Eu sempre fui a perfeitinha, um pouco teimosa e ligada no 320 sim, mais sempre fui muito educada, com as melhores notas, sempre muito amável.
Mais chega um momento que você olha para dentro e vê que esta cansada, cansada da máscara que esta usando, e que nem percebeu que tinha, eu não era eu mesma, e foi assim, que eu mudei da água para o vinho.
Vinho, foi por aí que eu comecei, eu tomei vinho escondida aos 16 anos, mais eu queria um pouco mais, mais que isso, eu queria viver, segundo o que eu falava, radicalmente, acho que eu tinha escutado isso na TV, e vivia repetindo, como se fosse um mantra.
Agora eu sou uma menina radical. Agora eu sou uma menina radical. Eu sou radical.
Bem, se ser radical, era beber, fumar, e viver um perigo todo dia, eu segui isso a risca.
Aos 17 anos, eu já estava convencida de que aquilo era viver, e não apenas isso, convenci ao Cole, ao Franklin, ao David, Ella, e até mesmo a Taylor, que agora estava que nem carrapato com a gente.
E foi justamente assim que nos meti em uma fria.
Fomos pegos fumando maconha pela policia, e se não fosse pelo dinheiro dos nossos pais, estaríamos todos perdidos, e como sentença dos nossos pais, fomos todos parar em um colégio interno, a Hanover.
Vou ser honesta, de inicio eu fiquei chateada, gritei, e briguei com os meus pais pela primeira vez na vida, eu achava injusto.
Mais logo na primeira semana na Hannover, foi como se os meus pais tivessem me dado uma carta de alforria. Eu estava vivendo a minha liberdade.
Longe de casa, sem os meus pais, com os meus melhores amigos, eu estava sendo muito radical.
Festa todo final de semana, bebida todo final de semana, ficar com o Franklin todo dia, mas aí as coisas mudaram.
Eu comecei a sentir falta de casa, eu comecei a sentir falta da comida, e até mesmo do dinheiro, que antes, não era contado.
Sentia falta do meu cachorro, e ate do meu irmão, Ruan, sete anos mais novo que eu.
E por incrível que pareça, eu estava sentido falta da igreja, saudade de cantar.
Saudade de Deus.
Por isso passei a dormir todo final de semana em casa, não só eu, todo mundo.
Mais é, quando a gente se afasta, quando estamos longe, nada vai te ajudar a voltar, nada.
Nem o Cole me ajudou, ele tinha entrado na minha onda, e agora estava tão imerso nisso, que agora quem me chamava para ir para as festas era ele.
Em um sábado, Cole me chamou para uma festa, e eu fui.
Eu tinha ido forçada, então eu sabia, que não iria aguentar ficar muito mais tempo, se eu não bebesse.
Bebi umas cinco latinhas de cerveja, e mais duas ismirnorf, e isso já me deixou alterada, estava dançando com Ella e umas amigas, quando vi Cole sentado em uma cadeira de praia, meio cabisbaixo, e resolvi ir até ele.
- E ai mané? O que ta rolando?
- Você tá bem?
- Se eu estou bem? Isso é pergunta que se faça? Eu estou suuuuuper bem, você é que não parece estar bem, uma festa dessa rolando e você aí sozinho. Sério?
- Você bebeu, não foi?
- O.k, o.k, só não conta pro meu pai, por favor!
- Você esta mesmo muito bêbada, você não liga para o que o seu pai pensa Perrie. – falou ele. Senti uma pontada de angustia na voz dele.
- Você não vai me contar o que esta rolando? Foi você que me convenceu pra vir pra essa festa e agora você vai ficar ai?
- É exatamente esse o problema, eu te chamei – ele respirou fundo – eu chamei você, e o que você fez? Chamou todo mundo, era só pra gente vir. Só nós dois!
- Eu estou muito bêbada mesmo pra estar escutando isso... Só pode ser!
- Ah deixa quieto, você não vai entender nada mesmo.
- Mais eu só chamei a Ella, e a Ella chamou o David, o Franklin nem veio, isso significa que eu não chamei todo mundo. Para com isso, vai? Vem! Vamos dançar, só nós dois! - falei, dando ênfase, ao "só nós dois", sem entender o que aquilo significava direito.
Começamos a dançar, e eu bebi mais uma cerveja, por mais que Cole tenha falado para não beber. Eu não sei o que me deu, mais eu precisava de mais do que ser radical, e naquela noite, eu não queria o Franklin, eu queria o meu amigo, e acho que foi por isso que eu o beijei. Depois disso continuamos dançando, e ele me beijou, e eu bebi mais.
Eu estava chapada e sabia que iria me arrepender muito no outro dia.
Cole foi me levar em casa e nos beijamos mais uma vez.
Qual a melhor coisa para se fazer quando se esta de ressaca? Deitar, tomar uma aspirina e ficar bem quietinha, não é isso? Bem, era esse o meu plano, que foi interrompido pelos meus pais, que me fizeram levantar para ir a igreja no domingo.
No culto, ficamos estranhos o tempo todo, e até mesmo na hora de cantar foi esquisito, a nossa banda, eu, Cole, Ella, Franklin e David.
E não era apenas eu e Cole que estávamos estranhos, pelo jeito David e Ella também estavam. De modo que todos arranjamos desculpas depois do culto para não irmos almoçar no Ted's, o que era tradição.
Estava indo pro carro, quando Cole me parou.
- A gente precisa conversar! - falou.
- Cole...
- Vamos fazer o seguinte, temos duas opções, ou a gente esquece o que aconteceu ontem e continuamos na mesma, ou então a gente continua nessa, ficando de vez em quando, porque namorar você sabe que não vai rolar agora, faz pouco tempo que você o Franklin decidiram dar um tempo, e nós iremos ter problemas com nossos pais. E aí o que quer fazer? - me aproximei dele e o beijei.
- Tenho mesmo que ir pra casa, mais amanhã a gente conversa mais, certo?
- Certo! - falou ele, com um sorriso que eu nunca tinha visto.
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Nobody [Projeto REVIVAL] [Completo]
SpiritualPerrie é do tipo que não gosta muito, de ficar parada. Já o Cole, gosta de ficar bem quieto. Apesar de tudo eles tem a paixão pela música em comum, ela ama cantar, já ele ama tocar, e ele toca de tudo, bateria, violão, piano, é de tudo mesmo, e jus...