Oito dias. Fazia oito dias que sua esposa Lorraine estava trancada no quarto deles, desde o exorcismo de Maurice e Ed estava preocupado com ela. Lorraine era uma das mulheres mais fortes que já conhecera, mas aquele caso havia lhe deixado aterrorizada. Ela não comia há oito dias e, pelo barulho que ele ouvia pela parede do quarto de hóspedes, ela não dormia, pelo menos não muito. Mas naquela manhã, tudo mudou.
Quando ele havia se despediu da filha, que foi para a escola, ele passou pela porta do quarto deles com o coração apertado, encostando-se a parede ao lado, como se assim, pudesse estar mais perto dela e suspirou tristemente.
Foi então que a porta se abriu devagar e Ed viu Lorraine parada a porta em seu robe branco e seu coração se apertou ao ver o quão pálida e triste ela parecia, alem de ter perdido peso, apesar de continuar bonita aos olhos dele.
"Amor..." Ed murmurou, aproximando-se dela preocupado e então, ele ergue uma mão e acariciou o rosto dela delicadamente, encarando os olhos que ele considerava os mais azuis e mais gentis que, naquele momento, sofriam.
"Me desculpe, Ed..." Ela murmurou, sentindo os olhos se encherem de lágrimas enquanto pensava na visão que tivera quando fora atacada por Maurice e, na enorme saudades que sentira de seu marido e da filha Jude.
"Não se desculpe Lorraine." Ele pediu, tentando acalmá-la, mas sua voz acabou saindo um pouco alta por causa da preocupação, fazendo soar uma desaprovação e por isso, ele envolveu seus braços ao redor dela e a mulher enterrou o rosto em seu peito, sentindo seu amor e perfume da qual sentira falta naqueles oito dias em que estivera batalhando com a visão que tivera.
"Só não faça mais isso, sei que você precisava lidar com o que você viu, mas não quero te ver sofrendo assim, isso me preocupou."
Lorraine concordou com a cabeça, sentindo as lagrimas caírem e Ed massageou suas costas com uma mão, enquanto a outra fazia carinho em sua orelha.
"Lorraine, olhe para mim amor." Quando ela ergueu a cabeça, viu todo o amor e preocupação dele em seus olhos cinzentos e ele então enxugou suas lágrimas e seu rosto que estava sério, se suavizou e ele disse: "Eu te amo Lorraine, mais do que minha vida."
"E eu você, Ed. Eu não quero me separar nunca mais de você, eu preciso de você." Ela murmurou fitando-o e Ed disse suavemente:
"E você me tem, para sempre amor. Lembra dos nossos votos de casamento? O que Deus uniu, homem nenhum separa e, no nosso caso, espíritos malignos."
"Obrigada..." Lorraine disse, erguendo os braços e os envolvendo ao redor do pescoço dele e subindo na meia ponta para poder fitá-lo melhor, enquanto abria um lindo sorriso para ele.
Ed, sentindo o sorriso dela acalmar seu coração, abaixou sua cabeça, beijando os lábios dela gentilmente. Os dois suspiraram, enquanto os lábios de Lorraine moviam-se sob os dele, correspondendo ao beijo, antes de ele partir os lábios dela com sua língua, enquanto sua mão que estava em suas costas aproximava-a mais para si, sentindo o calor do corpo dela por cima do robe e ela acariciou os cabelos da nuca dele.
Quando se separaram para respirar, Lorraine se apoiou nele, sentindo-se tonta e Ed a segurou pela cintura, afastando os cabelos de sua testa para vê-la melhor e disse, preocupado:
"Você precisa se alimentar amor, você ficou todos esses dias sem comer e esta fraca."
"Eu não acho que meu estômago vai segurar algo agora." Ela respondeu, respirando fundo enquanto ele massageava suas costas e então, sorriu timidamente: "Você se importaria de deitar um pouco comigo?"
"É tudo o que eu mais quero. Poder te segurar nos meus braços." Ele respondeu, guiando-a para dentro do quarto e afastando o edredom da cama para ela, enquanto Lorraine retirava o robe e então, ele disse de forma carinhosa, mas que não dava espaço para questionar:
"Deite-se um pouco, vou preparar um chá com torradas para o seu estômago e então, a gente descansa."
Ele beijou a testa de Lorraine, que se sentou na cama, sorrindo diante do carinho e cuidado do marido e, vinte minutos depois, ele voltou com uma xícara de chá e torradas para ela, sentando-se na cama também e a ajeitando para que ela ficasse com as costas apoiadas em seu peito, enquanto ela tomava o chá.
Lorraine envolveu a xícara de chá com as duas mãos, aquecendo-as, enquanto relaxava suas costas no peito de Ed, que tinha as mãos descansando sob a barriga dela, acariciando-a enquanto lhe observava beber o chá, que o tomava de forma serena e ele sorriu, sabendo que tudo iria ficar bem.
"Um dia, você vai me contar o que viu naquele dia?" Ele perguntou, beijando seus cabelos e Lorraine depositou a xícara sobre o criado-mudo, sentindo seu estômago melhor e ela virou a cabeça, fitando-o, mais relaxada com relação ao que vira, após o que Ed lhe dissera e beijou seus lábios, dizendo:
"Um dia, quando for necessário. Agora, tudo o que eu quero, é ficar nos braços do meu marido."
"O seu desejo é uma ordem." Ele brincou, mas sua voz era amorosa, enquanto deitava-se com ela, suas costas sob o colchão enquanto ela ficava sob seu peito, apoiando uma mão sob a cama para poder beijá-lo.
Ed corria uma mão sob a coxa dela, massageando-a e causando arrepios na mulher, antes de ir subindo lentamente até suas costas por baixo da camisola e lateral do seio, sentindo seu corpo enrijecer em contato com o dela, enquanto Lorraine suspirava, acariciando o peito dele com sua mão livre, apoiando uma perna entre as dele e sentindo o beijo ficar mais exigente.
Quebrando o beijo, sem fôlego, Ed trouxe a cabeça dela para seu braço esquerdo, deixando-a usar como travesseiro, enquanto os cobria e Lorraine apoiou uma mão sob seu peito, sentindo suas batidas do coração e ele depositou a sua sob a dela, entrelaçando seus dedos. Ed então beijou sua testa antes de ela adormecer e disse:
"Eu te amo Lorraine."
"Eu também te amo, Ed."
VOCÊ ESTÁ LENDO
Eu preciso de você
ParanormalPré IDM1. Ed e Lorraine finalmente conversam após ela passar oito dias trancada no quarto.