P.O. V Annabeth
Annabeth! – ouço alguém gritar.
– Shh! –eu tapo a boca de Percy. Ele estica a mão e tira o meu boné dos Yankees, depois do que pareceram horas procurando minha cabeça.
– Percy, qual é o seu problema? – digo.
– Nós vamos ter companhia!
****
Olho ao meu redor. Estamos presos. O poço de lava borbulha em minha frente e posso sentir o calor mesmo á essa distancia. A porta para a entrada dos Telquines estava sendo forçada. – Nós temos que sair daqui– digo.
Eu mal terminei minha frase disse isso e a porta para a sala de aula explodiu e pequenos telquines saíram. Aquelas misturas de cachorro e foca estram confusas, tentando encontrar os "invasores".
– Ponha seu boné de novo – diz Percy – saia!
– O quê? –eu olho para ele, com uma cara de você esta louco?– Não! Eu não vou deixar você!
– Eu tenho um plano. Vou distraí-los. Você pode usar a aranha de metal - talvez ela a leve de volta a Hefesto. Você tem que dizer a ele o que está acontecendo.
– Mas você vai ser morto! – digo, ainda pensando se Percy não era TODO feito de alga para ter uma ideia daquelas.
– Eu vou ficar bem. Além disso, não temos escolha.
Eu olho para ele, e analiso a situação. Nós realmente não temos outro jeito de sair, e Percy é mais resistente que eu no fogo. OK, mas e se ele morrer? Quer dizer, ele e Grover são meus únicos amigos. Mas eu tenho que deixa-lo ir. Até onde eu sei, Percy é tão teimoso quanto eu. Ele não vai desistir fácil dessa ideia e ele tem mais chances de derrota-los que eu. Então eu faço uma coisa completamente impulsiva. Uma coisa que acredito ter guardado dentro de mim por quase três anos. Eu olho para aquele rosto travesso que me irrita tanto, mas que ao mesmo tempo... Eu me aproximo e o beijo. SIM. BEIJO. Ele me olha com uma expressão do tipo carregando... pib o que aconteceu?
– Se cuida, cabeça de alga. – É a única coisa que consigo falar. Então tudo vira um borrão. Saio correndo do vulcão, descendo como se tudo dependesse disso. O que é meio que verdade. Posso ouvir barulhos de batalha ocorrendo dentro do vulcão, e começo a acelerar ainda mais. Eu estou chegando ao final. Ouço espadas. Um grito. Então tudo explode.
****
Acordo com um barulho irritante no meu ouvido. Pisco para tentar focalizar onde eu estou. Me assento no chão, confusa. Pareço estar em algum tipo de caverna, ou algo assim. As imagens de antes de eu apagar começam a vir na minha mente. Pedras rolando. Tudo explodindo. Lava, lava quente. Muito quente. Noto uma ardência na minha coxa. Uma queimadura. Por sorte fui atingida apenas por faíscas, então ela não é muito grave. Pego um pedaço de ambrosia, enquanto imagino o que deve ter acontecido.
Enquanto estava fugindo, devo ter deparado com uma caverna, escalei e entrei. Era o único lugar em que a lava não podia me atingir.
Provavelmente desmaiei pela fumaça - penso.
Começo a ter uma crise de tosse.
– É definitivamente desmaiei pela fumaça.
_Oh deuses. Percy. Então tudo fica claro. Eu não desmaiei pela fumaça. Foi pela agua. Agua quente. Uma onda veio ao meu encontro e deve ter me arrastado até essa caverna. É claro. Foi ele. Chego à beirada da caverna, e começo a descer.
Quando chego ao chão, a visão é terrível. O que era para ser um vulcão agora são apenas pedras pelo chão. A lava esta endurecida, por isso não tenho problemas em caminhar. Encontro o que deve ser pó de Telquine por toda a parte, mas não acho Percy. Grito seu nome por horas. Tiro as pedras, uma por uma, tentando acha-lo. Nem sinal. Uma parte de mim já sabe o que esta por vir. Mas eu não aceito. Continuo cavando, procurando. Passam- se horas. Cavo cada pedacinho do chão, e nada. Começo a gritar por ele de novo. Peço ajuda á minha mãe, a Poseidon. A qualquer um.
Depois do que presumo parecer um dia, no nascer do sol, ouço passos.
_Percy!!! – grito
_Annabeth? – mas não é a voz de Percy.
_Grover, você tem que me ajudar. Que dia é hoje?
_Não sei. – responde Grover. –Pelos dias daqui de baixo, que eu contei vocês sumiram por quatro dias. Eu achei que vocês estivessem mortos! Cadê o Percy?
