Primeiro ato - CENA I

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VOZ DE AMARILDO – Romão! Romão!

ROMÃO (parando) – Quem me chama?

VOZ DE AMARILDO – Onde está você?

ROMÃO (à parte) – É a voz de Amarildo. (Alto) Estou aqui, na praça.

AMARILDO (entrando) – Ah, afinal te encontrei. Aonde você vai?

ROMÃO – Não está vendo? Vou pescar.

AMARILDO – A está hora?

ROMÃO – Pra pescar qualquer hora serve.

AMARILDO – E pra que duas varas?

ROMÃO – Uma é pra você. (Dá uma vara a Amarildo).

AMARILDO – Como é que sabia que eu vinha?

ROMÃO – Vi logo que estava doido por uma pescaria.

AMARILDO – Por quê?

ROMÃO – Pensa que não vi você catando minhocas para encher essa latinha aí? Vamos indo.

AMARILDO – Vamos. Aqui é perigoso ficar.

ROMÃO – Perigoso por quê?

AMARILDO – Aqui é o centro da cidade. Lugar dos gatos brancos. E nós somos gatos amarelos.

ROMÃO – A cidade é de todos os gatos.

AMARILDO – E ainda estamos bem em frente do palácio da Rainha Gata Braca.

ROMÃO – E o que é que tem isso?

AMARILDO – Os gatos brancos não gostam de nós. Eles jogam pedra na gente com suas atiradeiras.

ROMÃO – Eu também sei jogar pedra com atiradeira.

AMARILDO (assustado) – Psiu! Vem gente aí. Isto é, vem gato aí. Vamos nos esconder. (Arrasta Romão para um canto escondido).














Romão e JulinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora