1 Capítulo

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Corro pela casa à  procura de um lugar que eu possa me refugiar. Chego até a casa de banho tranquei a porta e tirei a roupa fiquei a olhar me no espelho até que uma lágrima me cai pelo rosto, logo depois outra. Tento afasta-las mas a missão é falhada.

Olho-me no espelho. Odeio o reflexo que vejo.
Eu não gosto do meu corpo sou insegura, não sou magra como as outras raparigas da minha idade, sou estranha em toda a sociedade. Uma rapariga que nunca vai ser compreendida.
Lembrei me da minha caixinha de lâminas fui busca-la e fiz cinco cortes nos meus pulsos. O sangue começa a escorrer por todo local. A adrenalina do momento não me deixou sentir dor, não fisicamente.
Fiquei ali dez minutos, até que entrei na banheira tomei um longo banho, de água gelada para tentar de alguma levar as lágrimas e o sangue.

Sai da casa de banho fui para o meu quarto, enfachei o meu braço em seguida vesti uns calções e uma camisola de mangas comprindas deitei me e adormeci.

                             {...}

O meu telemovel toca como não podia ser ninguém pois era muito cedo ou talvez pelo facto de eu não ter amigos. Adiante só podia ser o meu despertador, desliguei-o pus a almofada na cara pois a luz que entrava pela janela batia me nos olhos sem eu sequer consegui-los abrir.

Levantei me sem vontade nenhuma pois teria de ir para aquele inferno chamado "escola" fui direita a casa de banho fiz as minhas higienes matinais, fui ate ao meu quarto vesti umas calças pretas rasgadas nos joelhos, uma camisola dos AC/DC, um casaco e os meus vans pretos.
Peguei na minha mochila, nos meus fones e no meu telemovel, desci as escadas fui ate a cozinha encontrei o meu pai e a minha mãe sentados na mesa .

-Bom dia!- digo

Sem obter resposta peguei numa maçã e sai de casa.

Coloquei os fones nos ouvidos pus uma musica dos nirvana e fui andar em passo calmo ate a escola.
Chegando la fui ate a sala como ainda era cedo ainda nao havia ninguém fui para a última cadeira ao lado da janela até que foram chegando pessoas.

O dia foi normal e chato, aqueles insultos "gorda" ,"feia" ,"depressiva","tens sempre frio para andares com essas camisolas".....

                            ...

Quando estava a ir para casa um grupo de 5 raparigas aparecem atrás de mim seguram-me  e dão-me socos e ponta pés.
Apos 10 minutos de tortura cai no chão, quando consegui me levantar fui a mancar para casa. Aquela dor que eu estava a sentir não era nada comparada aquele que estava dentro de mim.

Cheguei a casa subi as escadas com dificuldade, entrei no meu quarto e fiz a primeira coisa que me veio da cabeça. Peguei a caixinha tirando uma das minha melhores lâminas, fiz não 5 mas 7 cortes no pulso direito. Logo o sangue começou a se formar, aquela tão convida dor também.

...

Alguém bateu a porta do meu quarto abri a mesma e era a minha mãe.

Porque ela esta aqui? Ela devia estar a trabalhar. O que será que aconteceu ?

-O que estás aqui a fazer? Não devias estar a trabalhar?- pergunto rapidamente

-Sim, mas eu e o teu pai temos de falar contigo enquanto jantamos todos juntos!- diz ela tranquilamente

-Não estou com fome-digo enquanto revirei os olhos

Ela suspira

- Ann por favor!- ela pede e mesmo com um pouco de relutância eu aceito

...

Quando desço para o jantar meus pais já estão sentados na mesa.

- Então Ann nos queriamos te dizer que...- minha mãe o interrompe

-Que estou gravida- diz rapidamente talvez querendo dar menos impacto para aquela frase

Eu não conseguir pensar em nada. Nada convincente a dizer. Então subi as escadas entrei na casa de banho sentei me no chão encolhi me coloquei a minha cabeça entre as pernas e começei a chorar .
Eles querem o substituir, querem que eu me sinta culpada!
Depois lembrei me de tudo o que tinha acontecido e do que tinha comido senti-me culpada por isso pus um dedo na garganta e vomitei o pouco que tinha comido ao jantar. Eu sinto-me fraca em relação a isso, só pessoas fracas é que se cortam, elas vão se destruindo aos poucos. Acabam com a sua vida medíocre.

Diário de uma automutiladora Onde histórias criam vida. Descubra agora