco e depois coloca a semente.

Através do Seu Amor (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora