Tempos Ruins

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*Desculpem se houver erros

Desesperado desci na recepção e exigir uma resposta,  ameacei chamar a policia e o "escambal."
Ate que o gerente apareceu e me levou ate uma sala de segurança,  disse que com isso poderiamos saber se algo ocorreu a ela, pelos videos eu pude ver ela saindo pelo saguão principal com a mala, um short jeans regata e oculos escuros, parecia que estava com pressa e chorava mais não pude confirmar.
Eu estava desnorteado,  busquei em minha memoria algo que a fizesse ir embora,  mas não tinha nada,  a gente tinha acabado de se casar,  tava tudo bem horas atrás,  o que houve?
Por que ela me deixou?
— Eu sinto muito senhor.  – a voz do gerente me tirou dos meus devaneios,  eu assenti com a cabeça incapaz de falar, sai da sala e fui para o nosso quarto, ou melhor, meu quarto. Eu não tinha noção do que fazer, onde ir,  se devia procurar ou não. 
Quando entrei vi a cama ainda bagunçada da nossa noite,  Porém isso não me fez sorrir.
Eu podia sentir seu cheiro ainda,  minha vontade era cair de joelhos e chorar,  mas não podia me entregar,  ela era minha mulher,  nós casamos porra,  eu pertenço a ela,  eu escolhi ela.

Eu ainda não me mexi.. continuo próximo a porta,  encostei no batente e fiquei olhando pra cama,  pra mesa,  tudo lembra ela,  senti uma dor,  uma dor tão forte que veio me deixando sem ar como se algo fosse explodir dentro de mim, meu coração doia tanto que parecia estar se encolhendo,   senti essa pressão chegar na minha garganta, e tudo que conseguir fazer foi pronunciar essas palavras como uma oração.
— Volta logo pra mim,  minha perfeita. Eu imploro.
Senti quando meu corpo caiu de joelhos,  e eu chorei,  chorei igual um moleque,  pior,  uma criança,  eu Dante Santiago,  Gerente de uma grande empresa,  respeitado no mundo dos negócios,  cobiçado pelas mulheres, jogado no chão,  soluçando de tanto chorar,  com o coração na mão,  ou melhor com o coração em algum lugar por ai, tudo por ela,  tudo pra ela, isso so me fez perceber que sem ela eu não sou nada. E mais uma vez eu roguei.
— Volta pra mim,  minha preciosa.

...

Depois de sei la quanto tempo chorando,  decidi que não podia ficar mais naquele quarto.
Levantei fui ate o  banheiro lavar o rosto, so pra me arrepender mais,  ali tambem estava cheio lembranças dela.
Sai do quarto sem olhar pra tras,  fiquei andando sem saber pra onde ir. Sem querer ir pra o hotel,  e nem pra casa onde eu e a Luna compramos pra moramos juntos,  sem alternativa resolvi ir pra casa mesmo, rezando para o Jess não estar la,  mas pelo visto Deus havia me esquecido.
— Dante? – Jess perguntou assim que eu entrei em casa.
— Agora não Jess. – respondi sem animo,  indo em direçao ao quarto.
— O que aconteceu? – ele perguntou me seguindo e colocando a mão no meu ombro,  fazendo que eu virasse pra ele. — Cadê a Luna?
— Ela me deixou irmão – respondi de cabeça baixa.
— Como assim?
— Ela me deixou irmão – disse novamente,  mais pra mim que pra ele,  quando dei conta ja chorava de novo, o Jess me abraçou e eu chorei mais,  ele ficou ali ate eu me acalmar.
— Eu não entendo Jess,  eu realmente não entendo. Tava tudo bem,  e derrepente ela não estava mais la.
– eu desabafei.
— Como assim?
— Acordamos bem,  eu tive que ir na empresa buscar minha identidade,  e quando voltei ela não tava mais la,  foi embora e levou a mala, eu não entendo.
— Não é melhor a gente procurar ela?  A Luna te ama ela não ia te deixar.
— Ela não me ama,  ela me deixou.
— Aconteceu alguma coisa irmão,  eu tenho certeza.
— Você esta do lado dela? Acha que ela ta certa.?
— Não Dante,  eu estou do seu lado sempre, mas, olha para você, você não existe sem ela,  e esse amor não pode morrer por um mal entendido.
— Eu não sei o que fazer,  nem o que pensar. – Confessei.
— Eu vou tentar encontrar ela.  Você não quer tomar um banho? 
— ok.
Fui para meu quarto,  mas não quis ficar la,  peguei umas roupas e fui para o do Jess,  tomei um banho rapido,  depois voltei pra sala e pedi pra trocar de quarto com o Jess,  ele disse que não tinha problema,  peguei uma mala de roupas e pronto,  não queria muitas lembranças.
Jess disse que a mãe dela não tinha noticias,  nem as amigas. Não sabiamos mais onde procurar,  a Luna não tinha muitos amigos,  não tinha muitos lugares pra ir.
Passei o final de semana,  tentado ter alguma noticia,  só o que consegui foi uma ligaçao da mãe dela dizendo que ela ligou falando que estava bem.
Ela estava bem?  Eu aqui morrendo por culpa dela e ela estava bem?
Eu não consigo lembrar o que eu posso ter feito de tão ruim pra ela ta fazendo isso comigo.
Quando a semana começou, voltei ao trabalho, não por que eu queria, mas o Jess me obrigou,  disse que se ficasse em casa sozinho seria pior,  ele estava certo, por isso fui.
Passou uma semana, e nada.  Eu so trabalhava e ia pra casa, o Jess ficou o tempo todo ao meu lado, eu dormia poucas horas e estava parecendo um
zumbi. 
Toda noite eu ligava pra ela, só para ver que seu celular estava desligado.

Dois meses depois,  e nada, nada dela, nada de mim.
Era uma insuportável sexta-feira,  todos os dias eram ultimamente.
Estava na empresa e recebi uma ligação do hotel onde eu e a Luna iamos passar a Lua de mel,  em Fernando de Noronha.
—  Boa tarde,  Dante Santiago? – disse um senhor do outro lado da linha
— Bom tarde,  ele mesmo.  – respondi
— Dante,  aqui é Marques do hotel Atlantas estou ligando para confirmar sua reserva para esse final de semana. — Oi? – perguntei confuso.
— Eu sei que há alguns meses atrás houve um contra-tempo e o senhor e sua esposa não puderam vim.
A senhora Luna ligou remarcando a estadia,  para esse fim de semana, eu liguei para ela mas ela não atendeu.
Então estou te ligando.

– Minha sorte era que o rapaz era um tagarela e não estava prestando atenção em mim,  naquela hora tive uma luz,  e fui em direção a ela.

Nada Dura Para Sempre?Onde histórias criam vida. Descubra agora