A Garota De Cabelo Curto

Não posso...

Quando cheguei ao hospital que meu pai disse que estava quando liguei pra ele no ônibus quase desmaiei.

O desespero tomou conta de mim. Me sinto responsável pela Lince e o que está acontecendo.

Assim que passei pela sala de espera o meu pai me abordou.

Edir- Filho!

Pedro- O que aconteceu? Ela está bem?

Edir- Não sei. A única coisa que o médico me disse é que a garota lesionou o joelho. Ele não quis se precipitar sobre a situação do bebê, estão lá dentro fazendo exames pra checar.

Kurt- O médico está vindo e já que ninguém me apresentou eu sou Kurt.

Médico- Senhor Edir, vem comigo, por favor?

Edir- Claro!

Pedro- Também posso ir, afinal o filho é meu ?

O médico pareceu calcular minuciosamente cada palavra e por fim respondeu educadamente que não.

Foram apenas alguns minutos, mas pareceu uma eternidade. Meu pai voltou sozinho e explicou que tinha que ir atrás da mãe da Lince.

Fiquei horas naquela cadeira. O Kurt falava sem parar, mas parecia tenso. Várias vezes ele levantou atrás de água, coxinha e das enfermeiras.

Acho que quase quatro horas depois eu peguei no sono. Acordei todo dolorido. Meu pai, Kurt e uma mulher muito bonita discutiam com o médico fervorosamente.

Edir- A moça caiu!

Mulher- Minha filha estava grávida e eu sou a ultima a saber. Seu filho é um irresponsável.

Edir- Rayanne, seja compreensiva.- meu parecia não aguentar mais.

Kurt- Vão liberar a garota?

Médico- Sim. Ela não corre riscos e o bebê está bem. A placenta se deslocou e isso pode dificultar a hora do parto.

Fiquei um tempo parado olhando e então vi Lince chegar apoiada nas enfermeiras. Eu me levantei e fui a ajudando até o carro. Lince tinha dificuldades para andar por causa do joelho, mas parecia bem.

A Lince foi pra casa com a mãe de táxi e meu pai levou Kurt e eu de volta a escola. Não posso me separar da Lince agora, sei que nunca tivemos nada, mas acabar com as esperanças dela seria cruel demais, eu não posso.