Prólogo

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- Eu vejo você... sigo você no mais obscuro do teu pesadelo, sei de cor cada poro do teu medo. Deito-me na sua cama, respiro o teu ar, sou nocivo, sou cruel, adoro atingir os meus sórdidos objetivos. - sua sombraJB.

Aquela já era a quarta carta anônima que recebia, a cada dia era uma diferente. Era estranho e assustador receber cartas de um desconhecido no qual você não faz a mínima idéia de quem seja, até parecia uma brincadeira de mau gosto, por mais que tentava convencer a mim mesma de que era apenas uma brincadeira, meu medo aumentava, deixei até de ir a faculdade, de sair nas noites frias como costumava fazer. Tinha alguém me perturbando, alguém querendo brincar comigo, de me pôr medo. Realmente essa pessoa estava conseguindo. Não sabia exatamente como essas cartas chegavam até mim, dormia, quando acordava elas já estavam ali, no mesmo lugar de sempre, debaixo da porta.
Ouvi meus pais gritarem por mim, estavam de saída para casa de minha tia-avó que descobrirá está com câncer de mama, desci rapidamente as escadas até o andar de baixo, onde encontrava-se Jen Foster e Elliott Foster, meus pais.

— Já vão? — Perguntei me aproximando dos dois que se mantiveram de pé.

— Sim querida, sua tia está mal com a notícia e pediu para que chegássemos o quanto mais cedo em sua casa. — Mamãe acariciava meus cabelos enquanto falava comigo. — Ela queria que você também fosse, mas você tem seus compromissos e não falte. — Ela sabia do meu medo em relação às cartas.

— Não vamos demorar muito filha, e espero ter você em casa quando chegarmos. — Papai pronunciou-se, ele sempre dizia isto, mas sempre demoravam a chegar.

Assenti lentamente e observei meus pais saírem para fora de casa, e entrarem em seu carro, uma Mercedes muito bem limpa e cuidada. Suspirei e entrei em casa, não costumava ficar ali sozinha, agora depois dessas cartas é que não ficaria mesmo. Subi as escadas e entrei em meu quarto, procurei por meu telefone e disquei o número já decorado por mim.
No segundo toque ela atendeu.

O que foi vadia, já sentiu minha falta? — Ela ria e ao fundo era possível ouvir um barulho que já sabia o que era.

— Você não tem folga mesmo, quando vai sair dessa vida?

Nunca meu amor, n-u-n-c-a. — Emma ria descontrolada no outro lado da linha.

— Emma você tem que parar, isso está acabando com a sua vida, você está piorando a cada dia. — Falei enquanto mexia em meu notebook, conhecia Emma com a palma da minha mão e sabia que ela não iria abrir a boca e me dizer onde estava.

Ah Kelsey para com isso, você que é filhinha de papai, não sabe o que está perdendo.

— Olha Emma, já conversamos sobre isso, não vou discutir mais uma vez com você, agora me diz, onde você está? — perguntei mesmo sabendo que ela não iria dizer.

Kelsey eu te amo, sabe disso, mas não vou dizer, eu vou curtir porque não é todo dia que isso acontece, tchauzinho. — depois disso, passei a escutar apenas "tu tu tu".

Bufei frustrada, Emma sempre fora minha melhor amiga desde quando me entendo por gente, eu a amo e me preocupo com ela. Maldita hora que Nathan apareceu na sua vida, apenas para destruir tudo o que ela havia construído. Emma tinha sua própria casa e tinha um trabalho fixo, hoje em dia ela não tem um emprego fixo, mas faz seus bicos para conseguir dinheiro, vai a faculdade e só sai para ir em festas ou bocas de fumo, Nathan é seu namorado, peguete ou sei lá e só a levou para o pior caminho, hoje ela não quer mais sair.
Olhei a tela do meu computador e havia um pontinho piscando, mostrando onde supostamente Emma poderia estar. Levantei num pulo e corri até meu banheiro, tomei um banho mais do que rápido e procurei uma vestimenta ideal para o lugar que provavelmente era uma boca de fumo. Depois de tudo já pronto e o endereço do lugar ser passado para o meu celular, desci as escadas e tranquei a porta principal, logo depois abandonando minha casa.

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