Depois de Beatrice Lee sofrer um acidente e perder a memória, terá de passar por muitas coisas para retomar sua vida normal. Inclusive, ser reconquistada pelo seu namorado, Shawn Mendes.
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"Não, Não! BEATRICE, NÃAAO!"
- Shawn, acorda – Minha mãe diz desesperada sentada na ponta da minha cama.
- O que aconteceu? – Perguntei assustado passando as mãos pelo meu rosto.
- Você teve um pesadelo querido – Ela pegou minha mão – Você está gelado, está tudo bem?
- Eu to bem, só... estou preocupado com ela.
- Sinto muito por você estar passando por isso, mas vai ficar tudo bem, não se preocupe – Ela apagou o abajur e me cobriu – Eu te amo.
- Também te amo, mãe.
[...]
Sábado à noite, é dia de não fazer nada, – apenas ficar descansando ou sair por aí para fazer algo e voltar tarde da noite - bom, pelo menos era. Minha nota em Física diminuiu mais ainda e estou cheio de trabalhos de recuperação para entregar na próxima semana, mas não faz diferença, eu não sairia se as folhas em branco não estivessem esperando por mim na minha escrivaninha, não tenho saído tanto de casa.
Já fiz metade de tudo que o professor pediu, minha mão se rendeu após ter uma "quase câimbra". Coloquei as folhas para o lado e desliguei o computador. Já são 11h10 P.M, já está tão tarde assim? Minha mãe já deve estar dormindo, eu deveria sair, e terminar tudo depois.
Coloquei um moletom e desci as escadas sem fazer barulho, peguei as chaves do carro e sai de casa. Entrei no carro, dando partida no mesmo.
[...]
- An... Com licença – Me aproximei do balcão – Posso visitar alguém agora?
- É meio tarde, não acha? As visitas costumam ser pela manhã ou à tarde. – A enfermeira grampeou alguns papéis e me olhou fixamente erguendo uma sobrancelha.
- Não vou demorar. Eu preciso, mesmo.
- Certo. – Ela me dá um adesivo escrito "Visitante", colo o mesmo em meu moletom e ando até o final do corredor, abro a porta e entro, fechando a mesma ao entrar.
A olho de longe e mil coisas vem na minha cabeça, me distraio por alguns minutos. Logo ando até a cama um pouco espaçosa onde Beatrice está deitada, a olhei por alguns segundos e me ajeitei ao seu lado sem movê-la tanto. Ela estava coberta com um lençol, coloquei o mesmo de canto, logo o trazendo de volta. Logo, ele cobria nós dois.
Por que eu estou fazendo isso? Bom, eu andei pensando sobre milhares de coisas nessa última noite, e mesmo sabendo que ela vai ficar, não posso deixa-la sozinha aqui. Se acontecer algo, eu passarei os últimos momentos ao lado dela.
Mesmo com a janela fechada, era como se algum vento entrasse no quarto, era frio, e lá fora estava mais ainda.
Logo peguei no sono ao lado dela, mais rápido do que se eu estivesse sozinho.
[...]
Acordei com alguém mexendo meus braços, a cama não era tão espaçosa assim, então pelo susto acabei caindo da mesma. Assim que me levantei dei de cara com um homem de jalecos brancos, pele escura e olhos castanhos, estava parado na minha frente. Esfreguei meus olhos e olhei para o relógio que havia atrás do tal doutor. 04h17 A.M.
Droga.
- O que estava fazendo dormindo aqui, com uma paciente? – Ele ajeitou os óculos.
- Me desculpe, eu já ia embora mas acabei pegando no sono – Respondi – Eu já vou.
- É, faça isso.
Voltei para perto da cama e olhei Beatrice, a cobri de volta e dei um beijo em sua testa. Sai do quarto, passei pela recepção e entrei no carro, fazendo meu caminho de volta para a casa.
Destranquei a porta da sala com o maior silêncio, ela rangeu um pouco, mas nada que pudesse acordar minha mãe, entrei e tranquei a porta atrás de mim, procurei o interruptor pelas paredes da sala escura, acendi os mesmos e minha mãe estava parada atrás de mim, com os braços cruzados. Tomei o maior susto quando me virei.
- Put* Merd... Mãe! – Coloquei a mão em meu peito devido ao susto e ela me encarou.
- Aonde é que você estava? Eu fui no seu quarto pra ver se estava tudo bem e você tinha sumido. – Ela andou em minha direção, sem descruzar os braços.
- No hospital!? – Respondi como uma pergunta.
- E o que faz você pensar que pode sair a essa hora e ir sozinho para o hospital?
- Na verdade eu não sai essa hora, eu fui à noite – Falei de uma vez, pressionei os lábios esperando pela bronca.
- Shawn...
- Mãe, desculpa. Sério, eu precisava vir.
- Você nem terminou seu trabalho e.. Quer saber? Esquece. Vai pro seu quarto e depois a gente conversa.
- Tudo bem, boa noite. – Subi as escadas e fui para o meu quarto.
Vou ficar de castigo? Sim. Me arrependi de ter saído? Não.
