Catástrofe

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Era noite e Abel andava pela floresta. Carregava seu machado e carne consigo. Estava frio e a noite era de lua cheia, ele usava casaco de pele do lobo que matara pela tarde. Perto havia um lago congelado em que remetia muitas lembranças de seu pai e ele treinando quando ele nao sabia nadar, que eram no mínimo dolorosas e no máximo felizes, a lua lhe trazia uma calma que só ela conseguia lhe trazer e como só havia ele, o silêncio lhe trazia uma calma estranhamente forte em vez de um medo súbito e crescente em meio aquela escuridão.
Avistou a luz de uma fogueira ao longe, no fim do caminho e seguiu a luz para se guiar. Chegando na luz, avistou a garota que tem trazido felicidade para ele nessas últimas semanas como nunca haviam. Ela era a mais linda.
-Oi abel-disse com um tom acolhedor.
-Oi Ariel- ele responde de maneira, digamos...idêntica.
Os dois sentaram um ao lado do outro e colocaram a carne para assar nos palitos de galhos. Eles estavam tão próximos um do outro, mas pareciam estar tão longínquos.
-Como vai os treinos?-perguntou Abel.
-Vão bem.....bem.....aprendi a lançar facas...
-Uau! Que incrível Ariel!
-Obrigado kkkkk- disse envergonhada.
-Eu sempre quis aprender algo assim, mas nunca chance, ele sempre dizia que isso não ia me ajudar numa luta.
-Humm- não disse nada.
Ela tocou sua mão e olhou para seus olhos, no que Abel respondeu. Ela chegou mais perto e ela colocou o braço por detrás de sua cintura. Levemente Abel beijou a orelha dela e susurrou algumas palavras e nesse momento se olharam fixamente, como se pudessem ver através um do outro. Estava quente apesar de ser inverno. Um beijo cálido e amoroso, seguido de um mais forte.
(Espera)
Eles começam a se beijar com calma, meio sem jeito, mas com ações e idéias que refletiam bem a frase:"O importante é tentar". A intensidade começou a ficar mais e mais forte. Ela sentou em seu colo e ele tirou sua camisa, não importando a de qual, alguma havia de sair.
Ele colocou-a lentamente no chão e foi tirando as coisas do caminho: sacolas, carne, galhos, calças....
Estava tudo indo bem, até sentirem o cheiro de queimado do churrasco. Abel foi o primeiro a levantar, mas como as calças estavam nos joelhos ele tropeçou e caiu no chão como uma pedra. Ariel começou a rir dele enquanto colocava as calças.
-Ai minha barriga!
-Para de rir....
-Kakakakakakaka (não dá) kakak.
-Me ajude a pegar a carne queimada.
-kakakaTákakakakaBom-Ariel abraçava-o e beijava sua bochecha.
Pegaram tudo e foram andando pela floresta, pois poderiam atrair animais e não era seguro estar por ali. A floresta estava estranhamente gélida para o início do inverno e os lagos já haviam congelado.
-Estranho...-disse Ariel.
-Realmente, está muito frio e ainda estamos na passagem do outono pro inverno. O mais estranho é que.....Nossa.....
Nesse momento ele viu uma das cenas mais terríveis de sua vida e que infelizmente, não seria a única. Corpos de aldeões de onde vivia estavam jogados ao chão praticamente despedaçados.
-O que aconteceu aqui?!-gritou ele.
-Abel?...Pelos deuses! O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI??-berrou Ariel.
Com isso eles deram um passo para trás pasmos com a cena, mas Abel sabia que não era a hora de ficar ali assustado.
-Ariel, vamos voltar ao vilarejo e avisar a todos.
-Mas eles..
-Não podemos fazer nada-disse ele com muito pesar.
Ariel conhecia alguns que estavam naquele barranco e por isso enquanto corriam falou:
-Abel, esses montro ou monstros não são normais. A maior parte dos que estavam mortos eram soldados guerrilheiros de alta experiência que meu pai chefia e eles foram mortos como se fossem galhos.
Abel escutou isso e acelerou o passo, pois tinha um pressentimento de ser algo pior que só um animal.
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Bers corria para a cidade atrás de Abel."Merda, onde ele se meteu!!", pensou. Havia varias pessoas devido ao festival da cidade de fim de outono. Músicas, bêbados e grupos de dança dificultavam o trabalho de Bers. Ele foi cortando caminhos até sentir uma mão em seu ombro.
-Bers??
-Zarachi?
-Bers, amigo!!- deu um abraço nele- o que aconteceu? Parece preocupado.
Sua marca ardia quaso mortavelmente.
-Só estou procurando Abel.
-Cara, você não parece nada bem, por que nao vamos nos sentar e beber um pouco?
-Desculpe Zarachi, mas realmente não posso.
-Qual é, novo como Abel é deve estar no cangote de alguma dama a uma hora dessas! Venha beber!
Bers caiu no chão o que assustou Zarachi.
-Pelos deuses, Bers! O que aconteceu?!
-Abel...Ele está....em perigo..
- O quê?!
Nesse momento ouviu-se gritos vindo da entrada norte perto dali, mas tão altos e horríveis de morte que até a música alegre não conseguia escondê-los.
-O que está acontecendo?!....Espere, Bers!
-Eu preciso ir, se não Abel vai morrer!
Zarachi negou.
-Eu vou com você, afinal de tudo, eu nunca recuso festas!
Bers assentiu e pegou seu machado da cintura. Eles podiam ver as chamas vindas da entrada norte do vilarejo que faziam fumaça advinda da destruição.
-Você sabe o que está acontecendo? -perguntou Zarachi.
-Não sei, mas tenho pressentimentos.
- Como assim?
Bers fez uma pausa em sua voz enquanto corriam em direção ao portão.
- Klárix apareceu aqui.
Zarachi absorveu isso como um insulto.
-O que aquela vagabunda está faxendo aqui?!!
-Eu não sei, mas quando a vi ela parecia estar trabalhando para alguém que a botasse medo- ele fez uma pausa e olhou oara seu amigo- nunca a vi tão assustada.
Zarachi ficou pensativo.
-Bem, o único jeito e indo lá e perguntar pra algum desses cretinos!
Bers assentiu. Apesar da falta de arreios do amigo, ele continuava sendo totalmente atento a situação.
Chegando ao local, parecia ser o inferno: pessoas queimadas no chão como se fossem churrasco, casas e comércios destruídos e tudo estava em chamas. Eles se apreoximaram de pessoas que estavam em estado de choque.
-Ei! Vá embora daqui, é perigoso! !- Bers tentava dialogar, mas o homem só sabia tremer- ....Merda!
-Bers, lá vem eles!- gritou Zinpachi.
Bers olhou para o portão e viu nele o pior tipo de monstro para aquela situação.
-São Lobisomens! Zinpachi, vamos pegar os aldeões e nos retirar!
-Pois bem!!-Zinpachi pegou duas crianças e os que ainda estava maio sãs foram controlando o grupo seguindo Zinpachi. Bers vinha atrás de todos cobrindo a reta guarda enquanto os lobos não os notavam. Nesse momento uma das crianças começou a chorar chamando a atenção dos lobisomens, que com muita raoidez começaram a correr atrás de Bers e Zinpachi.
-Vão!!!!- esperneou Bers que acertava baldes na direção deles para atrasa-los-Zinpachi leve eles para o cais.
Zinpachi se assutou com a subita parada do amigo que naquele momento era o que havia entre os predadores e a presa.
-Você está doido?!
Bers olhou nos olhos de Zinpachi como ele olhava nos tempos de guerrilha do exército.
-...Sim...Senhor- virou-se aos outros-Vamos rápido.
Eles iam correndo e se desaproximando de Bers que via os lobisomens se aproximarem mais e mais.
- É, está na hora de ser o herói pelo menos uma vez...

