Minha Volta a Tokyo

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Andejava calmamente enquanto ouvia a música tunchi do Dj Oliver Francis em meus fones de ouvido, e com passos lentos segui meio sem rumo pelo aeroporto de Tokyo a procura de meu tio. com meus cabelos rebeldes de coloração branca que formam uma franja em mimha testa, minha camisa do AC/DC, meu jeans escuro, meu casaco preto da Nike, meus tênis all star e minhas malas de viagem; eu seguia e pensava para mim mesmo:

-Como vim parar aqui? - Derrepente tive um pequeno flashback passando em minha cabeça me fazendo lembrar da cena em que eu pisava na cabeça de um garoto no chão enquanto outros dois choravam no chão, e falei baixinho

-Lembr...- fui interrompido pelo grito de um homem

-Haruhiro! -Rapidamente direcionei o olhar para o local de onde a voz vinha e vi um homem de meia idade com uma estatura mediana, devia ter uns 1,68 de altura, cabelos de coloração branca amarrado em rabo de cavalo, tinha olhos pretos e não apresentava nem uma barba, usava um suéter preto por cima de uma camisa social branca ambos com as mangas levantadas até a altura do cotovelo, usava calças e sapatos sócias; e logo o reconheci como meu tio, hamatsu Kenichi, ou como eu chamava:

-Tio ham! - disse tirando os fones do ouvido e os guardando no bolso do casaco.

  Andei até sua direção e ao me aproximar fui recebido com um forte e caloroso abraço que retribui de forma alegre logo após ele se afastou e colocou a mão no meu ombro

-Quanto tempo em? -disse tio ham com um grande sorriso amigável aberto -você cresceu desde a última vez

-Pois é tio -respondi também abrindo um sorriso amigável

-Me falaram o motivo de você ter vindo pra cá -falou ele mudando de afeição para uma coisa mais séria

-Abaixei a cabeça meio desajeitado

-Você mandou três garotos pro hospital?

-S-sim...

-Por que fez isso?

-Eles estavam batendo em um amigo meu por ele ser mais baixo e gordinho que os outros -cerrei os punhos- aquilo me encheu de raiva e quando me dei conta eu já estava em cima de um dos garotos batendo na cara dele com socos

-Bom, ver um amigo apanhando não é nada agradável, mas isso não te dá o direito de bater nos outros - ele me olhou nos olhos e disse - violência nunca é a resposta

-É eu sei Tio...

- Ora vamos, também não precisa ficar triste - disse ele voltando a sorrir amigavelmente- o que aconteceu já está no passado não dá pra mudar, agora vamos levar essas malas para o carro

  Peguei uma das malas com rodinhas e a minha mochila nas costas enquanto o tio ham levava o carrinho com as outras malas, assim seguimos até seu carro, um Focus 2016 de cor branca, colocamos as malas de viagem na mala do carro logo em seguida sentei no banco de passageiro já colocando o cinto de segurança (segurança sempre em primeiro lugar) enquanto meu tio sentava no banco de motorista colocava o sinto de segurança e dava partida no carro seguindo rumo a sua casa pelas ruas da, movimentada, Tokyo.

  Fui o caminho interio calado, relembrando os acontecimentos que me levaram até ali, lembrei de todas as minhas brigas nas escolas em que passei durante esses últimos dois anos e em quantas vezes tive que trocar de escola( 9 ) e até mesmo de  país ( duas contando com essa ) por simplesmente me deixar levar por minha raiva; e lembrei das palavras que meu tio tinha me dito no aeroporto: "a violência nunca é a resposta" porra como aquilo pesou na minha consciência. Tentei inventar motivos pra tudo aquilo como: não conviver, diretamente, com a minha mãe durante todos esses anos ou até mesmo ser culpa do meu temperamento de cabeça quente e que explode por qualquer coisa, mas a realidade era que tudo o que tinha acontecido era simplesmente por eu não conseguir ficar longe de encrenca e sempre ter gostado de me envolver com brigas. Após refletir sobre isso resolvi que ia evitar ao máximo me envolver em encrencas na minha nova escola.
Quando notei já estávamos a frente casa do meu tio.

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