Decisão.

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A verdade era que eu não estava nada feliz com o plano de Seungkwan para acalmar a mãe dele, mas eu tinha duas opções: eu podia ficar com raiva e fazer birra ou podia esquecer tudo aquilo e aproveitar o tempo que ainda nos restava ali.
Eu decidi me aproveitar, eu tinha esperado muito por aquele momento.
Nos nossos dez anos de amizade houveram muitos momentos em que estive sozinho com Seungkwan e a diferença era que dessa vez eu estava consciente de sentimento que não tinha antes.
Ele começou a contar como estava sendo os ensaios dele no clube de canto e eu não conseguia prestar atenção em nada do que ele dizia pois meus olhos estavam grudados nos lábios dele acompanhando cada movimento, cada abrir e fechar.
Não existe nada mais difícil do que dar um primeiro beijo em alguém. Tudo tem que está em perfeita sintonia para que duas pessoas resolvam colar suas bocas uma na outra.
As duas têm que querer, tem que haver o lugar certo, o momento certo e o mais difícil de tudo o primeiro passo, aquele impulsionar de corpo que inicia tudo, tem que ser com o concentimento vindo dos olhos da outra pessoa.
Era triste constatar aquilo, mas Seungkwan não tinha aquele olhar não havia nada na expressão dele que demonstrasse que ele queria me beijar.
E isso era óbvio se ele tinha ido se encontrar comigo para conversar sobre um plano que provasse para a mãe dele que nós dois não tínhamos uma relação amorosa, ele não podia me olhar como se quisesse me beijar.
"Sengankwan eu machuquei meu ombro no ensaio"
Eu tinha machucado o ombro, na verdade eu cai meu sem jeito e fiquei com o ombro meio roxo. Não foi nada de mais, mas eu sabia o quanto ele ficava preocupado quando eu me machucava.
"Deixa eu ver, foi muito grave? Você deslocou o ombro?"
Ele era pior que minha mãe.
Eu verei de costas pra ele e tirei minha camisa.
"Ah! Isso não é um machucado de verdade."
Ele bateu em cima do meu machucado e claro eu fiz um bom escândalo.
"Aí! Tá doendo de verdade"
"Bebezinho"
Ele começou a fazer o que ele faz de pior, suas duas mãos foram parar nos meus ombros e ele começou a fazer ali o que ele chama de massagem.
Eu segurei minha dor, mesmo com aqueles apertos dolorosos era bom ter ele me tocando.
"Sengankwan suas massagens são horríveis"
Eu deveria ter ficado calado, eu sei, mas não podia perder a oportunidade de provocá-lo.
"O que? Minhas massagens são maravilhosas, você devia se sentir honrado por receber uma massagem minha"
Ele apertou ainda mais meus ombros depois envolveu seus braços no meu pescoço e colou seu peito em minhas costas.
Eu aproveitei o máximo que pude de todo contato que tivemos naquele dia.
Eu pensei que teríamos muito tempo e quando a hora de ir embora chegou eu estava outra vez abraçado a ele sem querer sair daquele Abraço.
"Eu queria ir na sua casa no fim de semana também, eu ainda nem conheço direito esses meninos do clube de canto"
Ele me apertou mais nos braços dele pois falei com voz de choro.
"Não vai demorar muito pra tudo voltar ao normal"
"Eu achei que iríamos usar outra tática pra convencer sua mãe"
Ele me soltou e me observou esperando que eu desse uma idéia melhor que a dele.
"Pensei em fazer greve de fome e de tomar banho"
Ele conteve um sorriso.
"Você sabe que eu não ia conseguir fazer greve de fome"
"Nem por minha causa?"
"Hansol você também não ia conseguir, você não gosta tanto assim de mim"
Eu o abracei de novo
"Eu te amo muito, eu te amo ainda mais depois disso tudo"
Se eu tivesse coragem o suficiente para dar aquele primeiro passo, aquele seria um bom momento para um primeiro beijo.
Eu tinha que esperar mais um pouco. ia esperar até que ele me desse o olhar certo.
"Eu também te amo muito"
Definitivamente os nossos 'eu te amo' não estavam sincronizados. O meu tinha um significado totalmente diferente do dele.

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