Nada Dura Para Sempre?

Sozinha

Desculpem se houver erros

— Você é a Luna?
– Foi isso que ela me perguntou antes de acabar com a minha vida.
Ja se passaram dois meses e as coisas só pioram, essa dor não melhorou nem um pouco,  muito pelo contrário. Minhas amigas dizem que ele ainda me procura,  liga pra elas toda semana,  que grande merda ele é. E elas ainda dizem que eu devia conversar com ele.  Nunca,  nem mesmo quando formos assinar o divórcio,  por que esse dia logo vai chegar eu não vou ficar presa a esse hipócrita o resto da minha vida.

Mas que droga e essa que eu to falando?
Eu vou estar presa a ele pra o resto da vida,  eu ainda amo ele,  sei que parece estupidez gostar de alguém assim,  mas, como diz o ditado a gente não manda no coracão.
Isso tudo é culpa minha, fui tola e me entreguei completamente,  eu casei com ele,  quando lembro da gente quase não consigo me segurar  mas prometi pra me mesma que não vou mais chorar por ele,  nunca mais,  ele já sugou demais de mim.
Foda-se ele.
Eu penso enquanto como mais uma colher de brigadeiro,  o que eu queria era me acabar no álcool,  ate perder a consciência,  mas, infelizmente não gosto do gosto,  eu não sirvo nem pra ser alcoólatra. 
Foda-se eu!!!!!
Como se fosse possível eu me foder mais,  penso e começo a rir descontroladamente. 
Merda.
Eu to ficando louca,  preciso sair dessa casa,  mas pra onde? Não conheço ninguém aqui. 
Quando eu sai do hotel,  chorando igual uma criança com uma mala na mão tudo que eu queria era nunca mais ver " aquele la"
Peguei um onibus e fui pra uma cidade que eu nem sei o nome,  fiquei em um hotel o fim de semana todo,  chorando,  chorando,  e chorando,  liguei pra minha mãe,  e ela disse que
" aquela pessoa" estava louca atrás de mim, eu só disse pra ela que estava bem,  e que não voltaria tão cedo.

Bem? Que ironia,  eu estava com uma dor tão grande no lugar onde um dia tinha estado meu coração,  que eu queria morrer,  doia tanto,  e hoje dói mais ainda.
No começo da semana liguei pra minha chefe e contei tudo pra ela,  com a intenção de ganhar uma transferência,  consegui e  ela ainda prometeu que não falaria pra ninguem onde eu estava.
Depois falei para as minhas poucas amigas,  mas não falei onde estava ninguém sabia, as vezes eu pensava que nem eu.
Hoje eu olho pra trás e vejo que nada dessa merda está ajudando,  eu trabalho  e volto pra o quarto que aluguei,  tem uma cama,  uma tv,  um fogão de duas bocas,  é um frigobar,  não quis alugar uma casa,  e nem mobiliar decentemente,  tenho que me lembrar todos os dias que esse aqui não  é o meu lar, e que mais cedo ou mais tarde eu terei que voltar pra casa. 

Essa semana tive uma ideia genial,  ou destrutiva,  resolvi ir pra o hotel onde seria minha Lua de mel, eu Ja tinha recebido um email do hotel dizendo que poderíamos remarcar a nossa estadia pra quando a gente quisesse.
Como eu que tinha escolhido o hotel,  e tinha cuidado de tudo,  eles que me ligaram pra confirmar nossa reserva  e eu cancelei,  inventei uma desculpa qualquer na época.
Resolvi mandar um email pra eles remarcando pra esse final de semana. Tomara que isso sirva pra me distrair,  é não pra me fazer lembrar ainda mais.
...

Chegou a sexta-feira,  as poucas roupas que eu tinha trago já estavam arrumadas,  eu iria depois do trabalho, eu estava muito animada,  estava sentindo algo bom, sabe? Isso me deu esperanças,  de quem quer fosse que estivesse cavando o fundo do poço que eu me encontrava me daria uma trégua.
Ocorreu tudo bem o dia todo,  sai do trabalho na hora,  não me atrasei pra pegar o avião,  ate consegui dormir um pouco na viagem,  cheguei no hotel e um homem chamado Marques me recebeu.
— Boa noite,  tem uma reserva em meu nome,  Luna Lacerda.
— Boa noite,  eu sou Marques,  so um minuto.
Olha não temos esse nome no sistema. – Como assim não tem?  É obvio que tem.. tenho Certeza.. Perai,  entendi.
— Tenta Luna Santiago.
— Ah sim,  senhora Santiago seja bem vinda.
Eu entendo pouco tempo de casada ainda não se acostumou com o novo sobrenome.
—  É por ai.
— Desculpa perguntar, mas...
e seu marido? 
— Ele teve um imprevisto – Mas que homem intrometido,  deve ser teste de paciência só pode.
— Entendo,  aqui sua chave tenha uma boa estadia.

...

Entrei no quarto e imagine a decepção quando vi tudo arrumado com rosas e tudo que um casal em lua de mel merece.
Tenho certeza que tem alguem rindo da minha cara agora, por que é muita palhaçada viu.
Comecei a lembrar da minha lua de mel,  mas me recusei a chorar, resolvi tomar banho e depois ficar o resto da noite no quarto,  prometendo a mim mesma que no dia seguinte passaria o dia conhecendo a cidade e as praias.
Tomei banho de banheira e fiquei um bom tempo lá,  até a agua esfriar,  depois fiz todo um ritual de beleza, 
Que incluia cremes e uma linda camisola vermelha,  tudo isso pra assistir porcarias e dormir.
Quando eu finalmente sai do banheiro,  apenas de lingerie,  eu morri,  ou melhor era isso que eu queria que tivesse acontecido.

Mas o que está acontecendo aqui?

Que merda e essa? Eu fiquei paralisada,  não é possível que isso esteja acontecendo.

Porém, estava, ele estava aqui,  bem na minha frente, parado perto da cama, nós dois perdidos em nossos pensamentos, não falamos nada, só nos olhamos.

Parecia que tinha passado uma eternidade,  ele estava lindo, de bermuda e regata, totalmente em clima de praia, mas estava mais magro, abatido.

De repente tudo que eu tentei esquecer estava ali na minha frente,  sem convite, sem bater na porta,  nada.

Eu lembrei de tudo  desde a primeira vez que a gente se viu.

Lembrei do beijos,  do toque,  das promessas,e quando lembrei delas, de tudo que ele me prometeu e me tirou,  eu senti tanta raiva, e logo tanta tristeza, e uma saudade, uma infeliz saudade daquele tempo e no fim eu senti muita raiva, mas, de mim por ser tão tola.