O Ilustrador do Mal

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P.O.V. Chat Noir

Havíamos acabado de sair da "caixa invisível" na qual o Ilustrador nos prendera ( só para deixar claro; escapamos graças a mim) e corríamos pela rua à sua procura. Realmente pensei que o encontro falso com Marinette ia funcionar, mas ele ainda estava a solta. Eu nunca tinha percebido que o Nathaniel estava afim da Marinette, e somos da mesma sala! Não sei como deixei algo tão obvio assim passar na minha frente sem perceber...

Nós corremos lado a lado atrás do vilão (o que, pensando bem, foi estranhamente familiar), até que o encontramos no meio de uma praça. Ele desenhara uma metralhadora no ar e estava ameaçando atirar em uma garotinha.

- Entregue seu Miraculous Chat Noir! Ou atirarei na menina!

A menina estava congelada de pavor, encarando fixamente a metralhadora flutuando na frente do seu rostinho. Tinha que salvá-la, mas estava totalmente impotente.

- Nathaniel, abaixe a arma- Marinette começou a falar. Tinha que lhe dar crédito; é realmente algo muito corajoso ( ou muito estúpido) tentar acalmar um maluco armado- Vamos conversar com calma, ok } Esse não é você! Só por favor abaixe a arma, por mim...

- Meu nome NÃO É NATHANIEL! Eu sou o Ilustrador do Mal! Agora passe o Miraculous Chat Noir ou a garota morre!

P.O.V. Marinette

Isso não está nada bom. Chat não pode entregar o Miraculous, não podemos deixar essa menina morrer, e eu não posso me transformar agora!

Pense Marinette, pense!

Espera aí... atrás do Ilustrador, aquela é... a Alya! Ele ainda não a notou.Quase choro de alívio, nem tudo está perdido. Ela apontou para si mesma, e para a criança e depois para o Nathe e para mim e fez o sinal de enrolar com os dedos. Entendi. Tenho que enrolar, mas como?Nathe tem uma quedinha por mim, talvez se...

-Entregue o anel, AGORA!- A arma tremeu enquanto o Ilustrador ficava mais impaciente. Alya se aproximava por trás da menina, mas ainda estava longe e, se o vilão a visse, poderia metralha-la também. Chat não a vira, e estava quase tirando o anel...

- Sabe por que eu nunca sairia com você, Ilustrador?- ele olhou para mim. Ótimo, só preciso mante-lo distraído. Tenho que dizer alguma coisa maldosa. Se eu fosse a Chloe, o que eu diria? - A verdade? Quem sairia com você quando se tem ele por perto?- Apontei pro Chat.

-ELE!?!?

- EU!?!?- Chat me olhou espantado. Ai meu Deus, gato lerdo! Lancei para ele meu olhar de "Entra na onda, é uma distração!" Graças a Deus ele entendeu. Todos esses meses como parceiros nos tornaram bons em ler as expressões uns dos outros. Bom saber que funcionava mesmo sem a minha máscara.

- É isso aí!- Chat instigou- Você nunca teve nenhuma chance com ela!

- Como eu poderia prestar atenção em um garotinho que acha que consegue desenhar alguma coisa quando o grande herói de Paris está logo ali?- Isso foi cruel, acho que estou passando tempo demais na mesma sala que a Chloe. Mas estava funcionando! O Ilustrador estava nos olhando fervendo de raiva e Alya estava quase alcançando a menina. A esse ponto,Chat já a vira e sacou o plano.

- E seus desenhos são horríveis!- gritou Chat

- COMO OUSAM?!?! VOCÊS VÃO VER SÓ!- Ele estava muito ( muito!) bravo. Mas ao invés de se voltar para mim e Chat e atirar em nós, ele fez menção de se virar para a garota. Alya estava lá também. Ele iria atirar nas duas. Levou menos de um segundo para eu e Chat entendermos isso.

O que houve em seguida aconteceu tão rápido que eu não tive tempo de reagir.

P.O.V. Chat Noir

Eu a beijei.

Pensei que isso captaria a atenção (e a fúria) do Ilustrador para mim, então eu a puxei pela cintura e a beijei. Uma decisão rápida e lógica que fazia todo o sentido...

Até que ela correspondeu o beijo e pôs a mão na minha nuca ,me puxando para mais perto, e então nada mais no mundo fazia nenhum sentido. Ainda existe um mundo lá fora, não é? Eu não conseguiria dizer. Com ela me beijando eu poderia esquecer até o meu nome. Ele começa com ... B, certo?

Infelizmente (Ministério da Saúde Adverte:), esquecer que você está na frente de um maluco armado que quer te matar pode ser prejudicial a sua saúde. Eu não deveria ter me distraído.Se ele simplesmente atirasse em mim, eu provavelmente morreria sem nem reparar que tinha alguém tentando me matar. Mas o Akumatizado deu um grito de raiva, que me despertou do meu torpor e me deu alguns segundos para agir. Puxei Marinette para trás de uma árvore enquanto uma saraivada de tiros cobria o lugar em que estávamos há apenas um instante. Pelo menos Alya e a garotinha já deviam estar correndo para longe.

- Marinette, eu vou distraí-lo e aí você corre para segurança, ok? - Olhei para ela; seu rosto estava pálido, parecia que tinha visto um fantasma, devia ser por causa dos tiros, esse lance de adrenalina e perigo não é para qualquer um.

Não acredito que baixei a minha guarda daquele jeito durante o beijo! Eu podia ter nos matado!

Ela assentiu e eu saí da nossa trincheira, pronto para levar o Ilustrador para longe e dar a Mari tempo de fugir.

P.O.V. Marinette

Eu escutei os sons do Chat levando a luta para uma outra rua. Bom. Agora eu tinha um segundo para pensar em QUE DIABOS FOI AQUILO?!?!

O "showzinho" de terror do Nathe deixou a praça vazia, então abri a bolsa e deixei Tikki sair.

- Anda Marinette, você tem que se transfor...Por que você está tão pálida?

Por que?!Chat Noir me beijou, droga! Eu entendo que ele fez isso só para distrair o Ilustrador, o que eu não entendo é porque eu gostei tanto! Eu não devia gostar! Eu não devia ter correspondido ao beijo daquela forma tão... verdadeira! Ele é meu parceiro, faça-me o favor! O beijo dele não deveria me fazer... Espera! O que eu estou pensando?

- Nada Tikki, bobagem minha, vamos nessa. Transformar!

Já transformada em Ladybug, encontrei-os a uma quadra de distância e, depois de uma boa luta, purifiquei o Akuma e tudo voltou ao normal. Para minha sorte, Nathe não se lembra de nada do que eu disse ou do beijo. Isso reduz a lista de pessoas que sabem da existencia desse beijo a mim, Chat, uma garotinha aleatória e a Alya... Ah não! A Alya! Ela vai me encher com isso para o resto da minha vida!

Me despedi rapidamente do meu parceiro. Não conseguiria encará-lo naquele momento, precisava ir para casa.

Eu tinha muita coisa pra pensar...

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