Amante da Vida

Cry Cry and Cry - Capítulo 6

-Oi Melissa! Tudo bem com você?

-Melhor agora -Melissa abraçou Arlow.

-Amélie, essa é Melissa minha amiga...

-Amiga? É assim que você me trata depois de 2 anos juntos?

Já não me sentia bem ali, então inventei qualquer coisa. -Olha, eu não quero me intrometer nos assuntos de vocês. -E sai.

-Não! Amélie! -Gritou Arlow, mas fingi que não escutei e corri para o banheiro, e lá fiquei.

Só o que me vinha na cabeça era o momento em que Arlow se aproximava, mesmo sabendo que Melissa seria a ex dele! Talvez ele só quisesse fazer ciúmes... 

Comecei a chorar silenciosamente naquele banheiro que estava deserto. Fiquei lá até o final das aulas, precisava ver alguém que tenha intimidade o bastante para me dar consolo, e essa pessoa seria Luna. O último rosto que eu quero ver é o do Arlow! Comecei a andar até a entrada da escola onde tinha uns bancos, e lá estava Luna sentada com uma cara de quem comeu e não gostou...

-Amélie!? Onde você estava? Aconteceu alguma coisa?

-Não, não... quer dizer, sim! Aconteceu...

-Oque amiga, fala!

-O Arlow... Ele ia me beijar, mas do nada chega aquele patricinha da Melissa e estraga tudo! E ainda diz que eles já namoraram!! - E o choro que acabava de acabar, voltava

Luna respirou profundamente com os olhos arregalados. -Como assim? A Melissa não tem nada a ver com o Arlow... -Luna pensou alto e ficou tentando decifrar como aquilo era possivel. E então me nota chorando... -Fica assim não Amélie, pode ser mentira da Melissa...

-Se foi mentira eu não sei... Mas eu acho que ele só queria fazer ciúmes comigo.

-E isso é motivo para você ficar no banheiro até o final da aula? Olha miga, eu vou te levar na tua casa, lá você come um pudim, se acalma e pensa melhor sobre isso.

-Por que isso tinha que acontecer logo comigo? Por que aquela patricinha tinha que aparecer na minha vida? Ainda mais dessa forma??

-Ain miga... eu vou te levar pra casa e ai você faz o que eu te falei.

Luna me levou pro carro e me deixou em casa, me tranquei no meu quarto e comecei a pensar:

Por que eu to fazendo isso? Eu podia ta sorrindo, conversando com alguém, saindo por ai mas não... Eu to chorando!

Naquele momento eu parei de chorar, e sai do quarto com o rosto lavado e espontâneo como se nada tivesse acontecido. Fui na geladeira tentando segurar a tristeza, peguei o último pedaço de pudim que estava em um prato de vidro preto, fui para a sala. Lá eu estava na companhia do meu irmão, sentei no sofá ao lado do que ele estava sentado. A Televisão estava desligada, coloquei em qualquer canal e comecei a assistir, enquanto o Breno me observava mas com o foco no seu celular.

-Você está estranha. -Breno falou.

-Por que você acha isso?

-Sei lá, você está diferente... como se estivesse chorando ou muito muito triste...

Fui exposta! Provavelmente pela minha cara enxada ou então por causa dos meus olhos. Não queria contar nada a Breno logo porque ele nunca teve um relacionamento estável, o máximo que ele tinha namorado com alguém durou duas semanas e ele nem ligava, deve ser porque não era ninguém interessante ou porque ele estava com "ela" somente como troféu para mostrar para os amigos que ele pode, ele consegue... E eu aqui. Nem namorei com ninguém e estou sofrendo. Acho que não teria outra opção a não ser contar ao Breno.

-Nada não, sabe... Aah! Tem algo sim!

-Sabia! Então conta...

-É um garoto da minha escola... Sabe, eu gosto dele, mas parece que o sentimento dele mudou depois que uma garota chegou na escola.

Naquele momento Breno olhava para mim com uma cara de "Que idiota, chorando por causa de macho".

-Esquece ele... -Falou Breno com a maior simplicidade do mundo.

-An?? Como assim? Desistir dele de vez?

-Exatamente! Olha, garotos são iguais uns aos outros, ele só tava querendo você para por ciúmes na outra garota.

-Você acha que ele seria capaz de fazer isso comigo, depois de tanta conversa, de tantos olhares!?

-Você que sabe... Se vai acreditar no que você esta falando a sí mesma ou acreditar numa pessoa que melhor reconhece a situação.

Estou contra a parede. O que fazer agora? Como lidar com isso? Será que eu confio no Breno? Tá Amélie, segura na mão de Deus, na do Breno e vai!

-Tá, tudo bem... Obrigado maninho.

-De nada, não quero que você se iluda com qualquer mané.

-Tô indo pro quarto! A gente se fala depois.

-Se cuida.

No meu quarto, me joguei na cama e fiz qualquer coisa, somente para deixar de sofrer por uma coisa que eu nem sei se é real...