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Mouzgir nasceu na Metrópole, mas cresceu no Interior. Desde pequeno, sempre conseguiu ser o centro das atenções e reunir as pessoas à sua volta. Ainda jovem, nos tempos de escola, formou um grupo de amigos e se tornou o líder desde o começo. A partir deste instante, jamais deixou de comandar.

Com o tempo, percebeu que sua liderança e sua inteligência podiam lhe render muitos frutos. Começou com uma pequena gangue e, conforme conseguia aplicar seus golpes, furtos, roubos e ameaças, aumentou a horda sob seu domínio.

Sua gangue foi se especializando e se aperfeiçoando, aproveitando-se de tudo que podia, inclusive da crescente tecnologia. Seus golpes foram se aperfeiçoando e suas táticas ficaram cada vez mais eficientes e sofisticadas.

A polícia já havia tentado prendê-lo várias vezes, mas, na última oportunidade, elaborou um minucioso e fabuloso plano de fuga e conseguiu escapar, sem deixar qualquer tipo de rastro.

Seu plano agora era efetuar o assalto à joalheria mais famosa, mais rica, e, evidente, a que possuía o acervo mais valioso e mais maravilhoso de pedras preciosas e de joias raras. Conseguiu, através de seus computadores avançados e de seu acesso malicioso à rede, descobrir os sistemas da loja e, a partir daí, quebrar a segurança e desativar os alarmes.

Naquela noite fria de inverno, junto de vários dos seus seguidores e com todos planos traçados, invadiu a famosa loja do Interior. Para não provocar alarde e não chamar a atenção, deixaram as luzes apagadas e utilizaram óculos de visão noturna para se locomoverem no escuro. Iniciaram o roubo, pegaram as joias expostas e já se preparavam para arrombar o cofre. De repente, as luzes da loja se acenderam como por encanto e, de todos os cantos, surgiram policiais com suas espadas, catanas e sabres, prontos para atacar sem piedade. Iniciaram a luta atacando os capangas de Mouzgir sem nenhum perdão: aqueles que tentavam reagir, eram alvos fáceis e rapidamente atingidos.

Mouzgir não entendia o que estava ocorrendo, o que havia dado errado e porque não havia pensado que podia estar sendo vigiado, na vida real ou até mesmo na rede. Porém, antes mesmo de encontrar uma resposta plausível em sua mente rápida, um policial loiro, alto e forte correu em sua direção e conseguiu, com sua espada, acertar sua garganta e fazer um corte largo e profundo que o fez perder as forças de imediato. Tombou ao chão e só conseguiu perceber alguns de seus homens correndo em sua direção, colocando-lhe a "coleira eletrônica" sobre seu pescoço, exatamente no corte que sangrava muito, e levando-o carregado para fora da loja em meio a luta praticamente perdida. Apagou.

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Kepala nasceu e cresceu no Interior, seu lugar predileto no mundo. Desde pequeno, herdou as características mais marcantes de seus antecessores – seu pai e seu avô paterno. Cresceu e se tornou um homem loiro, alto e forte, além de admirado e respeitado por todos os seus conhecidos. Para completar a totalidade de sua herança genética, também herdou a profissão de todos os homens de sua família: policial.

Após um bom tempo, atuando em diversas áreas e setores dentro da força policial, foi alocado para um novo setor criado pela segurança pública do Interior: Crimes Virtuais. Focava em crimes dentro da rede ou, até mesmo, aqueles que tinham seu início por esses meios. Prendeu vários criminosos, desde os mais simples até aqueles que vendiam produtos falsificados ou proibidos por lei através da rede. Também prendeu criminosos, descobrindo seus golpes fazendo vigília em redes sociais e trocas de mensagens eletrônicas.

Então, seu melhor e maior evento como policial foi quando, após horas e horas de investigação e de noites sem dormir ou mal dormidas, conseguiu descobrir o plano de assalto da joalheira mais rica do Interior que seria realizado pela gangue de Mouzgir. Seu setor estava todo envolvido para tentar capturar o criminoso mais perigoso e procurado daquela região.

A noite de inverno era fria, entretanto, junto com sua equipe não se incomodaram de ficar de tocaia em vários pontos da loja, no escuro, aguardando o início do assalto. Quando acreditaram que todos da gangue já estavam dentro da loja, iniciando o crime, acenderam as luzes e partiram para a luta. A ideia era capturar todos, mas aqueles que tentavam reagir, eram facilmente atingidos pelas espadas policiais.

