Outro Mundo

Capítulo 4

 ~Gustavo on~

O sino toca nos informando o final da aula, então vejo uma garota muito atraente na porta da sala.

-Ali ó, a gatinha que eu te falei do segundo ano – diz Orelha.

Então vou até a porta, mas quando chego perto, um cara que estava saindo da sala a abraça.

-Orelha, ela tem namorado. – digo.

- Uai, e quando você se interessa se a garota tem namorado ou não? Vai lá cara, nenhuma garota diz não pra você.

-Tá bom, a gente se vê mais tarde – digo saindo e procurando-a, até que me esbarro na Natasha.

-Oi Gustavo, me dá uma carona em casa? – pergunta Natasha,

-Olha desculpa, mas agora não dá - digo continuando a procura dessa garota.

-Quem você está procurando? – ela pergunta em um tom ciumento.

-Natasha agora não. – viro-me, mas ela me puxa.

-Gustavo você não vai me deixar na mão agora né? – a encaro até que vejo a garota ruiva na saída, Natasha percebe e me olha furiosa. – então é aquela garota? Sabe o que eu ouvi falar dela? Que ela mora lá no Morro Preto, o bairro mais pobre da cidade, sério que você quer pegar ela?

-Natasha não me enche, vai embora com o Orelha, a gente se vê mais tarde. – digo indo na direção da garota ruiva.

~Gustavo off~

~Manu on~

O sino bate então, vou direto para a porta da sala do meu irmão para irmos embora em seu carro.

-Oi mana – ele diz me abraçando.

-Oi, vamos pra casa? – pergunto.

-Olha, é que hoje eu vou conhecer uma gata. – ele diz.

-Ah, então eu vou ter que embora sozinha? – digo para que ele mude de ideia.

-Logico que não, liga para o motorista que ele vem te buscar, deixa eu te passar o numero dele. – ele diz pegando seu celular e me passando o número do Rodrigo, o motorista.

~Manu off~

~Gustavo on~

Quando desço as escadas do colégio a vejo na calçada esperando alguém, então fui até ela.

-Oi gata – digo.

-Oi – ela diz um pouco desconfiada.

-Então sou aluno daqui estou no 3° ano – fica um silêncio desagradável – tudo bem vou direto ao assunto, vai querer uma carona?

-Não, meu motorista vai vir, aliás, eu vou ligar para ele agora – como assim? A Natasha me disse que ela morava no bairro mais pobre da cidade, e ela diz não pra mim?

-Olha não precisa ficar com vergonha, não tem problema nenhum eu te levar até sua casa, eu já estou acostumado a levar as garotas em suas casas.

-Eu não estou com vergonha, já disse meu motorista vai vir. – ela diz pegando seu celular, que por sinal é bem moderno.

-Entendi a sua, está com vergonha que eu te leve até a sua casa por que mora no Morro Preto. – digo triscando seu rosto.

-Morro Preto? Que lugar é esse garoto? – ela diz se afastando.

-O lugar onde você mora uai – digo.

-Garoto eu nunca ouvi falar desse lugar, e só pelo nome fico arrepiada, agora me dê licença que eu preciso fazer uma ligação.

-Então me prova – digo pegando seu braço.

-Tá bom, vou te provar que eu não moro nesse lugar, já que você faz tanta questão assim. – ela diz com um olhar desafiador.

-Vou buscar o carro. – digo indo para o estacionamento do colégio.

~Gustavo off~

~Manu on~

Estou esperando um garoto maluco e muito lindo que ficou implorando para que me desse carona, serio não entendi, ele começou a falar que eu moro no Morro Preto, sendo que eu nunca ouvi falar sobre esse lugar. Até que ele chega em uma Hilux preta, muito bonita, espero ele descer e abrir a porta para mim. Ligo a rádio e começo a escolher, até que para em uma musica legal.

-Você conhece o Condomínio do Vale? – pergunto.

-Ah, você quer ir lá pra casa é? – ele diz jogando charme e rindo.

-Sua casa? O que eu vou fazer na sua casa garoto? Eu moro nesse condomínio. – digo alterando minha voz – alguém já te disse que você é muito metido?

-Estou fazendo um favor pra você, e você me chama de metido. – ele diz também alterando seu tom de voz.

-Porque você insistiu. Por mim eu teria ido embora com meu motorista.

-Garota para de mentir eu sei que você mora no Morro Preto.

-Agora você esta sabendo mais do que eu? Eu sei onde eu moro, mas que teimosia. Para esse carro que eu vou pedir pro meu motorista vir me buscar. – digo impaciente.

-Não, se você está falando que mora no condomínio eu vou te levar até lá – ele diz.

-Credo que insistência – fica um silêncio desagradável - meu nome é Manuela.

-Gustavo.

Depois disso não falamos mais nada, até que chegamos ao condomínio.

-Casa 37. – digo.

-Chegamos – ele para o carro em frente a casa - Então você mora aqui?

-Sim.

-Nossa, que diferença do Morro Preto. – ele diz provocando.

-Garoto, esquece esse lugar, que eu nem conheço tá.

-Quem garante que você não trabalha como epregada. – diz Gustavo.

-Você esta curtindo comigo né, olha pra minha cara de que eu vou trabalhar como empregada, nada contra, mas eu não trabalho – falo – ou você quer que eu também te prove?

-Gostei dessa segunda opção – ele diz se aproximando de mim, então o empurro e desço do carro.

-Se você quiser entrar, vem logo. – digo, então ele desce do carro.

Toco a campainha, até que Isabel abre a porta. Minha mãe desce as escadas e vê o Gustavo entrando em casa olhando o lar.

-Minha filha, namorado novo? – ela pergunta toda satisfeita e andando em direção a Gustavo.

-Mãe, ele não é meu namorado tá, que mania de achar que todo garoto é meu namorado. – digo impaciente.

-Ah desculpa minha filha, mas então quem é ele?- pergunta Jane.

-È um garoto qualquer da escola. – falo sentando no sofá.

-Ah, vou chamar seu pai, licença – ela diz saindo da sala.

-Um garoto qualquer? Você não sabe quem sou eu né? – ele me pergunta.

-Não e não gostaria de saber. – digo.

-Você é bem grossa alguém já te disse isso? – ele diz rindo torto e debochando.

-Tá, você já sabe que eu moro aqui, conhece até minha mãe, satisfeito? – digo levantando e indo até a porta, até que ele me puxa pelo braço.

-Não precisa se fazer de difícil – ele diz se aproximando, até que meu pai chega.

-Oi minha... – ele para um pouco assustado – estou atrapalhando alguma coisa?