A terceira pétala.

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Imagina o qual inútil seria:
Eu, com meu corpo desacordado, enquanto minha mãe abraçava o mesmo, meu pai tapava a boca, ainda não acreditando e meus amigos chorando.
Minha mãe pergunta ao médico a causa da minha morte e ele demora um tempo para responder, ainda não acreditando naquela surrealidade.
"Ela morreu de amores, senhora." Ele respondia. Minha mãe soltaria uma risada fraca, desacreditando.
"Morrer de amores? Isso é  possível?" Soltava mais uma risada, apertando as mãos da minha irmã, que chorava como um bebê.
"É uma doença que, pelo menos todos achavam, é fictícia. O indivíduo sofre um amor não correspondido. E depois de tempo o suportando, ela começa a vomitar pétalas da flor favorita da pessoa amada. Depois ela vomita as flores inteiras. E depois, um buquê. Após... A morte." Contaria. Minha mãe gritaria, ainda não acreditando e me achando estúpida por isso.
"ELA NÃO CONTOU A NENHUM DE NÓS, PODERÍAMOS TER A AJUDADO!" Gritaria. A minha irmã esconderia o rosto no peito de seu namorado, que não acreditaria em minha morte.
"Tem apenas três maneiras de curar a doença. E ela não quis, pois são difíceis para quem está apaixonado." Diria. Mamãe choraria mais.

Agora, imagine que irônico, colocarem no meu caixão várias flores, sendo que elas foram o motivo da minha morte? É totalmente inútil.
E eu temo tanto a morte, não a aceito.
E, no meio de algumas pessoas que olhavam meu caixão, estaria a "culpada" pela minha morte.
Se culpando, chorando e encarando. Encarando as flores.
Ao seu lado, meu amigo. O único que sabia, o único que sabia os motivos para não querer me curar. O único que me protegeu.

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- Ji! - Tzuyu chamou, me dispensando dos meus devaneios.
- O que foi?
- O que faria por alguém que ama? - Perguntou e fiquei pensativa. - Eu acho que vomitaria meu coração para quem amo, se precisasse. E você?
- Eu vomitaria as flores favoritas da pessoa. Começaria com algumas pétalas. Depois algumas flores inteiras, após um buquê.
- E depois?
- Eu morreria. - Dei uma risada. Eu estava contando o meu próprio estado.
- Profundo, minha pequena. - Passou as mãos pela minha cabeça. - O HyunGi vai vir me buscar.
- Mas, você n- Me cortou.
- Eu estava bêbada, pequena. Bom, vou me arrumar. - Falou e se dirigiu ao quarto.
Algo arranhou minha garganta e eu tossi, quatro pétalas e uma flor inteira.
Isso estava piorando.

 Pétalas  [Yuri]Onde histórias criam vida. Descubra agora