Foi quando viu o chefe da quadrilha próximo dele. Viu que Mouzgir parecia desorientado com toda aquela confusão armada e com a surpresa do ataque. Desembanhiou a espada e cortou-lhe a garganta de ponta a ponta, sem pestanejar e sem dar chance de reação. Porém, antes mesmo que pudesse pensar qual seria a próxima ação a tomar, sentiu um golpe forte na nuca, provavelmente efetuado com algum pedaço de metal, e foi ao chão de imediato. Meio zonzo e próximo de desmaiar de dor, só conseguiu ver alguns capangas colocando algo sobre o corte no pescoço de Mouzgir e o carregando para fora da loja.

Após essa noite, os assaltos, golpes e outras contravenções diminuiram substancialmente. Aqueles capangas que não morreram no combate dentro da loja, foram capturados. A gangue foi desbaratinada e o esconderijo descoberto. Praticamente poucos larápios conseguiram escapar, além de não se ter mais qualquer notícia de Mouzgir.

Como recompensa, no último verão recebeu a estrela de chefe do setor, uma promoção mais que merecida por seus feitos. Por conta disso, conseguiu voltar a dormir tranquilo ao lado de sua esposa e sonhar com um futuro melhor para os filhos que um dia teriam juntos. Sorriu.

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Leo nasceu na periferia da Metrópole e viveu sempre com muita dificuldade junto com sua mãe, e nunca conheceu seu pai. Cresceu escutando da mãe que era um menino especial e que tinha um dom que um dia lhe daria muito felicidade. Leo sempre pensou que mais era uma doença, mas também nunca foi ao médico para verificar. Leo não sabia o que era dormir – nunca sentiu sono e nunca sonhou em toda a sua vida. Se era para achar algo de bom nisso, também nunca teve pesadelos.

Para Leo, o mais importante mesmo é que ele era extremamente inteligente. Sempre se destacou na escola e ainda muito jovem foi apresentado ao mundo dos computadores e se apaixonou à primeira vista. Estudou, por conta própria e durante todas as noites, tudo que envolvesse o tema e pudesse lhe trazer algum conhecimento: hardware, software, redes, vírus e por aí vai. Percebeu que a tecnologia lhe traria a tal felicidade que sua mãe sempre falava, e decidiu largar a escola. Começou vendendo pequenos programas, mas logo viu que conseguia mais quando vendia seus eficientes vírus, worms e trojans. Depois também ganhou bastante invadindo redes de empresas e vendendo informações sigilosas para concorrentes ou aplicando chantagens para não divulgar certas negociações. Um dia, ainda bem jovem e depois que sua mãe faleceu, mudou-se para o Interior, pois lá poderia ficar mais seguro e, por assim dizer, escondido. Morava num apartamento muito pequeno e que ficava mais apertado pela quantidade de máquinas, fios, impressoras e todo tipo de coisa que pudesse utilizar.

Assim como na Metrópole, também continuou negociando com todo tipo de gente no Interior, principalmente com malfeitores, ladrões, vigaristas e gangues. Fez isso por um bom tempo, até que um dia, fechando um acordo com uma gangue perigosa em um bar afastado, viu os olhos arregalados e a expressão de medo no olhar dos seus compradores, e, imediatamente depois, sentiu uma mão pesada sobre seu ombro esquerdo. Virou o rosto e viu um policial loiro, alto e forte, acompanhado de toda a sua equipe. Ele o pegou em flagrante e o prendeu. Ficou em uma prisão na Metrópole por uma primavera, um verão, um outono e um inverno inteiro. Lá descobriu mais algumas coisas sobre crimes, jogatinas, golpes e outras coisas que ampliaram seu conhecimento. Quando saiu, voltou para seu limitado apartamento no interior e, verdadeiramente, tentou mudar o rumo da sua vida. Não conseguiu. Aos poucos, voltou a praticar suas vendas e seus negócios ilegais – começou invadindo a privacidade das pessoas nas redes sociais, nos aplicativos de mensagens e até mesmo nos smartphones para depois vender para pessoas que eram traídas pelos parceiros ou estavam apenas desconfiadas. Logo voltou a trabalhar com algo mais valioso: empresas, negócios, clientes mais importantes. Também retornou com as gangues e todo tipo de gente do mundo do crime. E assim, ficou em seu apartamento, trabalhando muito e sem dormir, como sempre foi.

O inverno voltou congelante e, numa noite muito fria, acreditou que podia sair um pouco para se divertir. Colocou uma roupa melhor, fez a barba e levou seu corpo magro e franzino para um bar movimentado do Interior com o intuito de beber um pouco. Bebeu – muito – e quando voltou para casa já muito tonto e cansado, não pensou duas vezes em experimentar sua cama. Deitou e até fechou os olhos, mas não dormiu. Relaxou.

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