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Abel e Ariel estavam correndo em direção a vila quando de súbito um monstro pulou em sua frente e começou a rugir.
-Mas que...
Abel mal terminou de falar e o animal ja havia partido para cima dele. Abel desviou com dificuldade e escorregou num barraco, pondo-se a cair.
-Abel!- gritou Ariel.
Ariel percebeu que o animal corria para atacar Abel. Pegou uma pedra e acertou a cabeça do monstro que atraiu sua atenção a garota. Abel pulou em cima dele e tentou acertar suas costas, mas foi arremessado com um soco.
-Merda!!- abravou-se Abel.
A luz da lua conseguiu chegar ao solo pelas fendas das longas árvores de inverno.
-Mas o que é isso??
Abel vinha em sua frente um lobisomen com dois metros e meio de altura.
O lobisomen não parou e começou a atacar Abel, o que fez Abel perceber: "por que ele está só me atacando?".
Ariel pegou suas facas e acertou uma na mão do lobo que ficou cravada na árvore.
-Vamos Abel!!
- Sim!
Nesse momento, o lobisomen viu que Abel ia embora e entrou numa crise tentando arrancar a faca da árvore, até que cortou sua mão deixando-a na árvore.
-Abel!! CUIDADO!!
Ariel pulou na frente de Abel e levou um ataque do lobisomen que fez ela voar até a próxima árvore.
-Pelos....
O monstro grunhiu e Abel não conseguia se mexer. Estava vendo ali sua namorada morta. Seu coração começou e pulsar mais rápido, seus músculos começaram a inchar e endurecer e ele não conseguia pensar em mais nada a não ser...
-Você está morto...



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⏰ Última atualização: Sep 16, 2016 ⏰

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