Em busca do recomeço

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"O amor não prospera em corações que se amedrontam com as sombras."- William Shakespeare.

Capítulo 2

If I had it my way I would take you down If I had it my way I would turn you out And if my body had a say I would come again Scared of what I might say 'Cause I'm at the edge And our eyes are crossing paths across the room...

O som rolava no apartamento ao lado, fazendo minha cabeça doer. Giro na cama sentindo todos os membros do meu corpo se contrair de dor xingando baixinho. Remédios, preciso de todos. Me inclino sobre o criado mudo abrindo a gaveta em busca de um analgésico, em seguida o enfio na boca e engulo, no seco. O relógio indicava 11:00 pm, eu havia dormido bastante, a quantos dias eu não dormia? Suspiro colando os pés para fora da cama tocando o chão gelado, me encolho por um instante até me acostumar. Me arrasto para o banheiro deixando a roupa jogada pelo caminho. Ao chegar no banheiro me enfio debaixo da água quentinha e espero todos os músculos do meu corpo relaxar, passo loções por meu corpo e tiro em seguida finalizando o banho. Me enxugo na toalha fofinha e saiu em busca do meu celular, precisava fazer uma ligação.

Estaciono meu Audi vermelho em frente ao Starbucks vendo Mary com seus cabelos cacheados através do vidro olhando uma tabela de comidas. Depois de te-la tratado mau, tive a sensibilidade de ligar para ela e pedi desculpas, ela disse que estava tudo bem mas que só aceitaria se eu fosse tomar um café com ela. Bom, aqui estou, enfiada dentro de um jeans apertado, camiseta e uma jaqueta preta por cima. Meu cabelo amanhecerá tão rebelde que decidi fazer apenas um coque alto e pus um óculos para cobri meus olhos cheio de olheiras. Suspiro puxando minha bolsa e desço do carro o travando em seguida. Como eu queria está dentro do meu moletom e jogada no sofá de casa.

"Hey, finalmente você fez as pazes com o sol." Mary brincou ao me vê se aproximando. Ela tinha razão, desde que mamãe ficará doente o mundo ficou restrito para me, e depois que ela se foi o único momento que sair de casa foi para seu enterro, já no final da tarde.

"Na verdade estou aqui obrigada" reclamo a vendo revirar os olhos e me jogo na cadeira começando a ler a tabela, como se algo ali me interessasse. A cada palavra que eu lia só sentia vontade de vomitar novamente.

"Vou querer um café puro por favor" informo a garçonete, era o mínimo que eu conseguiria beber. Mary lançou um olhar me repreendendo.

"Você precisa comer" ela suspira. "Veja, consigo enxergar seus ossos." Ela bufa.

"Eu não me importo" digo apenas. E não me importava mesmo, estava tão exausta de viver, a morte seria ainda melhor do que ficar sozinha no mundo.

"Tudo bem" ela murmura em seguida levando seu copo de suco aos lábios. Baixei o olhar rodando o anel em meus dedos. O anel. Mamãe havia me presenteado em meu último aniversário, dezoito. Ele era de brilhante raro, mas isso não importava, o que importava era o simples gesto de lembrar. Sorriu fraco.

"O café." A garçonete simpática volta depositando o café em cima da mesa limpa. A olhei e agradeci, então ela se retirou.

"Mary" começo mordendo o lábio inferior e batucando minhas unhas roídas na mesa. "Deixarei Holmes Chapel daqui a dois dias." Digo a observando. Ela para de tomar seu suco abruptamente e me olha arregalando seus olhos cor de mel.

"O que? Por quê?" ela questiona.

"Bom, você sabe que apesar das ótimas condições que mamãe tinha ela deixou muitas contas ao longo da vida." Suspiro. "A casa será levada ao leilão em busca de pagar minhas mais novas dívidas, você sabe eu não tenho emprego e nem ninguém para pagar algo tão alto." Baixo o olhar me sentindo perdida.

Coração De Anjo - HSOnde histórias criam vida. Descubra agora