Ele era mais velho que eu, mais velho que o David, então isso foi muito estranho no inicio, e quando se é criança, você acha que esse tipo de coisa, pode fazer com a que pessoa em questão, seja um ET, um ser de outro mundo, neste caso, eu e o David, achávamos que o Franklin, era uma pessoa de outro mundo.
Outro mundo, sendo mais direto, achávamos que ele já não gostava mais de brincar como a gente brincava, ou que ele já nos considerava pirralhos, ou que até, iria bater na gente, a pesar do Franklin, não ser muito alto que nós dois na época.
Na época, eu também não admitia, que o fato de eu e do David sermos tímidos, era realmente um problema, o problema de verdade mesmo pra gente, era que o Franklin era mais velho, e na nossa cabeça de 9 anos, não dava para ter amizade com gente mais velha que isso.
A Perrie foi insistente, ela disse, que o Franklin era um menino legal, e que gostava das mesmas coisas que a gente, isso não ajudou muito, porque além do fato dele ser mais velho, o fato dela falar tanto assim dele, acabou me deixando com ciúme, assim como não aceitava o fato de ser tímido, eu também não aceitava, o fato de estar com ciúmes da minha melhor amiga, sim, nessa época, nossa relação não passava de uma amizade de criança, mais algo dentro de mim, já devia prever que algum outro sentimento surgiria.
Mais mesmo com todos os prós, o Franklin tinha algumas coisas a favor dele, ele morava perto de nós três, ele ia a mesma igreja com a gente, e agora a irmã dele, Ella, tinha a Perrie como amiga, resumindo, não escaparíamos um dos outros, e acabamos cedendo.
O que pareceu ser o apaziguador, foi quando descobrimos que tínhamos algo muito legal em comum, a música.
- Eu toco bateria. – falou o Franklin, quando estávamos sentados, os cinco em uma rodinha na sala da EBD*.
- Sério? Que legal! O Cole toca guitarra, o David toca baixo, eu canto. – falou a Perrie.
- Eu também. – Falou Ella. – e também sei tocar teclado, piano, e violão.
- Nossa você sabe tocar alguns instrumentos! – falou a Perrie.
- Aham, meu avô me ensinou.
- Que legal! – falou Perrie, dando pulos no banco. – A gente devia tocar juntos.
- Devia? – falei.
- É, devíamos, ia ser super legal, vou falar com o Pr. Meyer, e ver se ele libera.
É claro que o meu pai liberou, de algum jeito esquisito, meu pai sempre teve o dom de querer, que eu fizesse algumas coisas que eu não queria, e que no final, acabava gostando tanto que não queria que acabasse, foi assim, inúmeras vezes na minha vida.
A primeira foi quando eu disse que odiava Melancia, mais eu nunca tinha experimentado, ele me fez comer na marra, a Melancia acabou se tornando a minha fruta favorita. A outra vez, foi quando ele quis me colocar na aula de guitarra, eu odiei, disse que não iria fazer, e acabei ficando tão louco por isso, que tocava todo dia, a ponto dele ter que tirar a guitarra do meu quarto. A terceira vez, vocês já sabem, foi tocar com a Perrie para a igreja, gostei tanto que virei amigo da Perrie.
E ali estava eu, mais uma vez aos 9 anos, preso a mais uma sentença do meu pai, que acabou se tornando uma das coisas mais legal da minha vida.
Montar uma banda foi uma decisão coletiva, o nome foi difícil, 5-PASTG*, era um nome sem criatividade, mais que todo mundo gostou, e gosta até hoje, nunca iremos entender.
Perrie como vocalista, eu como guitarrista, David com baixista, Franklin como baterista, e Ella como tecladista e back vocal. Ali estava formada a 5-PASTG, e não tinha mais volta, ainda bem, porque eu estava gostando muito de fazer parte de uma banda.
*EBD: Abreviação de Escola Bíblica Dominical.
*5- PASTG: Abreviação em Inglês, 5 - Playing and Singing To God, que na tradução é, Cinco Tocando e Cantando para Deus)
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Nobody [Projeto REVIVAL] [Completo]
SpiritualPerrie é do tipo que não gosta muito, de ficar parada. Já o Cole, gosta de ficar bem quieto. Apesar de tudo eles tem a paixão pela música em comum, ela ama cantar, já ele ama tocar, e ele toca de tudo, bateria, violão, piano, é de tudo mesmo, e jus...