A primeira pétala.

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Desde os 12 anos amo a mesma garota. E agora tenho 17.
Fico me remoendo desde esse tempo. E dói.
--JiEun-dongsaeng! --Ouvi a voz de Tzuyu. Ela estava encostada na porta do meu quarto. Nos conhecemos a tanto tempo que até dei uma cópia da chave de casa para ela.
O problema é que... Isso me iludiu mais.
Foram vários os dias que ela chegou aqui, as duas da madrugada, bêbada e chorando por um amor não correspondido que foi esquecido em dois dias.
Eu sou, sim, fechada. Ainda mais com Tzuyu. Imagina se falo algo sobre o que sinto?
--Olá, unnie. --Respondi, passando as costas da mão nos olhos.
--Eu preciso de ajuda. --Falou, se aproximando e sentando ao meu lado.
--O que foi?
--HyunGi. --Disse o nome e eu fiz uma careta. Ele é um dos namoradinhos que Tzuyu teve com uns... 14 anos. Ele era totalmente possessivo e idiota, então eles se separaram. --Ele mudou, Eun. Ele me quer de volta. E disse que me ama. Não com palavras, mas deu para perceber.
Senti um nó na garganta. Meus olhos começaram a arder. Não! Não posso chorar em sua frente! Ela se sentiria culpada...
--Faça o que o coração mandar. --Falei. Eu queria,uma vez, seguir os meus próprios conselhos.
--Obrigada. As vezes, é como se a unnie fosse você. --Sorri, mas logo meu sorriso foi desfeito quando ouvi o barulho do celular dela. --HyunGi! Sim, oppa. S-Sério? T-Também te amo... Okay. Beijos. --Mordi meu lábio inferior e senti algo vir a minha garganta. Comecei a tossir e fui para o banheiro. Quando saiu algo da minha garganta.
Uma pétala.
Mas como? Talvez eu deva ter me distraído e engoli sem querer...?
Saí do banheiro e vi Tzuyu arrumando suas coisas, pronta para sair.
--Acho que finalmente tudo vai dar certo! --Só se for para você.
--Boa sorte... --Murmurei, soltando um suspiro baixo, enquanto ela saía da minha casa com um sorriso enorme no rosto.
Me deitei na cama e encarei alçapão, vendo o céu escuro. Fechei meus olhos, tentando dormir, mas nada.
Apenas Tzuyu.
Esse amor está me destruindo aos poucos, oh, Deus. O que lhe fiz para judiar tanto de mim?
Pensei, não largando de encarar o céu.
Por que ela não percebe? Talvez eu o mereça.
Não lembro de nenhum mal que eu tenha feito.

🌸

--Ei, JiEun! --Chamou Hyorin. --Você é tão sem-graça. --As amigas deram risada e eu continuei as encarando com cara de tédio. --Sua inútil. --Falou e e eu olhei para o meu livro.
Ela se aproximou com raiva e eu me encolhi. Ela era alta e forte, quais chances eu tinha?
Ela me empurrou em um enorme canto com margaridas. Meu cabelo ficou bagunçado e haviam alguns pedaços da flor nele.
Me desculpem, florzinhas. Tem pessoas que realmente não conseguem apreciar a sua beleza.
--NUNCA MAIS ME IGNORE, EUN. NUNCA! --Berrou, me puxando pela gola do moletom, aproximando nossos rostos. Senti um calafrio na espinha. Se ela quisesse socar minha cara, ela faria.
Eu estou com medo!

🌸

--Ei, filha. Está acordada? --Perguntou a mamãe, entrando no quarto.
--Uhum. Que horas são?
--Cinco e meia. Vá dormir. --Falou e beijou minha testa.
Talvez a pétala signifique algo.

 Pétalas  [Yuri]Onde histórias criam vida. Descubra agora