Prólogo

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Me lembro bem daquela noite, estávamos jantando, como sempre de tradição, era a minha comida preferida. Estávamos conversando e rindo, porém ficamos em silêncio quando ouvimos alguns sons vindos do lado de fora, algo batia na porta enquanto soltava uns grunhidos. Meu pai disse que iria ver o que era, ele achou estranho sim, mas não pegou nada para se defender, ele não sabia o que tinha atrás da porta.

Aquela coisa pulou nele e arrancou com os dentes um pedaço do seu pescoço. Meu pai tentou lutar mas se desequilibrou, batendo a cabeça na quina de uma mesa de centro e então caiu desacordado, formando uma poça de sangue envolta da sua cabeça. Eu já tinha ouvido falar em drogas que transformava pessoas em canibais, mas não era o que parecia, aquilo tinha uma aparência podre, cabelos caindo, olhos fundos e sem brilho, sem falar do líquido espeço que saía de vários pontos do seu corpo.

Minha mãe estava em choque, chorava e gritava em prantos enquanto eu olhava aquilo perplexa. Ela tentou correr até meu pai mas eu a segurei, sabia que aquilo faria o mesmo com ela.

Ele veio para a nossa direção, eu sem saber o que fazer, sem saber para onde fugir, corri até a cozinha e peguei uma arma que tínhamos no armário, meu pai tinha me ensinado a atirar.

Eu mirei na cabeça daquilo e atirei, os miolos dele agora estavam espalhados na parede.

Minha mãe correu e sentou ao lado do meu pai e ficou ali chorando, era tarde demais para chamar uma ambulância, liguei para a polícia, a atendente disse que não podia fazer nada, que era pra ficar em casa e tomar cuidado com eles.

Ouço um grito alto, olho pra minha mãe e meu ex-falecido pai agora devorava a coxa dela. Eu sabia que não era aquele monstro não era meu pai, ele estava igual o outro cara que eu tinha acabado de matar. Sem hesitar eu atiro no peito dele. Nada. Eu começo a entrar em desespero. Miro na cabeça e atiro. Ele cai no chão.

— MÃE! — eu gritei correndo até ela chorando.

—Vai acontecer o mesmo comigo! — ela chorava — Você tem que me matar!

— NÃO!

— Seja forte Julie, isto é maior do que imaginamos. Vá embora daqui, vá para um lugar seguro e não confie em ninguém — essas palavras eu levei para o resto da minha vida

— Eu te amo mãe — a abracei.

— Também te amo — ela retribuiu com um sorriso fraco

Comecei a cantar baixinho uma música que minha mãe adorava. Peguei uma faca e sem que ela percebesse eu a enfiei no seu pescoço, garantindo que ela não "voltaria".

Na manhã seguinte peguei uma mochila e separei o máximo de roupas possível, comida e alguns medicamentos, peguei três facas na cozinhas, a arma, duas caixas de munição e uma barraca que eu achei. E embora estivesse muito assustada, eu sai de casa. E agora estou aqui, sozinha, andando e comendo esquilos... Já faz seis anos.

Uma gota de chuva afasta meus pensamentos

— Droga. — digo olhando para o céu fechado, eu precisava achar um lugar para passar ou montar a barraca rápido.

Corro um quilômetro pela rua até achar uma cabana pequena, bato na porta e não tinha nada nem ninguém ali, ótimo, é aqui que eu vou ficar...


556 palavras. Revisado (2.0)

I Need You (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora