Cap. 6 - Holding your hand.

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07:30 a.m

* Joe On *

Por um momento, ficamos em silêncio. Um silêncio perturbador. Durante um minuto, Demi desviava o seu olhar dos meus olhos e olhava para sua mãos, nervosa. Então, ela decidiu quebrar aquele silêncio maldito de " estraguei tudo " :

- Mas eu não estou sem você, tecnicamente...
- Eu quero dizer... Bom, eu acho que você entendeu.
- Sim, mas... Eu não estou sem você. - ela repetiu, olhando fixamente para os meus olhos. - Eu estou muito mais feliz do que eu já estive, Joe. Eu estou saudável, eu me sinto bem e eu tenho sua amizade ainda.
Demi repetia isso com uma expressão facial bem verdadeira, mas dava para ver pelo seu olhar que ela estava falando da boca para fora. Meus pensamentos foram embora quando eu a ouvi sussurrando:

- Ainda. - uma lágrima desceu pela sua bochecha e eu me espantei na hora. Naquele momento, eu pude ouvir o meu coração se quebrando. Ver Demi chorar me dói tanto... Eu só quero ser o motivo da alegria dela.
- Dems? - eu disse, segurando a mão dela. Ela olhou para as nossas mãos entrelaçadas, fechou seus olhos com força e soltou a minha mão com um movimento brusco, limpando a lágrima que escorria pelo seu rosto logo em seguida.
- Joe, eu... Preciso ir. - ela disse. Oh-oh, eu já sei como essa história termina. Ela vai embora e nunca mais nos vemos, mas dessa vez não vai ser assim. Eu não vou perdê-la de novo pela minha estupidez.
- Ahnn... Ok, eu abro a porta para você. - eu disse.
- Ok, obrigado. - ela agradeceu. Demi pegou sua bolsa, calçou seus sapatos esperou eu abrir a porta. Ela saiu e parou na minha frente para se despedir.
- Ahnn... Obrigada pela noite e por essa manhã também. - ela disse sorrindo, me fazendo sorrir também. Nós nos abraçamos e eu pude sentir o coração de Demi batendo forte. Eu também tinha certeza que ela conseguia sentir o meu, que parecia que iria explodir. Fechei os meus olhos com força, com minhas duas mãos abraçadas na cintura dela, e tudo que eu podia pensar era: Fique comigo. Não vá. Por favor. Eu te amo...
Quando nós nos separamos, Demi deu as costas para definitivamente sair da minha frente, mas eu segurei seu braço, dizendo:

- Demi, espera.
- Oi? - ela perguntou se virando para me fitar.
- Não vamos perder o contato, por favor. Ontem foi muito divertido, e eu senti muita falta disso.
- Eu também. - ela disse, quase em um sussurro. - Mas, não se preocupe! Não perderemos o contato.- eu sorri para ela que retribuiu o sorriso na hora. Ela se virou e foi embora. E eu a admirava entrando no elevador, agora que a eletricidade já havia voltado. Ela não mudou nada. Continua a mesma princesinha. E principalmente, continua mexendo comigo. Com os meus sentimentos.
Assim que a porta do elevador se fechou e eu não podia mais vê-la, fechei e tranquei a porta da minha casa. O meu primeiro pensamento foi ligar para o Cole para contar tudo o que havia acontecido, por que eu sabia que ele iria me cobrar depois. Mas, em vez disso, achei melhor falar com ele pessoalmente. Mandei uma mensagem para o Cole perguntando se ele estava em casa. O mesmo respondeu que sim e então o avisei que eu estaria chegando lá em poucos minutos. Tomei um banho frio e rápido, vesti uma roupa confortável, sai do meu apartamento e peguei meu carro na garagem. Dirigi até a casa de Cole, que não era tão longe assim. Cole morava com a sua mãe. Seu pai tinha saído de casa quando ele tinha sete anos, o que explica a rebeldia dele. Não tinha um relacionamento muito bom com a sua mãe, mas a mãe dele era muito gentil e sempre gostou de mim quando fiz amizade com o Cole.
Toquei a campainha da casa de Cole e quem atendeu foi a mãe dele, que aliás, seu nome era Marisa:

