Estátua Falsa {one-shot}

● Estátua falsa ●

Naquele dia era dia do pai, Safira sabia o que a esperava. Visita ao museu, de novo.

Todos os anos, Albert, pai da rapariga de cabelos pretos decidia que no dia do pai levaria a sua única filha ao Museu de História Natural de Londres. É certo que deveria ser ao contrário e a filha levar o pai a um sítio escolhido por ela, contudo Albert era um pai dedicado demais à sua família, daí planear todas as atividades semanais familiares, inclusive o dia do Pai.

A família Friel era uma família de classe média alta. Albert era professor de história, daí as muitas idas ao museu, e as noites de leitura acerca do passado do país, nas quais Safira não prestava atenção nenhuma. Já Grace, sua mãe, era professora de etiqueta numa escola onde só pessoas eloquentes e refinadas entravam.

O clima em Londres era frio. Apenas 8º Celsius e Safira até poderia utilizar essa desculpa para não sair de casa, todavia o sorriso largo e feliz do seu pai impedia-a sempre que esta abria a boca.

A estudante de dezassete anos, ainda considerada uma criança por ambos os pais, agasalhou-se, já que, o vento frio de Londres era muito intenso. Uma camisola básica bem quente, umas calças de ganga, e as suas all star brancas que levava para todo o lado. Alguns acessórios e o seu batom e perfume preferido.

Mesmo sendo de uma classe média alta, Safira era humilde e nada exibicionista. É certo que chamava a atenção pela sua beleza e por ser extrovertida e divertida, mas não pelos seus bens materiais, visto que, nem mesmo ela dava atenção a tal coisa.

A viagem de carro foi alegre. O seu pai sempre partilhara a sua boa-disposição e felicidade com toda a família. Safira estava um pouco desapontada por ter de ver todas aquelas obras históricas, de novo, mas mantinha sempre um sorriso para que deixasse o seu pai contente. Afinal, era o seu dia, certo?

Depois de uma breve paragem no Starbucks a mando da adolescente, onde comprou um Frappuccino de Caramelo, o seu preferido; seguiram viagem através da Brompton road e consecutivamente a Cromwell Road até chegarem ao destino que possui a maior e mais importante coleção de história natural do mundo.

Após estacionar o carro a família Friel saiu cuidadosamente e entraram. Eram 15:00H da tarde, porém o museu fecharia às 17:50H daí a pressa da família, já que o museu era enorme, e mesmo eles tendo já visto quase tudo o que havia por ver, queriam repetir todas as exposições.

Enquanto isso, Nicholas Graham, um moreno de olhos azuis, pertencente à família do fundador do Museu (Richard Owen, segundo mais significativo naturalista da era vitoriana, depois de Charles Darwin) e filho do responsável do mesmo; desafia o seu melhor amigo Clayton Hillary, a substituir Charles Darwin na sua estátua de forma credível e sem que ninguém perceba.

Clayton, irrequieto, divertido e sobretudo corajoso aceita o desafio. Questiona-lhe como irá colocar o suporte de Charles em pedra, visto que, no original Charles Darwin está praticamente soldado à pedra de mármore e Nick acalma-o dizendo-lhe que tem tudo controlado.

Clayton Hillary pensa de que maneira irá transformar-se em Charles e ter as suas características e feições, e sobretudo ser de pedra, até que finalmente uma ideia lhe surgiu e este liga rapidamente à sua prima Victory.

Victory é atriz e maquilhadora, e como tal sabe vestir várias personagens, tal como adaptá-las a cada papel.

Após a chamada de Clay, Victory pesquisa a tal estátua na Internet e após observá-la e pegar em tudo o que precisa, sai de casa e dirige-se rapidamente ao museu fazendo uma breve paragem numa loja de tecidos. Consigo trouxe várias máscaras e maquilhagem fazendo Clay assustar-se por momentos e de seguida sentar-se dando início àquela tão grande transformação. Depois de mais de duas horas de trabalho árduo, Victory acabou a sua obra prima. Nick ficou estupefacto assim que viu o melhor amigo. Ele estava praticamente igual a Charles. Já Clay levantou-se e sorriu dizendo que iria ganhar o desafio.