Prólogo

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Antes de tudo, essa é minha terceira fanfic Camren. Eu não pretendia escrevê-la ou escrever qualquer coisa agora, até que minha namorada decidiu me dar a ideia disso (thanks, luv). Comecei a escrever sem gás nenhum e no meio do primeiro capitulo percebi o quanto amo isso e o quanto realmente quero escrever essa fanfic. A história já está toda formada na minha cabeça e espero não me perder no meio dela, como já fiz antes. Espero que vocês gostem do enredo da fanfic. Obrigada por darem uma chance a ela e lerem, boa leitura.

O trânsito caótico que cercava Lauren piorava mais a cada minuto. Carros, motos, ônibus, bicicletas e milhares de pessoas corriam contra o tempo ao seu redor. Quando saiu de Nova York esperava encontrar alguma paz em sua vida, mas Paris a trouxe o oposto completo disso. A cidade era movimentada a todo momento, às vezes mais ainda que a megalópole americana. O enorme fluxo de turistas de todo o mundo que inundavam as ruas da cidade crescia dia após dia, tornando sua vida cada vez mais difícil.
Seguiu pela rua Copernic virando à primeira direita e desceu as escadas apressada. Corria em seus saltos pretos equilibrando duas pastas no braço, na esquerda carregava uma bolsa preta e sua carteira. A Victor Hugo era uma das mais antigas e mais famosas estações da capital francesa e também um dos lugares favoritos da mulher. Suas linhas rodeavam quase toda a cidade, buscando e levando pessoas durante o dia todo. Infelizmente, era também uma das mais lotadas. Lauren passava pela estação duas vezes ao dia pelos últimos três meses às seis da manhã e às sete da noite. Não era tão grande como a Estação Central de Connecticut, mas ainda sim era enorme. No setor principal da estação era possível encontrar padarias, cafés, restaurantes, lojas de suvenir e instrumentistas tentando ganhar alguns trocados por todo lugar.

Saiu pelo corredor principal tentando equilibrar as pastas nas mãos. O setor era o maior da estação desde sua criação, era espaçoso e o teto tão alto quanto um prédio de dez andares. Os lustres que iluminavam o local eram encantadores o suficiente para carregar olhares de quem por ali passava por bons segundos. Lauren era uma das pessoas que sempre fitava o teto da estação. Achava-o lindo e bem desenhado, cada detalhe da arquitetura daquele lugar havia sido planejado. Enquanto olhava para cima sentiu um impacto na lateral do corpo, quase deixando as pastas caírem.

- Olha por onde anda! - um homem baixinho gritou para Lauren após esbarrar em sua cintura. Se não soubesse o caminho decor, Lauren teria caído diversas vezes

Estar atrasada para uma reunião não era nada bom àquela altura do campeonato. Finalmente chegou no setor nove e avistou o letreiro azul da Le Clos, uma cafeteria tão grande que ocupava quase toda a seção. Cumprimentou a jovem dentro do caixa a quem já conhecia de vista e pediu o mesmo de quase todas as manhãs, um capuccino extra forte com essência de baunilha. Três minutos depois correndo pela estação com as pastas em uma mão, a bolsa e o café em outra, até finalmente chegar ao seu guichê. Com muita dificuldade retirou o cartão da carteira e pressionou o objeto contra o sensor, liberando a catraca. Depois continuou correndo até o primeiro banco que viu e sentou-se, finalmente descansando a bolsa ao seu lado. Seu trem passaria dali sete minutos, o que lhe dava algum tempo para tomar o capuccino.

Destampou o copo e sentiu sua garganta agradecendo pela cafeína. Precisava acordar e precisava de café, principalmente um forte como esse. Ao seu redor várias pessoas começavam a se acumular, estava na hora do meia quatro. O meia quatro era um trem que passava todos os dias na Victor Hugo exatamente às seis e quarenta e três da manhã, ele nunca atrasava e nunca adiantava. Era o trem mais esperado da estação, por passar por quase toda a cidade e também a área industrial, onde sessenta por cento das pessoas ali trabalhavam. Aquele trem era um inferno. Lauren pegara ele uma única vez nos três meses; sentiu-se como uma sardinha enlatada num microondas por quase uma hora.

O meia quatro chegou. Formigas. Lauren enxergava aquilo como várias formigas correndo de alguém que inundava um formigueiro. Era gente demais, correndo demais, gritando demais. Trinta segundos e os vagões estavam lotados, quem ficou perdeu, teria que esperar mais meia hora. A estação estava bem mais vazia e Lauren finalmente voltou a tomar seu café. Ou quase isso.

- Alguém ajude! Alguém ajude, ela foi pisoteada!

No meio do pátio um homem calvo gritava por ajuda fazendo todos olharem em sua direção, inclusive a mulher que segurava o copo. Lauren se levantou deixando suas coisas no banco e correu para perto, a princípio por pura curiosidade. Quando se aproximou mais enxergou, ao lado do homem ajoelhado, uma mulher caída. Seu abdômen estava sangrando e em sua perna direita uma fratura exposta no fêmur assustava quem olhava. Seu rosto também sangrava bastante e sua mão direita estava completamente esmagada. Todos observavam abismados demais para fazer algo.

- Alguém chame uma ambulância agora! - o homem gritou de novo e Lauren acordou, buscando o celular em seu bolso e discando os três números.

- Disque emergência, em que posso ajudar?

- Uma mulher foi pisoteada na Victor Hugo, no setor três.

- Ela está viva?

Lauren chegou mais perto e ajoelhou ao lado do homem, colocando os dois dedos no pescoço ensanguentado da mulher. Sentia seu sangue pulsando e pôde ver seu peito subindo.

- Por pouco. Droga, não demorem!

A mulher desligou o celular jogando-o para o lado, ainda sentindo o pulso da outra.

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