Capítulo 20 - Amanhã

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Pela estrada no meio da noite e sem destino eu conduzo como se fosse uma máquina, só conduzo e nem penso em mais nada exepto em ficar o mais longe possível de tudo e todos. 5 horas sem parar foi o limite, exepto para encher o depósito claro mas assim que avistei um sitio seguro para dormir eu parei, tive de pagar o dobro para deixarem o Shadow ficar comigo no quarto mesmo estando a falar de um hotel muito barato e sem qualquer conforto.

No quarto dei comer e água ao meu amigo e fui tomar um banho, depois caí na cama e dormi até às 11 da manhã. Assim que acordei levei o Shadow à rua para fazer as necessidades e comprar um café e regressei para analisar a pasta que estava dentro da minha mochila.

Sentada na cama eu comecei a analisar tudo o que via, existem fotos minhas, dos meus pais e da minha mãe com o Henri Andersen e ao que parece estão muito íntimos. Existe uma certidão de nascimento minha, um extrato de uma conta bancária em meu nome e da minha mãe com muito dinheiro mesmo e existe um relatório que a polícia fez sobre o acidente do meu pai. O que é que se passa? Porquê Zane tinha uma procuração minha pronta para eu assinar?

Primeiro que tudo eu tenho de encontrar um sitio para ficar, não posso ficar aqui com um cão. Guardei as minhas coisas, paguei o quarto e fiz o reconhecimento da pequena vila, parei num supermercado para comprar comida para Shadow e na entrada vi um mural onde as pessoas colocam anúncios de todo o tipo, trabalho, workshops, feiras e um destinava-se ao aluguer de um pequeno anexo com um quarto, casa de banho e sala com kitchenette, anotei o contacto e assim que paguei as compras liguei e combinei passar dr imediato para ver o local.

Quando cheguei na morada eu pensei que me tinha enganado porque era uma oficina para automóveis, saí do carro e tentei saber se alguém sabia do anúncio...

- Boa tarde, posso ajuda - la?!

- Eu procuro um anexo para alugar mas a morada parece estar errada.

- Não, a morada está certa, eu vou chamar o meu chefe!

Vejo o rapaz desaparecer para procurar alguém e regressar logo de seguida com um homem com os seus 40 anos, corpo bem feito, aparência cuidada, bonito até!

- Boa tarde eu sou o Jack!

- Eu sou a Ashley!

- Foi comigo que falou à pouco, continua interessada no aluguer?

- Sim, mas antes preciso saber se existe algum problema em eu ter um cão.

- Não por mim tudo bem desde que a Ashley assuma as suas responsabilidades como dona!

- Claro que sim, vamos?

Fomos ver o anexo, ele ficava por trás da oficina junto à casa de Jack, existia uma linda casa com relvado à volta e à direita um pouco afastadas estada o anexo pintado de branco com janelas azuis que faziam lembrar uma casa de bonecas, tinha a cozinha equipada e era bem iluminada pela luz que entrava nas janelas, no quarto tinha uma cama com roupeiro e na sala um sofá e pequeno móvel para a tv. Fizemos acordo e depois de tudo bem explicado fui buscar o Shadow ao carro e apresentei ele para todos, incluindo Peter o filho de Jack que tem apenas 16 anos e adorou o meu amigo. Levei a minha mala para dentro e saí de novo para comprar comida, um conjunto de lençóis e almofada que por enquanto basta, a casa fica perto de um supermercado e também de uma pequena praia.

Depois de regressar com as compras saí para correr um pouco, até agora tenho o telemóvel desligado e vou manter ele assim até ser necessário. Amanhã irei ao banco saber da minha conta bancária que eu nem sabia da existência. Mas por hoje eu vou regressar a casa para um bom banho e jantar.

Eram 21 horas quando alguém bateu à porta...

- Boa noite Jack!

- Boa noite, eu só passei aqui oara saber se está tudo bem?!

- Sim estamos bem obrigado.

- Bem então durmam descansados.

- Obrigado, vocês também Jack!

De manhã bem cedo tomo o pequeno almoço e saio, deixo o Shadow no jardim da casa com autorização de Jack e vou até uma sucursal do meu banco. Depois de falar com um dos funcionários eu consegui descobrir que está conta foi aberta por Henri Andersen e todos os meses ele faz uma transferência com a mesma quantia e no mesmo dia. Uma conta que possibilitaria de viver o resto da vida sem trabalhar mas que obviamente eu não tocarei nela.

Ligo para a empresa do Sr Andersen e marco um almoço para depois de amanhã num restaurante bem conhecido, tive de inventar que era uma investidora muito interessada em negociar com ele e a sua secretária conseguiu marcar esse almoço para nós.

A caminho de casa vejo Peter com um grupo de rapazes que parecem estar a bater nele, saio do carro e aproximo-me, um deles mandou - me afastar mas como é óbvio eu fiz o contrário e dei uma lição neles, pelo menos vão ficar com algumas marcas no corpo.

- Peter estás bem?

- Eu estou bem! - ele parece irritado comigo.

- Porquê que eles estavam a bater-te?

- Nada de mais são assuntos meus! - ele pega a mochila do chão e começa a afasta-se.

- Espera Peter!

- Espero que não contes isto ao meu pai!

- Eu não conto se aceitares beber um sumo comigo ali na esplanada! - Tenho de chegar a ele de outra forma.

- Tudo bem! - ele sorri e caminha ao meu lado até à cafetaria.

- Onde foi que aprendeste a lutar assim Ashley?

- A minha mãe é  professora de artes marciais, fui militar, guarda costas, pratico boxe... enfim coisas de mulheres - ele ri com o comentário.

- A minha mãe não era assim, ela era uma florista muito tranquila e pacífica!- ele respira fundo e olha para o chão - ela morreu há 6 anos.

- Lamento muito, mas porque é que aqueles rapazes estavam a bater-me?

- Já faz tanto tempo que nem sei o motivo!

- Peter eu podia ensinar-te a te defenderes e como pagamento do cuidas do Shadow quando estiver fora!

- Sério mesmo?

- A sério, mas atenção quero que fales com o teu pai primeiro!

- Sim Ashley, eu falo com ele logo.

Bebemos o sumo e regressámos a casa, sempre vejo os olhos dos funcionários da oficina quando chego mas eu não dou importância. Como ainda era cedo acabei por sair com Shadow e levei-o à praia e Peter veio comnosco também.

 Como ainda era cedo acabei por sair com Shadow e levei-o à praia e Peter veio comnosco também

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