No dia do seu casamento.

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(Dean x Leitora)

Já tem três dias que não consigo dormir, fico perambulando pela cidade, esperando o primeiro bar abrir. Isso tem sido meu refúgio desde que eu descobri. Preciso de um café amargo e quente, talvez me livre desse pesadelo, passei o dia me beliscando, mas não acordo. Não acordo!
Não posso acreditar que Dean Winchester, o único homem que já amei na vida, vai se casar. Ele afirma para todos que a ama, mas não é verdade. Enquanto ele sorri, seus olhos estão tristes e confusos. Ele não a ama, ele não ama a Lisa, ele quer apenas uma vida normal, mas no fundo ele sabe que não será feliz.
O café e os beliscões não fizeram efeito, ele se casa hoje e eu preciso impedir que cometa esse erro. Eu tenho plena certeza de que Sam e Bobby são contra essa união, eles sabem a quem pertence o coração de Dean, sabem que não pertence a Lisa e sim àquela garota que cresceu com os Winchester, aquela que salvou Dean inúmeras vezes, não apenas nas caçadas como também de si mesmo. A mesma garota que agora está na porta da igreja, criando coragem para ser feliz.

- Se alguém é contra esse casamento, fale agora ou cale-se para sempre! - Pude ouvir o Padre anunciar, inconscientemente, minha entrada, então empurrei as portas da igreja e corri para dentro, em direção ao altar.
Todos os presentes na cerimônia tinham sua atenção em mim, mas eu pouco me impotava, queria apenas meu homem de volta.

-S/n?! - Dean parecia surpreso e tentava conter um sorriso. Parei há uns três metros do altar, recuperando o fôlego.

-Eu sou contra, senhor Padre! Você sabe porque eu vim, Dean. Que se dane os convidados, essas flores, esses vasos, essa sua mentira, dane-se esse teatro. Você quer ter uma vida normal, mas sabe que não conseguirá ser feliz, não com ela. - Olhei de relance para Lisa que parecia estar muito irritada e voltei minha atenção para Dean. - Olha para o seu dedo agora e joga essa aliança fora! Eu sei bem quem você ama, é a mim que você chama: na saúde, na doença, na riqueza, na pobreza, na alegria, na tristeza... e na cama. - Meus olhos suplicavam uma resposta, segundos e mais segundos depois, a igreja ainda mantia-se em um silêncio de porcelana. Se alguém respirasse um pouco mais forte, quebraria.
Minha esperança esvaiu-se e eu morri por dentro. Certamente eu estava errada e ele a amava. Virei-me para ir embora, provavelmente voltaria para o bar onde estive mais cedo, mas uma mão segurou meu pulso e fez-me virar, fui surpreendida pelos lábios de Dean nos meus em um beijo agradecido, desesperado e cheio de amor. Quando nos separamos, por falta de ar, corremos de mãos dadas para a saída da igreja. Entramos no impala, rindo como crianças em um domingo no parquinho, e saímos, sem rumo, em alta velocidade. Em meio a sorrisos e beijos, pelo retrovisor era possível ver a multidão de convidados aglomerados na porta da igreja, tentando assimilar o que haviam acabado de presenciar.
Eles presenciaram o amor, um amor bruto, em forma de bomba-relógio que explodiu e eles não puderam fazer nada para impedir. Porque ninguém pode impedir o verdadeiro amor.

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