3 capítulo

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Logo que chegamos em casa pude ver meu pai, sentado em nossa sala, em um sofá preto, que havia desgastado com o tempo. Ele parecia arrasado. Todos estávamos.
-Pai – fui a única coisa que consegui pronunciar antes de cair em seus braços.
Estava chorando descontroladamente, minha mãe havia morrido, minha melhor amiga, minha única amiga. Lembro-me quando mamãe me ensinou a andar de bicicleta, era uma tarde de outono, ela estava segundo a traseira de meu banco, sabia que eu estava pronta para seguir sozinha, então me soltou, e eu continuei andando achando que ela ainda estava comigo, foi quando me virei e não há vi ali, do meu lado, ela estava lá atrás, lágrimas de alegria escoriam em seu rosto. Papai tentou me reconfortar, passando a mão em minhas costas e dizendo que tudo ficaria bem, e foi assim que eu adormeci naquele dia.

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Acordei em minha cama com meu pai sentado aos meus pés
-Precisamos conversar – foi a única coisa que ele disse, e foi o suficiente para que eu prestasse completa atenção nele - Você precisa saber no que sua mãe trabalhava.
- Porque preciso saber disso?
-  Porque preciso que você trabalhe no lugar dela, sei que já tem seu emprego, mas esse vai pagar melhor.
-Fui despedida ontem pai. 
-Melhor ainda – ele se ajeitou em minha cama – agora preste atenção. Sua mãe trabalhava cuidando de criança, como você, o que facilitara as coisas. Porém não é para pessoas comuns como nós, nem mesmo para pessoas da 2 casta.
-Não entendo pai, para quem ela poderia trabalhar então? 
-Para a rainha – Para a rainha ? Minha vida podia ficar mesmo tão estranha assim? Primeiro dou de encontro com o príncipe em uma viela qualquer e agora minha mãe trabalha para rainha como babá? – A Rainha já sabe de seu falecimento – sua voz vacilou, mas logo se recompôs – Ela pediu para que você assumisse o lugar dela.
-Eu? Cuidar da filha da rainha? Nem ao menos a conheço!
- Quando começou a cuidar de Sophia também não a conhecia – ele tinha razão, talvez eu pudesse me dar bem com a filha da rainha como me dei com Sophia – temos um acordo ? 
-Temos
-Ótimo – pude ver o alivio nos olhos de meu pai, mas porque alivio ? – Levante você irá para lá agora
-Mas e o enterro?
-será melhor se você não ir
-Mas... – antes que eu pudesse protestar escutei batidas na porta – quem é ? – Olhei confusa para meu pai, aguardando uma resposta.
-Deve ser os guardas do castelo, vieram buscá-la.
E ele tinha razão tinha guardas na porta de minha casa, e não era só isso! Tinha um carro estacionado na calçada, não era como os carros antigos, que só andavam nas ruas, esse era como um mine helicóptero, O formato do carro não mudará, ainda tinha espaço para quatro pessoas, mas invés de rodas, tinha assas, era prata com o símbolo da coroa real ao seu lado, só o castelo possuía esse tipo de carro, e agora tinha um em minha porta!    
-Clary castele, precisa vir conosco, imediatamente – foi a primeira coisa que um dos guardas havia dito assim que abri a porta.
-Preciso pegar minhas roupas – apontei para cima do lugar a onde acabara de vir.
-não será preciso, a rainha precisa de você por tempo integral, até se acostumar com sua filha, então até segunda ordem ira morar no castelo.
Agora eu entendi o porquê daquele olhar no rosto de meu pai mais cedo , ele aceitou sem ao menos saber se eu concordava! Porém não estava em condições de ficar brava com ele, sabia que havia feito aquilo para que eu não ficasse vivenciando a perda de minha mãe constantemente. Tudo naquela casa me lembrava ela, o fogão de 4 bocas velho que precisava ser acesso manualmente com um fosforo, a poltrona azul velha que meu pai odiava por não combinar com os outros sofás, porém minha mãe insistia em guardá-lo, por ser confortável para suas leituras no final de todos os dias. E foi quando me despedi de meu pai, segui os guardas levando comigo apenas o pingente que havia ganhado do príncipe há uma noite atrás, parecia como se tivesse se passado semanas dês de nosso último encontro.

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