Capítulo 4 - Isso foi confuso

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Ouvimos um barulho, fomos lá fora ver oque era, não havia nada, apenas um silêncio que poderia enlouquecer qualquer um, mas...um zumbido em nossos ouvidos nos deixou tontos, depois disso só conseguíamos lembrar duma forte luz branca que cobriu tudo ao nosso redor e então, desmaiamos.

Ano -1910

- Onde que nós estamos? – pergunta Alana, levantando-se do chão e pondo a mão no rosto. – Há pessoas aqui, será que voltamos?

- Por quê estamos com essas camisas de manga longa se está um sol forte? Espera, não consigo sentir calor. – diz Justine. – Na verdade, está frio, mesmo com...

- As roupas pelo menos são legais. – diz Alana. – Ah, que fome.

- Aquele moço ali está vendendo frutas. – diz Carson. – Vamos perguntar à ele quanto custa, ah, deixa, estamos sem dinheiro.

- Oi? Vocês vão ignorar totalmente o fato de como chegamos aqui e o por quê de estarmos vestidos assim? – pergunto. – Onde estão nossas coisas?

- Vamos resolver isso depois de comer. – diz Alana.

- Certo. – digo.

Vamos em direção ao moço que está vendendo frutas e Alana pergunta :

- Senhor, quanto custam essas laranjas?

- Quatro laranjas por vinte minutos. – responde o senhor.

- Oi? Senhor, eu não trabalho nisso. – diz Alana. – Só quero saber o preço dessas laranjas.

- São vinte minutos por laranja. – diz o senhor. – Suponho que seja uma para cada, cinco minutos cada, ou seja, vinte minutos.

- Olha, ninguém aqui é prostituta ou prostituto. – diz Justine. – Podemos processar o senhor por assedio, sabia?

- Do quê está falando, moça? – pergunta o senhor. – Vocês são novatos aqui por acaso?

- Na verdade, é oque queríamos saber. – digo. – Como chegamos aqui, porque estamos vestidos assim, o quê aconteceu?

O senhor pega meu braço e puxa a manga da minha camisa.

- Olhem isso, vocês quatro. – diz ele. – Estão vendo?

Haviam um tipo de contagem regressiva em nossos braços, não era um relógio físico, era algum tipo de tatuagem com pilhas, porém, sem pilhas.

- Há um certo tempo atrás. – diz o senhor. – Segundo uma lenda, quatro adolescentes foram parar em um ano, década, século, que não pertenciam a eles, isso causou um erro na linha do tempo, porque eles ultrapassaram o tempo que podiam ficar ali, e então, o mundo foi reiniciado.

- Reiniciado? – digo. – Tipo, um vídeo game?

- Se você considera sua vida um jogo, pode ser. – diz o senhor. – Continuando, as pessoas não envelhecem mais, as aparências não mudam, porém não existe mais dinheiro.

- Então, tudo agora é grátis? – pergunta Carson. – Oba.

- Não comemore. – diz o senhor. – Esse tempo no pulso de vocês é o tempo de vida de vocês, desde que aquilo aconteceu, as idades foram convertidas em ano, meses, duas, horas, minutos e segundos, então, se você tiver 19 anos, você terá de vida 228 meses, 6939, 75 dias, 166554 horas, 9993240 minutos e 599594400 segundos de vida, ou seja, 19,228,6939,166,999,599 e esse tempo é o seu dinheiro, então, nessa realidade se você quiser viver, vai ter que tirar um tempo da sua vida, por isso que eu disse que essas laranjas custam 20 minutos, ou seja, serão descontados 5 minutos de cada tempo de vida de vocês, se vocês quiserem as laranjas, mas não achem que é tudo barato, veem aquele carro ali estacionado, ele custa 4 anos, veem aquela casa, ela custa 47 anos.

- E é por isso que odeio exatas. – diz Justine.

- Você pode transferir seu tempo para outra pessoa, isso é ilegal, porém, Ladrões do tempo se aproveitam disso. – diz o senhor. – Enfim, não deixem que seu cronometro chegue a zero.

- Como se transfere tempo para outra pessoa? – pergunta Alana.

- Um irá segurar no pulso do outro e irá esperar até que o tempo pedido será transferido. – diz o senhor. – Mas por favor, não se aproveitem disso.

- Está bem. – dizemos.

- Mais uma coisa. – diz o senhor. – Não deixem que ele os encontrem.

- Ele quem? – pergunto.

Antes que o senhor responda minha pergunta, alguém mascarado chega por trás dele, segura o pulso dele como ele nos disse e transfere seu tempo para ele, o tempo do senhor ia diminuindo em anos, meses, dias, horas, minutos...cinco, quatro, três, dois, um, zero. Podemos não ter sido seus últimos clientes, mas fomos os últimos para quem ele passou sabedoria, então agora que sabemos oque aconteceu, iremos a procura de quem o senhor estava falando, porque talvez, ele saiba como nos levar de volta...ou não.


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