Before

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Dei conta de que já não era a primeira vez que acordava numa cama desconhecida. Mas a cama do Ashton era realmente confortável.
Pela primeira vez ele estava junto de mim, pacífico, a ler um livro. Remexi-me um pouco na cama para encontrar uma posição mais confortável para a minha mão dormente mas foi o suficiente para ele desviar o seu olha do livro para mim com rapidez.
Perguntou-me se me sentia melhor.
Uma pergunta difícil. Não quero ser igual a todas as raparigas que aparecem nos livros que não comem e se cortam até um rapaz dar por isso, ajuda-la com o seu problema, apaixonarem-se e viverem felizes para sempre. Não. Não é esse tipo de história que eu quero para a minha vida. Eu quero uma história calma , na qual ninguém me chateia e eu não chateio ninguém.
Ele volta a questionar-me e nessa altura apercebi-me que estava a divagar nos meus inúmeros pensamentos, mais uma vez.
"Sim, eu já estou melhor. Que horas são?" eu estava atrapalhada a tentar levantar-me da sua cama e sair daquela casa mas ele parecia estar estático, no rosto estava um sorriso meio para o estúpido mas isso não me impediu de levantar do sítio onde estava muito confortável e passar a minha mão pelos meus cabelos numa tentativa de os compor.
"Só estás aqui à cerca de meia hora." de certa forma senti-me aliviada. A hora de almoço estava a chegar ao fim e não iria ter tempo para comer uma refeição muito grande e estava cada vez a ficar mais proxima das quatro da tarde, o que significava que a minha audição para a claque da escola aproximava-se.
"Eu tenho de ir andando."
"Primeiro vamos almoçar. Vem." Ashton encaminhou-me para fora do seu quarto, penso, e levou-me para a cozinha onde estava uma senhora que, pelas suas roupas, deduzi que fosse a cozinheira.
"Menino Ashton, o almoço esta pronto. Quer que eu mande servir na sala de refeições?" a senhora parecia já estar habituada à presença de Ashton, coisa que eu não estava.
O que duas simples frases podem esclarecer sobre o tipo de vida de Ashton. Menino Ashton, o almoço está pronto. Quer que eu mande servir na sala de refeições? Eu fiquei espantada, devo dizer, não sabia que ele era aparentemente rico.
"Hoje eu vou comer aqui com a Stephanie, não se preocupe." a mulher sorriu e ficou menos tensa, talvez por não ter de preparar tudo para o nosso almoço nessa tal sala de refeições.
"E, menino Ashton, antes que me esqueça os seus pais chegam hoje da viajem ao Mexico." as minhas duvidas confirmaram- se, o Ashton a meu ver é rico.
"Ainda bem, tenho de falar com eles sobre a Lauren, tem andado com um comportamene miserável."
"Quem é a Lauren?" a curiosidade levou-me e eu tive de perguntar quem era essa tal de Lauren.
"A minha irmã. Sabes ela é bastante parecida contigo. Tu é que podias falar com ela para ver se ela ganhava juízo. Ela esta sempre a dizer que não lhe compreendem, talvez tu pudesses tentar." ele tinha dito aquilo como se fosse a melhor ideia que já tivera nos últimos tempos, mas eu não partilhava da mesma opinião.
Nesse instante a porta da entrada soa e uma rapariga entra pela cozinha.
"Puta nova Ashton?" a rapariga olhava para mim com desprezo e com ar de superioridade. Ela tinha me acabado de chamar puta. Mas eu ja estava habituada. O grupo do Ashton fazia questão disso.
"Não podes falar com as pessoas assim Lauren" ele repreendeu-a mas acho que não fez diferença.
"Eu falo como eu quero, com quem eu quiser. Mas já agora, Ashton, acho que estás com um gosto cada vez pior para escolheres putas."
Eu fiquei perplexa com o que aconteceu de seguida. O Ashton deu-lhe uma estalada. Ela não teve reação apenas saiu da cozinha sem dizer uma palavra.

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Mais tarde o motorista do Ashton foi colocar nos na escola. Ele não me falou durante o resto do dia. Nós tínhamos combinado isso. Nós tínhamos combinado encontrar nos todos os dias à tarde na biblioteca municipal para passarmos tempo e conhecer-nos melhor. Mas ao longo do tempo ele foi esquivando-se. Ele já não aparecia. Ele já não cumpria o que me tinha prometido. Ele já se tinha fartado da minha companhia. Ele já se tinha fartado de mim. E o pior nem era ele se ter afastado de mim. O pior era ele ter manipulado os amigos dele para me fazerem mal. Como hoje, por exemplo.
Eles prenderam-me num armário na escola e depois levaram-me para os balneários. Rasgaram-me as roupas e nas partes em que a minha pele ficou exposta escreveram nomes como "otaria", "feia" e por ai adiante. Eu queria que aquilo acabasse mas eles não. Eles estavam a sentir-se bem a fazer aquilo.
No final foram-se embora, como se nada fosse. Eu estava ali, no meio do chão a chorar que nem um bebé. Levantei-me e segui para casa. Os meus pais não estavam em casa. Ainda bem. Fui tomar banho mas a tinta da caneta com que escreveram na minha pele era permanente e foi em vão tentar apagar aquilo. Foi então que passei pelo espelho do meu quarto e vi que sou realmente aquilo que estava escrito em mim. Eu sou horrível.

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Hey girls!
Eu sei, eu sei, desculpem-me!!!
Mas eu estive muito atarefada com a escola e com outros problemas familiares e não consegui mesmo atualizar.
Eu até podia ter atualizado mas não ira ficar como eu queria que ficasse.
MASSSS cá está!!!!
Espero que gostem e comentem por favor!!!!
Vou tentar atualizar mais rápido para a próxima.
Digam-me o que estão a achar da história e do enredo.
Bjs Margarida

Fat || Ashton IrwinOnde histórias criam vida. Descubra agora