Quando um Marquês quer Vingança

Prólogo

Alguns podem ser incisivos em afirmar que, os italianos se configuram como as pessoas mais apaixonadas do planeta. Suspirando versos de Shakespeare, essa porção de terra próxima ao mar mediterrâneo tem cenários deslumbrantes e uma aura romântica e sedutora, e foi com essa energia cativante que Luigi Viccenza conheceu Antonella  de Santis, por ela se apaixonou e com ela teve quatro filho, como uma boa e grande família italiana.

Matteo, Geovanne, Dante e Chiara, os irmãos italianos filhos do estimado marques de Viccenza, eram conhecidos como pessoas de grande paixão, popularidade, e por sua beleza. Matteo era o irmão mais velho, e como seu pai queria abandonar os ofícios de marquesado para aproveitar um pouco mais da vida com sua esposa, passou para o filho as responsabilidades, tornando Matteo, o novo marques. E foi com este novo ofício que ele conheceu a doce Helena. Filha de Amélia Longuiani e Arthur York (patriarca de uma das famílias mais imponentes da Inglaterra, os York) ela estava na Itália por uma ironia do destino.

16 de fevereiro de 1794 - Arthur York (pai de Helena)

17 de agosto de 1800 - Amélia Longuiani York (mãe de Helena)

25 de junho de 1828 - Helena York

4 de abril de 1823 - Matteo Viccenza

10 de janeiro de 1789 - Luigi Viccenza

29 de novembro de 1801 - Antonella de Santis Viccenza

 Helena York, recém chegada da Inglaterra, Helena era um colírio para os olhos, e deixou o novo marques fascinado com sua beleza e sua timidez. De cabelos escuros e volumosos, olhos pretos curiosos e convidativos, ela e Matteo se conheceram em uma cafeteria, quando acabara de voltar de uma missão nas fronteiras do território pelo qual era responsável.  

A mocinha, que capturara a especial atenção de Matteo, era a segunda irmã de uma família com três filhas, e foi para a Itália com a mãe e a irmã mais nova depois que seu pai cometeu adultério. Sem esperanças para o amor, ela conhece o jovem Matteo, e fica encantada, mas depois de algumas conversas, uma ida polemica até a taverna próxima e acabar dormindo na casa do marques, Helena é dispensada por ele, que não tinha intenção de se casar no momento e tinha ficado assustado com a química palpável entre os dois.

Temendo pela influencia que Helena tinha sobre ele, Matteo decide noivar as pressas, e quando está prestes a desposar Grazia Moretti, a garota falece de maneira trágica. Após uma longa investigação e sem sinais de suspeitos, nem do corpo da noiva, o caso se dá por encerrado, mas Matteo não estava satisfeito, e sabe muito bem a quem culpar.

Ele decide procurar Helena de volta, e, tomado pelo ódio que tomou o lugar do amor que ele sentia, planeja uma vingança pela vida de Grazia, sem mesmo ter certeza da culpabilidade de Helena.

O ódio humano é um dos sentimentos mais potentes e reais já experimentados. Se equipara ao amor em intensidade, mas se diferencia na forma de tratamento. Muitos dizem que entre um e outro é apenas um passo e que é uma via de mão dupla, podendo iniciar pelo amor e terminar em ódio, e vice-versa.

No campo de batalha do amor, muitos machucam sem a intenção de machucar, e muitos vão mal intencionados com o objetivo de ferir. Se a poesia alimenta os corações apaixonados, o que alimenta um coração machucado?

O ódio pode dar lugar a vingança, que se realizada de forma organizada, pode destruir uma vida. E qual é a maneira mais efetiva de machucar alguém do que fisgar seu coração, para em seguida desmanchá-lo?

E era isso que ele queria. Matteo queria o coração de Helena. Para depois passar por cima dele, e deixá-lo despedaçado. Para isso, ele a conquistaria.

Mas seria possível? Ganhar o coração de alguém sem perder o seu próprio? 

E se, durante o processo, o marques que quer vingança, também cedesse, o próprio coração?

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