| 'Alexandra' |

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Saio de casa e atravesso a rua logo em frente a mim, iniciando a minha caminhada.

Sabia que existia um "campo de batalha" perto de minha casa e era para lá mesmo que eu ia.

Ao mesmo tempo que ia caminhando ia olhando à minha volta, via casai feliz, grupos de amigos a rirem-se das caretas uns dos outros e sentia-me um pouco estúpida por me encontrar sozinha no passeio com um telemóvel nas mãos, à procura de pokemons porque era tudo o que eu podia e sabia fazer para me distrair por um pouco.

Para que não voltasse a recair, olhei para o meu telemóvel e foquei-me no jogo, mas como estava bastante parado a minha mente viajou para os tweets que eu tinha lido do Rafael e sentia-me culpada por muita coisa.

Por não falar com ele, por achar que todas as miúdas com quem ele estava eram melhores do que eu, por achar que nunca poderei fazer ninguém feliz pois eu nem comigo própria me sinto bem. Mas o pior de tudo é o facto de eu nunca demonstrar tudo o que sinto, e prender todos os meus sentimentos nos tweets que escrevo, como se aquilo fosse alguma vez mudar alguma coisa.

Paro quando avisto um café e enfio o telemóvel no bolso das minhas calças ao mesmo tempo que caminho em direção ao local para que pudesse comprar um refrigerante fresco e assim ter mais alguma coisa nas mãos para me entreter, matar a sede seria apenas um extra.

Eu só não queria parecer a Alexandra estúpida que anda sózinha pelo passeio a pensar para com ela como seria se alguma vez ela pudesse expressar aquilo que sente com alguém.

Sinto o meu telemóvel vibrar no meu bolso das calças e pego nele novamente numa mão enquanto agarro no meu refrigerante já aberto na outra mão, olho para o meu telemóvel ao mesmo tempo que caminho em direção à saída, quando piso no pé de alguém e acabo por entornar o meu refrigerante em cima de alguém que acabava de entrar para o café.

"Eu não queria.... desculpe, desculpe!"

Começo a enervar-me enquanto levo a minha mão com o telemóvel em frente à minha boca e rolo os meus olhos até face da vítima da minha catástrofe.

Mas que maravilha, se ele até agora não me notava, agora ficou a pensar o pior sobre mim.

Eu tinha mesmo de entornar o meu refrigerante sobre o Rafael Lange?

Eu sou realmente muito inteligente, nunca me odiei tanto na vida como neste momento.

KISS ME THRU THE PHONE : rafael (cellbit)Onde histórias criam vida. Descubra agora