CAPÍTULO 05

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— Por que você fez isso? — Eu gritava para a pessoa na minha frente. Entretanto não conseguia enxergar seu rosto.

— Ela sabia demais. — Ouvi dizer. Meus olhos se arregalaram diante da resposta.

— Isso não te dava o direito.

— Agora não interessa mais. Você terá o mesmo destino.

Um sentimento de pânico atravessou o meu corpo. Girei-me rapidamente e comecei a correr, porém senti suas mãos grudarem em meus cabelos, eu caí devido a força que me puxou para trás. Logo começou a me arrastar pelo chão.

— Não! — gritava tentando me soltar. — Pare! — eu passava por vários objetos e tentava me agarrar a eles, mas nenhum conseguia suportar a força e quebrava ou meus dedos escorregavam. — O que vai fazer comigo? — o desespero tomou conta de mim, não queria ter aquele trágico fim.

A resposta não veio. Fui jogado dentro de um quarto onde a porta foi trancada, havia uma janela de vidro do qual tentei quebrar, mas era impossível. Vi a pessoa se mover e pegar um barril com um líquido. A mesma começou a jogá-lo por todo o local, o odor de gasolina fez minhas narinas arderem.

Meus olhos se esbulharam ao perceber o que iria acontecer, meus batimentos cardíacos se aceleram mais ainda. O suor escorria pela minha têmpora, os pelos do meu corpo estavam arrepiados e a respiração ofegante. E assim, ele fez o que eu mais temia. Ligando o gás do fogão a pessoa sacou do bolso um isqueiro, acendeu-o e jogou no líquido. O lugar rapidamente pegou fogo, vi-o fugir e me deixar ali para morrer.

Me debati tentando sair, sem sucesso, olhei desesperado para as chamas. Aquele era o meu fim, e com esse pensamento o local todo explodiu em chamas.

***

Acordei naquele dia mais cansado que o normal, não entendia o porquê de meu corpo estar tão tenso. Eu ainda estava com uma jaqueta de couro e de tênis na cama. Olhei ao redor, tudo estava como antes. As meninas provavelmente estavam vendo tv.

Lembrei-me que na noite do dia anterior havíamos resolvido ir para uma boate. Tive uma vaga de lembrança de que apenas havia me jogado na cama depois que chegamos.

Levantei-me e uma baita dor de cabeça me atingiu fazendo com que eu me sentasse de novo.

— Ai... que droga... — resmunguei levantando novamente e indo até o banheiro tomar um banho e escovar os dentes.

De banho tomado e dentes escovados, andei em direção à cozinha e vi Carmem comendo sozinha.

— Onde está Alícia?

— Foi para casa...

— Porque? — questionei preocupado pegando uma torrada para comer e me sentando à mesa.

— Ela sempre fica assim nessa data.

— Como assim?

— Foi o dia que nossa mãe morreu...

— Ah.... Sinto muito... — disse envergonhado.

— Não, tudo bem. Já faz muito tempo... — seus belos olhos verdes se concentraram no teto. — Amanhã ela aparece aqui, não se preocupe.

— Hm... — murmurei tentando conter minha curiosidade. — Mas ela vai ficar bem mesmo?

— Sim. Ela tem que superar também... — Carmem ficou em silêncio.

Meu corpo se coçava querendo saber o que houve com a mãe delas, mas seria falta de educação perguntar.

A ruiva olhou para mim e começou a rir, fiquei confuso e comecei a me limpar pensando que minha cara estava completamente suja.

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⏰ Última atualização: Nov 01, 2016 ⏰

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