| 'Alexandra' |

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"Não tens lido os meus tweets?"

pergunto envergonhada

"Sim, eu tenho!"

ele diz

"Pois, está lá o que eu sinto."

eu digo e ele ri-se

"Como é possível gostares de alguém? És tão calada e anti social"

ele diz-me e o meu peito doeu

"Como é possível seres tão estúpido?"

digo e tiro-lhe o meu telemóvel das mãos.


A minha vontade naquele momento era mesmo dar-lhe uma chapada, se eu não gostasse tanto dele como gosto. Mas limitei-me a tirar-lhe o meu telemóvel e a voltar a casa em passo apressado sem sequer olhar para trás.

Ele também não insistiu, não chamou por mim, nem sequer disse mais nada. provavelmente soube a porcaria que tinha acabado de fazer comigo, o que me deixou inferior a ele.

Depois de dar largos passos, avisto um pequeno muro de pedra, onde acabo por me sentar sem vontade absolutamente nenhuma de voltar para casa ou fazer seja o que for. Perguntava-me que mal eu tinha feito para merecer tudo isto que estava a acontecer comigo. Quer dizer, eu sempre fui a típica miúda que não dava a mínima para ninguém para não arranjar chatices e depois ainda ouço este tipo de comentários.

Um vento frio apodera-se de mim, sinto o meu cabelo esvoaçar em frente à minha cara e a cair sobre os meus ombros descobertos. Era como se aquela brisa fosse a minha única companhia, fosse tudo o que me restava de bom, a única coisa que não me julgava ou fazia de mim lixo.

Por isso deixei-me ali ficar por um pouco, até conseguir esquecer parte do sucedido.

Levantei-me ao fim de um tempo, a minha cabeça tinha-se massacrado com tudo o que se passava comigo, eu tentara de tudo, eu achei que tinha a minha oportunidade e eu esforcei-me, mas porque é que nada me corre bem?

Ao fim de um tempo voltei para casa, para o pé da única pessoa que me restava, a minha mãe, pois um pai, eu nunca tive sequer uma definição para essa palavra.

KISS ME THRU THE PHONE : rafael (cellbit)Onde histórias criam vida. Descubra agora