COMO EU ERA ANTES DE VOCÊ

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O amor é um saco, um grande saco escroto, se você acha que se apaixonar é fofo e lindo por favor pare, o amor é algo doentio e sem sentimentos, que a a cada momento vai te destruindo e te tornando o ser mais egoísta e retardado possível, mas quando você ama é a melhor sensação do mundo.

Quinta-feira,28/02/2016

-Filho, são 6:30 da manhã, sua aula é daqui uma hora, se você não levantar da merda dessa cama em três segundos eu vou virar seu pior pesadelo. -Ela me diz com um tom sínico e carinhoso ao mesmo tempo.

-Mãe, só mais 5 minutinhos por favor?- Peço e imediatamente volto a dormir.

Ela levanta e saí do quarto, eu havia vencido a batalha. ela volta 3 minutos depois com um cinto fazendo barulho, ouço o barulho e como um gato pulo da cama e caio no frio chão de madeira.

-Já acordei! Já acordei! - Grito levantando desesperadamente do chão.

-Se você enrolar novamente eu arranco seu couro e faço abajures que nem aquele carinha do filme que você viu na Netflix, Agora desça rápido querido. - Ela fala saindo do quarto.

-Você anda me espionando na netflix? - Grito de curiosidade.

Abro o armário e o encaro como se algo novo fosse aparecer, mas tudo era igual, minhas camisas de filmes estavam desorganizadas, meu lixo pessoal que era uma lata do Sherek abraçando o burro, meus livros que nunca leria e meu caderno de contos poemas e outras caralhadas assim.

Pego meu uniforme que é uma camisa social branca com o brasão do colégio no lado esquerdo e minha velha parceira de todos os momentos, a calça jeans. Troco de roupa e desço as velhas escadas de madeira, tudo está igual, o sofá branco continua com a mancha de vinho no braço esquerdo, o carpete marrom empoerado se destaca por causar minha alergia e há uns 5 metros para esquerda minha mãe com uma cara extremamente brava.

-Vamos seu merdinha,se você ou um de seus irmãos se atrasarem eu faço coxinha com sua carne! -Ela manda com um tom bravo e sínico.

-Ok mamãezinha. -Digo assustado.

Começo a comer o pão com manteiga,o pão estava quentinho e gostoso, mas não pude aproveitá-lo muito pois minha querida patroa me encara de um jeito assustador. Retribuo o encaramento e percebo como ela está acabada, Suas olheras estão enormes e se destacam mais do que seus grandes olhos cor de mel, seu rosto tem alguns pequenos defeitos ,rugas na testa e o seus grandes cabelos negros apresentam alguns fios brancos.

Termino o café e como o Flash corro para o banheiro escovar os dentes.

Desço as escadas já pronto e espero meu pai terminar de se arrumar, Ele chega, Me olha e abre a porta.

-Até mais tarde amor. - Ele grita para minha mãe enquanto entra no elevador.

Eu e ele nos entreolhamos calados e aproveitamos o momento, Eu e meu pai não tinhamos uma grande proximidade, Mas nos amávamos, E aquele momento era o único no dia em que realmente nos víamos, Nús e crus.

O elevador chega ao subsolo e lentamente ao som de Skank caminho até o carro, Como num dia qualquer, Sento no banco da frente e começa uma música triste, Como quase todas as pessoas do multiverso, Encosto a cabeça no sujo vidro do carro e faço caras e bocas de tristeza fingindo estar no vídeo-clipe, Como eu amava fazer isso.

-Filho, pare com essas baitolagens, Você é hétero, né? -Ele me olha com um jeito indecifrável e pergunta meio sério.

-Sou sim pai... - Respondo calmo para disfarçar a raiva.

Chegamos na escola e eu desço do carro.

-Tchau pai, bom dia. -Digo caminhando lentamente até o portão.

Trouxa ApaixonadoOnde histórias criam vida. Descubra agora