Otherside // Teen Wolf {Hiatus}

Cinco - Layla, símbolos e um hotel com cheiro de esgoto.

Paralisada. Poderia ser o termo certo para ser usado naquele momento, não sei o que mais me assustava, o fato de Elliot ter me encontrado ou que talvez eu não sobreviva até meus dezoito anos, já que eu seria morta antes de tal ato.
Elliot me fuzilava, não sei ao certo se aquilo era real, só simplesmente não conseguia me mover ou dizer nada.

-Julie, Julie, Juliet! - Scott balançava meus ombros e sussurrava meu nome, eu saí do transe. Olhei assustada para as duas figuras na minha frente, a sala inteira estava a me observar como fosse uma louca.

-O que aconteceu Scott?

-O que aconteceu? Você simplesmente pirou sua louca! Começou a escrever coisas no seu caderno, desenhos sem nexo algum e ainda por cima não parava de gritar pelo nome do Elliot. - Stiles respirou fundo antes de me responder, ele está ansioso e nervoso, como se soubesse que aquilo não era sinal de boa coisa. Pelo menos Elliot não estava mesmo aqui e era tudo coisa da minha cabeça.

-Senhorita Paxton, gostaria de tomar um ar? Não aparenta estar muito bem. -Meu professor de história, Sr.Griffiths, se levanta da sua cadeira e se aproxima de mim, leva sua mão até minha testa checando minha temperatura. Então alí tão perto de mim consigo analisar sua fisionomia, seu cabelo cacheado e longo, sua estatura alta e seu cavanhaque perfeito. Sr.Griffiths pode ser meu professor, porém não posso negar que o mesmo é lindo e jovem para estar aqui, lecionando.

-Stiles e Scott são seus amigos certo? -Concordo com a cabeça lentamente - Então pedirei que eles levem você para a enfermaria da escola, poderiam fazer isso? -Sr.Griffiths aponta com a sua cabeça para os dois com um olhar cúmplice, então sinto os braços de Scott me envolverem e eu ficar em seu colo, por conta do meu estado febril acabo não ligando para a nossa aproximação.

-Por que eu sinto que esse professor tem alguma cumplicidade com vocês? - Sussuro quase dormindo, não sei o quê há comigo, mas sei que nesse momento eu só queria uma cama.

-Porque de fato ele têm. Vamos dizer que... Bom, o professor Griffiths sabe sobre o nosso mundo sobrenatural. -Scott sussurrava no meu ouvido para que só eu ouvisse. Então quer dizer que meu novo professor sabe sobre o mundo horrendo em que vivo?

Os armários do colégio passam como um borrão em minha visão, está tudo rodando e há uma grande probabilidade de eu vomitar em cima de Scott. Stiles mantém uma distância segura de nós, e até chegarmos a enfermaria ele não diz uma palavra sequer, o que no meu ponto de vista é algo estranho da parte de Stiles.
Scott me põe gentilmente na maca e me diz para não me mexer, logo a enfermeira iria chegar.

-Está realmente tudo bem com você Juliet? Sabe você nós assustou, começou a gritar e... -Scott deixou a frase no ar, mandou um olhar discreto para Stiles que, negou a cabeça sorrateiramente.

-O que vocês estão escondendo de mim? - McCall mexe os ombros de forma descontraída, e por sinais, vejo que Stiles murmura algo como "Se ela souber por outras bocas será pior".

-Está vendo isso? - Scott tira do seu bolso um papel todo amassado, com flores nos quatro cantos da folha, é uma folha do meu caderno. Ele me mostra alguns símbolos iguais desenhados alí, com traços fortes e mesmo sendo algo aparentemente inofensivo, me trazia uma sensação ruim. - Você o desenhou, enquanto estava no seu transe. Esse símbolo vêm do latim, que significa a morte, ou algo vinculado à isso. Antigamente em meados do século IV, os povos da idade média realizavam rituais em seus feudos, o feudo era um terreno ou propriedade que o senhor feudal, nobre, concedia a outro nobre, vassalo. Durante esses rituais, os seguidores louvavam aos deuses da morte, como o Mictlantecuhtli, Thanatos, Ankou e Masaw, e todos que seguiam a religião eram obrigados a desenhar com sangue em sua testa esse símbolo durante os rituais. A religião não era comum na época, os seguidores eram a minoria da população, mesmo assim há registros em bibliotecas locais na Roma, e até enciclopédias de todos os deuses da morte.