Capítulo 1

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À cada 10 ou 15 anos é feita uma checagem no planeta Pandora. Essas checagens demoram à serem realizadas pois um cientista é escolhido, treinado e mandado para o planeta sem saber se voltará ou não.

A escolha não demora muito. Eles escolhem um PhD bem inteligente que queira mesmo realizar essa missão e o pegam para treinar, para ensinar. E depois de longos anos, ele estará em Pandora realizando sua missão como andarilho, julgado traidor pelas tribos que habitam no planeta.

A checagem serve para observar as inovações, as idéias e as novidades dos na'vi (O Povo). Caso algo mude, algo mal comece à ser planejado contra os humanos.

É claro que nada disso vai acontecer, os na'vi não querem nada que vem da terra, já foi provado milhares de vezes. Na verdade, o UE os cientistas querem realmente é um pouco de aventura, conhecer aquele lugar incrível que é Pandora. Eles queriam saber tudo sobre os na'vi, tudo sobre a fauna e flora de Pandora, então a missão de "checagem" era apenas uma desculpa.

Depois de mais ou menos 50 anos, nenhuma checagem deu mal nenhum. Vivem em harmonia, paz e tranquilidade. Vendo seu novo membro, infiltrado da terra, trocar e trocar de tribo até permanecer sozinho, ou até morrer. Traições, traições dos infiltrados.

Esse ano não seria diferente. Já haviam treinado o próximo cientista para poder fazer a checagem no planeta e estavam todos prontos. Já começariam à criar o Na'vi do novo nativo. Mas... Um acidente aconteceu. O tal agente foi abordado por criminosos voltando da visita à familia e reagiu, mas não saiu vivo.

Trágico!

Os cientistas precisavam fazer alguma coisa, mas perder 5 anos escolhendo um cientista novo, o treinando e o preparando para o mundo novo seria desperdício! O que veio na mente deles? Claro. "Iremos recrutar um jovem e inteligente militar e vamos ensinar um pouco sobre Pandora. Ele se vira depois."

Péssima ideia.

(...)

Numa tarde fria e escura nas ruas de Londres, Inglaterra, o ex-fuzileiro militar Harry Styles passeava tranquilamente.

Na verdade, nem tão tranquilamente, se sentia seguido por mil pessoas e constantemente rodeava os olhos pelas ruas solitárias, andando em passos apressados até sua casa.

Mas, em um segundo foi-lhe atirado um dardo tranqüilizante.
Então, pôde enxergar o escuro dominando seus olhos e seu corpo enfraquecendo. Foi rápido, foi inesperado, foi absurdamente invasivo.

Mais tarde, Harry havia acordado em uma sala escura, com cama e comida.
"Eu poderia bolar um plano pra sair daqui... Mas como fazer isso de barriga vazia?" - Pensou o pobre garoto, correndo para a comida apetitosa à sua frente.

Após comer, a preguiça o dominou. Mas ele não se deixou levar tão fácil! Se levantou da cadeira, rodeou a sala e tentou encontrar alguma saída. A única porta que havia ali era feita de um material super forte, então se tentasse arrombar teria um braço quebrado na hora.
O que ele poderia fazer? Morrendo de preguiça e cansado de pensar, se sentou na cama e suspirou, jogando-se na mesma. Então olhou pra cima e observou os dutos. Os dutos seriam uma saída, claro!

O jovem Harry subiu na cama e observou as grades pequenas, fechada e parafusada ao máximo. Não teria como sair dali sem algo. Ele desceu da cama e olhou abaixo dela, havia um caco de vidro, forte e fino o suficiente para desaparafusa-la. Pegou-o e subiu na cama novamente, posicionando o caco pontudo e afiado em suas mãos. Em alguns movimentos rápidos conseguiu finalmente desaparafusar todos, mas suas mãos estavam muito cortadas.

O jovem jogou fora o caco de vidro e olhou ao redor antes de subir o duto ventilado e um tanto sujo.

"Vença sua claustrofobia." - Pensou o menino alto e esguio.

Subiu na parte mais alta da cama e entrou nos dutos rapidamente, se arrastando por entre ele e entrando em aleatórias entradas, nervoso. Ao ver a saída mais próxima, se lembrou do caco que havia jogado antes.

"Burro, muito burro, Harry!"

Então ele pegou um dos seus anéis mais finos e começou à desaparafusar com dificuldade por conta dos cortes em suas mãos.
Então depois de muito, muito esforço ele conseguiu sair de lá e praticamente se jogou no chão. Olhou em volta, ninguém, a porta aberta para um lugar escuro. Ele caminhou até essa sala e luzes foram ligadas. Uma cientista o olhava de cara amarrada.

- Bom, fuzileiro Styles. - Ela disse à princípio, passando por ele e fechando a porta logo após. - Vejo que conseguiu completar o meu desafio.

- Do que está falando? Era apenas um teste? - Ele perguntou escondendo as mãos atrás das costas e olhando com uma expressão desafiadora.

- Vamos dizer que sim. Por acaso você já ouviu falar na missão L650?

- É claro que já. Todo hacker militar já ouviu sobre isso. - O maior deu de ombros arrumando a bandana em seus cachos.

- Então além de fuzileiro é hacker militar? - A cientista de aparentes 38 anos murmurou se sentando na cadeira mais próxima.

- Aprendi com um colega de dormitório. Eu não fui recrutado pra isso, eu sou ex-fuzileiro. - Harry se sentou à sua frente. - O que quer de mim? - Foi direto ao ponto e a cientista sorriu.

- Primeiro de tudo, nao existem ex-fuzileiros. Não importa se você já não faz parte da marinha,você nunca perde o jeito.  - Ela murmurou e pigarreou. - Mas eu gostei de você, Styles. - Ela sorriu e Harry revirou os olhos. - Como você sabe são raros os que vão para Pandora e voltam. Você foi escolhido para realizar uma missão nesse planeta.

- Eu sou fuzileiro e não um astronauta. Minha praia é ser terrestre, prefiro não sair daqui da terra. - A cientista o olhou sem expressão aparente, o que o fez suspirar. - Mas... Eu não tenho escolha. O que ganharei com essa missão?

- Liberdade e uma grande quantia em dinheiro. - O maior se levantou devagar e olhou para a mesa à sua frente.

- Sou prisioneiro? E minha irmã? Como irá ter notícias?

- Iremos avisa-la. E você não é um prisioneiro, logo iremos disponibilizar uma forma de comunicação entre você e sua irmã, não se preocupe. - Harry engoliu em seco e suspirou mais uma vez, pensando que aquilo poderia ser apenas uma mentira, que ele não estaria surtando em poucos minutos.

- Mas 5 anos de treinamento? É isso? E os anos de criogênio no espaço? - A cientista o olhou com ironia e riu sarcástica.

- Você tem um mês pra aprender pelo menos sobre os lideres dos clãs. Não temos tempo pra treina-lo, Styles. - Harry abriu a boca em surpresa e puxou os cachos. - Não se preocupe com isso, se preocupe com seu na'vi que iremos criar daqui uma semana. Boa sorte com os estudos! - Ela abriu a porta e passou sobre a mesma, gesticulando para que ele seguisse.

- Eu não acredito. Eu estou sendo forçado de verdade por uma cientista sabixona. - Harry sussurrou seguindo a cientista de cara amarrada e com ardência nas mãos.

Pandora (l.s)Onde histórias criam vida. Descubra agora