Só mais um dia

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Estou deitado na cama olhando o teto, sei que logo o despertador tocará e terei que levantar, mas minha cama me segura, me confortando pelo horrível término, olho para o relógio e observo o ponteiro se mover lentamente, até que durmo.
Minha mãe sobe as escadas correndo e me balança me chamando braba, ela fala rápido em francês sem ao menos se lembrar que não entendo uma só palavra, ela grita alto:
- Soulever ce lit Bruno Persée Silva , vous serez en retard en classe -quando ela percebe que não entendi nada, ela aponta para o relógio que marca que são 7:45.
Quando vejo o horário saio correndo pro banheiro, lavo o rosto e arrumo o cabelo, volto pro quarto e minha mãe não está mais lá, vou colocando a roupa e quando estou colocando a calça, acabo caindo no chão. Minha mãe grita:
- Você está bem?
- Estou -grito de volta
Desço para a sala e ela sorri pra mim como quem diz Finalmente soube como se vestir, sento e tomo o café correndo, meu pai me leva de carro, saio correndo em direção a sala, quando chego na perto e tropeço em meus próprios pés e caio abrindo a porta, todos me observam caído no chão e eu coro. Vejo o professor vir até mim e me levantar, ele pergunta:
- Você está bem?
- Estou -arrumo minha roupa- Professor novo?
- Substituto, sente-se rápido. Vou começar a passar no quadro.
Quando bate para o intervalo, eu e Victória vamos para o pátio conversando sobre a aula, Victória como sempre, fala de como o professor é bonito e sexy, apenas digo aham sem notar muito o que ela diz.
- Como está sendo o término? -ela pergunta
- Hã? Término? Ata, estou bem, não precisa se preocupar. Acho que nunca gostei de verdade dela. -respondo observando seus olhos verdes que logo detectam que estou falando a verdade
- Ainda bem, pois ela já está se esfregando em outro. Dessa vez é o aluno novo, Marcelo Henrique... Coitado, não deve saber nem o que fazer
Nós dois começamos a rir e continuamos caminhando, quando olho pra frente esbarro em um garoto e caio no chão. Victória me olha rindo e diz:
- Você é azarado hein
Pego meu telefone e quando vou levantar vejo sua mão estendida, seguro sua mão e ele me puxa.
- Você é o Bruno? Mandaram eu te procurar, tem umas pessoas querendo falar com você... -ele diz bem calmo e sereno
- Sou, tem certeza que é pra mim? Meus pais não iriam vir aqui. -falo observando ele- Você sabe quem é?
- Deve ser algo haver com a bolsa de estudos e um lugar nos EUA. É engraçado que você foi o único selecionado. Vem comigo, eu te levo até eles.
Sigo ele até que entramos em uma sala, vejo que não tem ninguém e digo:
- Eles devem ter saído. É essa sala mesmo?
Olho em volta mas ele sumiu, quando viro, o garoto está parado do outro lado da sala. Ele está me olhando quando falar devagar:
- Você não tem cara de ameaça. Pra mim você só é um humano fraco e inútil. Não sei por que querem você.
- Quem me quer?
- Tão inocente -ele dá uma gargalhada que me faz recuar e então me observa com suas presas a mostra- Você não devia ter se metido no meu mundo...
Ele corre pra cima de mim e por reflexo eu desvio, ele me dá um soco, mas pego sua mão, passo por cima do meu ombro, jogo o peso de seu corpo sobre o meu e o jogo no chão. Olho pra ele e digo:
- O que você é?
Ele sorri e quando vai se levantar um homem entra na sala e atira em sua cabeça uma faca, a faca pega na testa do garoto que o faz gritar e explodir em cinzas. Olho para aquele homem e pergunto:
- Quem é você?
Ele me olha com seus intensos olhos negros e diz:
- Seu salvador

Amor SombrioOnde histórias criam vida. Descubra agora