Prova de Fogo

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  Ficamos em silêncio escutando o barulho de cima do carro, mas o barulho para. Miguel olha pra mim e diz:
- Deve ter sido um pedaço de galho.
Quando ele termina de falar, algo puxa ele parar fora do carro, me assusto e seguro as pernas dele quando ouço alguém falar:
- Você irá proteger esse mestiço? Ele desgraçou nossa linhagem. Ele é uma aberração. Nunca será parte da família.
Escuto Miguel falando:
- Ele não é um mestiço. É mais da família do que você -ele fala alto pra mim ouvir- Dirija Bruno... Tem um caminhão na nossa frente
Quando olho pra frente vejo que vamos bater, pego o volante ainda segurando as pernas de Miguel.
- Calma, vou te tirar dessa
- Nós vamos bater, vai logo
  Fico olhando pro caminhão, quando vejo que vamos bater viro pro lado e o caminhão bate apenas no homem que estava puxando o Miguel. Coloco o cinto nele e o carro vira, descendo morro abaixo, fico desnorteado, vejo Miguel correr em minha direção, ele me pega no colo e vai me levando pra cima, fico olhando tudo em volta sem conseguir ver o que é o que, sinto minha visão ficar mais embaralhada e desmaio.
  Quando acordo estou amarrado, olho em volta e vejo que estou preso em uma coluna, acima da coluna há vários buracos no teto e consigo ver corpos lá em cima. Começo a puxar as cordas e sinto minhas mãos doerem. Vejo a porta se mexer e observo a porta, um homem alto e forte entra pela porta, ele sorri pra mim e fala alto:
- Vejam só... O Miguel trouxe nosso lanche
Ele vem em minha direção e me puxa arrancando todas as cordas e machucando minhas mãos e barriga, respiro ofegante pelas cordas terem me apertado. Ele sorri e fala:
- Você não vai morrer agora... A Rainha quer te ver... Você é o primeiro humano que o Miguel traz pra nós
Escuto ele rir e observo em volta, vejo um ferro pontiagudo na porta e digo:
- Essa "Rainha" não deve ser de nada... Me leve lá que eu mesmo mato ela...
Ele grita:
- Como ousa falar assim de minha Rainha? Você estará perdido nas mãos dela
Ele vai me levando em direção a porta, eu puxo aquele ferro e enfio em suas costas, ele me deixa cair, eu levanto e corto sua cabeça, quando vejo o corpo daquele enorme homem no chão eu me desespero pois sei que virão mais.
  Estou caminhando pelos corredores escuros com um ferro em mãos, vejo mais dois caminhando, me preparo e chuto um e enfio o ferro no peito do outro, olho em volta e o que estava no chão havia sumido. Fico olhando em volta e não o vejo, quando de repente ele cai em cima de mim, pega o ferro e joga longe, mostra seus dentes afiados e morde meu pescoço, começo a me debater e me lembro da arma que Miguel me deu, coloco em seu peito e atiro, ele começa a gritar e se desfaz em cinzas. Sorrio e quando vou seguir em frente algo acerta minha cabeça e novamente estou desacordado.

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