Então a verdade me atinge. Quatro dias. Sem comida, debaixo de pedras. Não tinha, não tinha como...
_Grover... – meus olhos se enchem de água.
_o que? Annie, não acredito.
_ eu não... Eu não... Foi tudo. Foi tudo minha culpa. – digo
_não, Annie... - eu começo a chorar. Grover me abraça e nós dois ficamos lá, calados, soluçando. Tyson parece entender o que aconteceu alguns minutos depois e se senta e enterra a mão no olho, chorando. Eu fecho meus olhos com força. Não posso, não posso acreditar. Não quero. Aquele cabeça de alga... Como eu pude deixar ele? Como eu pude fazer isso com Percy? Eu simplesmente O ABANDONEI em um VULCÃO cheio de monstros. Passadas algumas horas, eu digo, com a voz fraca:
_temos que voltar ao acampamento. Temos que contar a todos o que aconteceu. Temos que falar para a sua mãe... Temos que falar para ela que ela perdeu seu filho.
Eu começo a correr em direção ao labirinto, sem rumo. Grover e Tyson me seguem. Não quero mais saber de missão. Não quero mais saber de labirinto, de Cronos, de Luke, de nada. Eu só quero o Percy de volta. Aqueles olhos verdes. Da cor do mar. Aquele sorriso. Aquela cara que ele faz quando ele me chama de sabidinha. Que dá vontade de bater nele. Mas ao mesmo da vontade de... Dava. Dava vontade. Agora eu nunca mais vou ver ele. Eu nunca mais vou ver o meu cabeça de alga.
Eu olho em volta. Estou parada, na frente do punho de Zeus. Como eu cheguei aqui eu não sei. Grover e Tyson param atrás de mim. Então eu vejo Quíron galopando em nossa direção.
****
–... Assumimos que ele está morto – Quíron disse. – Depois de um silêncio tão longo, é improvável que nossas preces serão atendidas. Eu pedi à sua melhor amiga sobrevivente que fizesse as honras finais.
Eu me levanto, pensando nas últimas duas semanas. Eu não parara de chorar por um segundo. Eu odiava isso. Eu odiava ser fraca, odiava ter todos com dó de mim. Mas é pelo Percy. Como sua mortalha em minhas mãos tremulas, eu subo no banco e jogo sua mortalha nas chamas. Respiro fundo, e reúno toda a minha coragem, e as palavras saem da minha boca:
– Ele foi provavelmente o amigo mais valente que eu já tive. Ele... – não. Não pode ser. É ele... Não. Eu só posso estar... deuses. Não. - Ele está bem ali!
Eu desço do banco correndo e começo a empurrar quem quer que esteja em minha frente, tentando chegar nele. Ele... Ele esta vivo! Mas como?
– Bem – ele suspirou com um óbvio alívio. – Eu não acredito que já tenha ficado tão feliz em ver um campista retornar. Mas você precisa me contar– ouço Quiron dizer. Mas aí eu chego perto o suficiente dele para ter certeza que é real.
– ONDE VOCÊ ESTAVA? – ele me olha assustado, e eu faço a primeira coisa que me vem na cabeça. Esmurra-lo? Provavelmente essa veio antes, mas não. Eu o abraço. Forte. Muito forte. Só pra ter certeza que é real. Ele me abraça de volta, mas então percebo que eu provavelmente já estou quase tirando seu ar.
_Eu - nós pensamos que você estava morto, Cabeça de Alga!
– Sinto muito –ele disse– Eu me perdi.
– SE PERDEU? – eu grito. – Duas semanas, Percy? Em que mundo–
– Annabeth – Quíron interrompe– Talvez devêssemos discutir isto em algum lugar mais reservado, não acha? O resto de vocês, de volta para suas atividades normais!
Eu abro a boca para protestar, mas Quiron, me paga no colo e me coloca em suas costas, junto com Percy. Eu sinto o cheiro de seus cabelos, enquanto nós trotamos para a casa Grande. Cheiro de praia. Ele vira para mim e sorri. Com aquele sorriso inesquecível, e aqueles olhos, aqueles olhos que nunca serão substituídos por nenhum outro no mundo.
YOU ARE READING
from another point of view
Fanfictionnessa fic vou escrever os capitulos e partes do livro em outros pontos de vista. aqui você pode ver como foi a Annabeth chamando o Percy de cabeça de alga, o que a Calypso sentiu quando se encontrou com Leo, como Thalia acordou de seu profundo e...