Domingo era o dia mais estressante para todas as escuderias presentes na Fórmula 1. Era o dia de corrida. E aquela, era a pior de todas, por ser a primeira corrida do ano. O circuito do Bahrein não era uma preocupação dos pilotos, por ser uma pista relativamente fácil de pilotar, mas sim quem ganharia e sairia na frente do campeonato mundial. Ainda restava um ano inteiro pela frente. Um ano que todos sabiam que iria ser árduo para pilotos e equipes, pelas novas regras impostas pelos dirigentes.
E para variar estavam ali, novamente, os rivais Christopher Bergman e Álvaro Guzman. Os melhores pilotos atuais do grid da Fórmula 1. Todos os últimos anos eram semelhantes, Christopher Bergman e Álvaro Guzman brigando pelo título até a última curva, disputando espaço com mais dezoito pilotos.
Entretanto, os resultados eram iguais nos últimos anos. Christopher vencia o campeonato, deixando o rival como vice-líder.
Duas escuderias rivais e consequentemente os pilotos também, era o que fazia a felicidade dos fiéis fãs do mundo das corridas. O mundo da Fórmula 1.
— Christopher! — gritou pelo piloto que conversava com o chefe da escuderia perto de seu carro.
Robert era o engenheiro da escuderia e um dos amigos e conselheiros de Christopher, foi também o engenheiro do pai de Christopher, Carlo Bergman. Viu Christopher crescer e desde que ele era apenas uma criança sempre falou que seria um ídolo nas pistas. E viu tudo se tornar real, com ele sendo um dos melhores pilotos da atualidade.
— Diritto indietro, licenza — falou em italiano com o diretor da escuderia, seu chefe.
O homem bateu no ombro de Christopher falando "Boa sorte" e saiu para conversar com o diretor de marketing. Christopher foi até Robert que estava sentado em frente a um computador, olhando dados da telemetria do último treino.
— E então, como ele está? — olhou curioso para Christopher, perguntando sobre o chefe. O piloto sorriu e estalou os dedos.
— Bem ansioso — balançou a cabeça negativamente e Robert riu do amigo, lhe dando um tapinha no ombro.
— Todos estão. É a primeira corrida do ano e estamos incertos com o carro. Você tem que ser perfeito — ao ouvir aquilo, Christopher respirou fundo, sabendo que a cada ano, as coisas pioravam para cima dele.
Era cobrado pela perfeição nas pistas, pela perfeição como pessoa, como ídolo pelos seus fãs. Era sempre da mesma maneira, com cobranças em cima de mais cobranças. Sentia saudades dos tempos em que correr se resumia a ele, um kart e o asfalto.
— Robert, será que você consegue parar de me pressionar um minutinho? — perguntou e então revirou os olhos. Um pouco de piedade viria a calhar. Ninguém via o quanto era difícil ter que lidar com a pressão do chefe, dos mecânicos, dos engenheiros, do seu país que estava torcendo por ele e de sua família.
— Está bem garoto vou ficar quieto. Mas, quero que saiba que eu, toda a equipe e boa parte daquela multidão lá fora estamos aqui para ver você sendo quem você é. O nosso campeão — deu outro tapinha animador nas costas dele.
— Obrigado — encarou a tela do computador, conferindo as parciais de todo o treino do dia anterior. No dia anterior, tinha conquistado a pole position. E para variar largaria com Álvaro Guzman ao seu lado.
Sentiu uma mão tocando seu ombro e ao olhar para trás lá estava seu pai, seu eterno campeão. Aquele homem era o verdadeiro motivo de estar ali, tricampeão do mundo e iniciando outro campeonato. Desde que era um menino, via seu pai dentro das pistas, sendo campeão de Fórmula 1 e fazendo a alegria dos fãs de automobilismo de todo o mundo. Era um mundo fascinante e que ele aprendeu desde cedo a fazer parte e sem dúvidas alguma, era o que queria ser para o resto de sua vida.
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Você: Saga Velocidade - Livro 1 [DEGUSTAÇÃO]
RomanceDISPONÍVEL NA AMAZON amzn.to/32VM1T2 Se tem algo que Antonela Castillo desgosta do fundo de seu coração, isso se chama corrida de carros. Seus traumas do passado a faziam desprezar qualquer ligação com esse mundo, o que seria normal, se não tivesse...