- Olá Joe! - ela me disse sorrindo e me abraçando.
- Oi dona Marisa! Desculpe vir aqui tão cedo, mas eu preciso conversar com o Cole.
- Claro querido, entre e por favor, não me chame de " dona Marisa " . - ela disse dando um riso leve, me fazendo rir também. Ela me disse que Cole estava no seu quarto, então, eu subi as escadas rapidamente e bati na porta:

- Mãe, me deixa em paz! - Cole gritou pensando que fosse Marisa.
- Eu acho que essa voz que está falando com você agora não parece muito feminina. - eu disse, debochando.
- Aaaaah, entra Joe! - ele gritou, rindo.
Entrei e logo em seguida fechei a porta. Cole estava sentado em sua cama, mexendo em seu celular. Sentei ao seu lado e eu disse:

- Dude, que noite.
- Joe, desse jeito parece que você transou com ela. - Cole disse com uma cara maliciosa.
- Cole, menos, bem menos. - eu disse sorrindo de lado.
- Então, vamos para a parte que interessa. Você beijou ela?- Cole perguntou.
- Claro que não, Cole. Enlouqueceu? - eu perguntei incrédulo.
- Porra, Joe! Você não gosta dela?
- Eu amo ela.
- Sim, eu sei e todo mundo sabe por que isso está bem estampado na sua cara de bobo apaixonado. - Cole disse batendo a sua mão no meu rosto, sem delicadeza.
- Cole, eu não posso chegar e colocar toda essa pressão na Demi. Eu preciso me aproximar mais dela calmamente e deixar que o tempo defina o próprio tempo.
- Cara, vai se fuder, eu estou mais perdido agora do que resolvendo problemas de matemática. - Cole disse, me fazendo gargalhar:
- Humanas, deixa eu te explicar. - eu disse em um tom de humor. - Eu estou tentando me aproximar mais da Demi para ficar mais fácil quando eu confessar os meus sentimentos para ela. Entendeu?
- Sim, mas... - Cole disse.
- Lá vem esse seu " mas ". - eu disse, revirando os olhos.
- Cala a boca, Exatas. - Cole disse em um tom de humor. - Como vai se aproximar dela?
- Não vou perder o contato com ela e essa nossa " noite juntos " não foi a última, pode ter certeza. - eu disse, fitando o chão.
- Mas, quando conseguir se aproximar mais dela, como vai expressar os seus sentimentos? - Cole perguntou como uma criança quando pergunta para os seus pais de onde os bebês nascem.
- Eu não tenho como dizer isso, Cole. Essas coisas acontecem naturalmente. Mas, na verdade, eu meio que dei uma dica sobre o que eu sinto por ela.
- Como assim? - Cole pergunta, prestando muita atenção em mim.
- Hoje de manhã, eu perguntei para ela se ela estava feliz sem mim. - eu disse, ainda olhando o chão.
- É sério que você perguntou isso? E o plano de se aproximar calmamente? Isso é " não botar muita pressão "? - Cole perguntava com um tom irônico que as vezes me deixava louco.
- Cole, você está fazendo tempestade em copo d' água. Eu não vou passar todo esse tempo de aproximação sem tentar fazer absolutamente nada. Eu preciso saber se ela me ama também.
- E depois que você perguntou isso, o que ela respondeu?
- Ela disse que não estava sem mim tecnicamente.
- E você sentiu que ela ainda te ama  depois dessa resposta? - Cole me perguntou se achando o cupido.
- É muito pouco, eu ainda não tive tempo de analisar direito. Não tenho muito material. Mas eu vi nos olhos dela a ternura e ela chorou.
- Ela chorou? - Cole me perguntou, sem acreditar.
- Sim. E isso me doeu tanto...
- Oh man, eu acho que ela ainda te ama tanto quanto você.
- Eu espero.

* Joe Off *

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NOTAS DA AUTORA 💜 :
Olá amores! Espero que tenham gostado! Para quem não sabe, as vezes eu gosto de colocar algumas palavras em itálico para poder dar ênfase e para fazer vocês perceberem que elas são importantes, apenas explicando, ok? Beijooos!

Let Me Love You (Jemi)Where stories live. Discover now