Prólogo

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Dedicado à
Fernando Júlio Andrade 🌟

Observo atentamente a boate enquanto sou arrastada para o aglomerado de pessoas frente à frente com a banda, que tocava na área central do salão, sem palco. A música não era aquele rock n' roll batido que só agradava um grupo seleto de pessoas, mas sim, um som feito para as pessoas curtirem, rirem, dançarem e, claro, fazerem as adoradas rodas puncks.
Segurando minha mão e se desvencilhando de tudo e todos que estavam no caminho estava Malvina, que só me soltou ao chegarmos o mais perto possível da banda que terminava a passagem de som para começar a tocar de verdade. Com um sorriso digno de coringa o irmão de Malvina, Lucas, veio nos cumprimentar.
-Achei que não fossem vir - ele disse, fixando seus olhos acinzentados encobertos pelos cabelos loiros em nós duas.
-Você realmente achou que eu perderia o show do meu irmão mais velho? Não aturei seus primeiros ensaios enlouquecedores atoa. - Malvina respondeu, sorrindo de volta.
E não existia adjetivo mais correto que enouquecedor, mesmo sendo há muito tempo eu ainda me recordava de como a casa de MaLucas (como havia sido carinhosamente apelidado pelos irmãos) ficava nos ensaios.
Para início, Malvina tinha 15 e Lucas 18 quando começaram a morar juntos e Lucas instalou o acústico no porão para a banda tocar desde o início da experiência. Meus pais e os pais deles eram vizinhos, então crescemos juntos, e quando os pais deles surtaram e foram fazer uma viagem internacional e resolveram ficar por Los Angeles os filhos resolveram ficar e arriscar a vida solitária. A partir desse dia não deixava de ir em "MaLucas" nem por um dia. Então, quando a banda surgiu lá estava eu, escutando os ensaios que iam até a madrugada e ajudando a Malvina em tudo que pudesse.
E assim fomos nos tornando uma grande família feliz, e a banda foi tomando forma. Lucas desafinava no vocal e ficou impecável, Leo que no início mal marcava na percussão, fazia viradas categoricamente, Fernando que foi o único que entrou na banda incendiando na guitarra, se aperfeiçoou e surpreendeu a todos e, por último, Nicolas (Nick) o caçula aprendeu a tocar baixo com Lucas e acabou ficando melhor que o próprio. Cada um deles surgindo de um curso distinto da faculdade e se unindo por amar música e garotas (sempre tem o lance das garotas).
Saí do meu breve devaneio quando ouvi o som inicial da guitarra ressoar por todo o local, o show havia começado.


O bateristaOnde histórias criam vida. Descubra agora