1850-França
-Corra! vamos acabar nos atrasando.
Margot, minha parceira de trabalho e amiga de infância está mais agitada do que o normal, deve ser por causa dessa reunião de inventores. Ela é hiperativa desde que a conheço, e posso afirmar que faz muito tempo mas nunca vi ela tão empolgada com algo desde que ela tinha dez anos, sua imagem jovial permanece intacta nem parece que aquela menina de cabelos cor de ferrugem, sardas no rosto e trancinhas no cabelo se tornaria a inteligente mulher que ela é hoje.
Me apressava para fechar as portas do edifício Crown, eramos os últimos no prédio. Margot corre me puxando pelo braço, com o estresse do trabalho nem havia percebido que já estava de noite, as estrelas decoravam o céu com suas luminosas belezas, era noite de lua cheia e estava frio, por sorte estávamos bem agasalhados com roupas de couro, sobretudos e chapéus. Entro na carroça que nos aguardava em frente ao edifício logo atrás dela, o cocheiro devia estar congelando naquele frio.
-Dr. Lemon, para onde?- O cocheiro se esforçava para falar com sua voz trêmula em meio aquele frio todo.
-Para a Convenção- Margot não esperou nem eu abrir a boca para falar algo.
A viagem foi rápida seguimos sem falar nada pois estava frio demais e cada um só queria se aquecer, com exceção da Margot que não se conteve em falar sobre engrenagens, válvulas e máquinas a vapor. Chegando na Convenção, logo na entrada havia muitos admiradores da ciência, nobres e inventores amantes da descoberta e fascinados pela inovação, com certeza não era lugar para mim. Entramos no local, era cheio de lustres de cristais pendurados no teto, buscamos um bom lugar mas tudo o que encontramos são dois assentos no canto esquerdo, pois os outros já estavam ocupados.
Começa então o tão aguardado discurso, o orador era um homem de cabelos grisalhos, nariz pontudo e com muitas medalhas na sua vestimenta.
-É o grande inventor Pierre Joseph!-Exclamou Margot, seus olhos brilharam quando ela falou, ele realmente deve ser importante- ele é um burguês que investiu sua riqueza em invenções a vapor.
Dou uma olhada no meu relógio de bolso, que foi um presente dela para o meu aniversário de vinte anos, era de ouro e detalhado, mas de acordo com seus ponteiros não tinha passado nem dez minutos desde que o Pierre começou a falar. Eu já não aguentava mais ficar ali sentado não entendendo nada do que ele falava, me levanto e vou dar uma volta, afinal não tenho muita afinidade quando o assunto é ciência, meu trabalho é nas ruas como investigador. Encosto em um dos pilares e puxo um cigarro à minha boca e um isqueiro a mão "Lenny Lemon", já até tinha esquecido que havia mandado gravar meu nome neste isqueiro, as chamas acendem o cigarro e a fumaça dança diante dos meus olhos, fumar realmente me acalmava.
Um grande estrondo toma conta do lugar, sem pensar duas vezes corro o mais rápido possível para achar Margot, uma coisa que meu trabalho me ensinou é que estrondos nunca são bons sinais e aquele parecia uma explosão. Chego em frente a porta do grande salão onde ela estava e entro o mais rápido possível, mas eu não conseguia acreditar no que os meus olhos viam...
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O Gato e o Relógio
Ciencia Ficción1850 na França, a tecnologia havia avançado bem mais do que o previsto em dez anos. O Investigador Lenny Lemon tem sua vida completamente alterada em uma convenção de inventores e passa a lidar com casos estranhos, conspirações e serial killers.