Capítulo 15

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Quando enfim terminamos de arrumar toda a cozinha, pego as chaves do carro de Arthur, abro o porta malas, pego a sexta que lá estava e a trago para a mesa.

- Amor, se incomoda de arrumar a mesa sozinha? Preciso de um banho - falou ele.
- Não, está tudo bem, pode ir - felei enquanto tirava as comidas de dentro da sexta, ele vem até mim, deposita um beijo em minha testa e sobe as escadas.

Termino de arrumar a mesa e o vejo descer as escadas apenas de short jeans.

- Então, o que achou? - perguntei me referindo a mesa, que havia acabado de arrumar.
- Não podia estar mais bonita - falou sentando de frente a mim.
- Vamos dormir aqui? - perguntei enquanto nos serviamos.
- Você quer voltar? - perguntou ele, neguei com a cabeça.
- Mas, creio que Alicia não irá gostar nem um pouco - falei.
- Não fale isso, ela te ama. E sabe que você está ao lado de uma pessoa que te ama muito - falou.
- Você tem razão, está tudo tão perfeito - falei segurando sua mão.
- Não se preocupe com nada, hoje o dia é nosso. Ninguém vai nos atrapalhar - beijou minha mão e então começou a comer sua comida.

[...]

- Não gosto muito de filmes de terror - felei, morta de medo, ao lado de Arthur no sofá.
- Calma, não tem que ter medo, nada disso é real - falou rindo da minha cara.
- Não tem graça - falei brava.
- Tem sim - falou ainda rindo - você fica linda assustada - continuou rindo.
- Estou cansada - falei tirando toda a sua atenção do filme.
- Quer dormir? - perguntou e eu confirmei que sim, e então ele fala - vamos subir.

Subimos as escadas e ele abre a porta do quarto principal. Pega alguns lençóis e coloca sobre a cama. Me deito e ele faz o mesmo ficando de frente a mim.

Ficamos um bom tempo nos olhando sem palavra alguma sair de nossas bocas até Arthur se pronunciar.

- Anne... Er... Sobre meu pai...
- Não precisa me contar se quiser - falei acariciando seu rosto.
- Eu... Eu preciso contar - começou.
- Tudo bem, mas se não se sentir bem por favor pare - falei, ele confirmou com a cabeça e começou.
- Eu não entendia o motivo pelo qual ele se tornara aquele homem desprezível, até que um dia eu o confrontei e explodi, falei tudo o que estava entalado na garganta, queria uma resposta. O que eu o fiz para me tratar feito um nada? Mas sabe o que ele fez? Você tem odeia do que ele fez comigo Anne? - apenas fiz que não com a cabeça e ele continuou - Ele me agrediu. Me bateu tanto que desmaiei - começou a chorar novamente - quando acordei estava no quarto com minha mãe sentada do meu lado, aos prantos - nesse momento ele já soluçava de tanto chorar - fiquei quase uma semana inteira me recuperando da surra que havia levado por pedir explicações ao meu próprio pai, ele deixou de me amar, fingiu que eu não existia, eu não suportei entende? Eu tinha que pedir um minimo de explicações, afinal nada eu o tinha feito. A partir desse dia, ele desapareceu. Nunca mais ouvi falar dele. Não sei nem ao certo se ainda está vivo - ele não conseguiu pronunciar mais nenhuma palavra. Estava com as duas mãos em seu rosto escondendo seu choro inacabável. Tratei de levantar da cama e me dirijo ao outro lado onde ele estava deitado, me deitei de frente a suas costas e o abraçei, um abraço forte o qual eu sabia que ele precisava.
- Eu estou aqui - falei em seu ouvido - e eu te amo muito, nunca te abandonaria - ele não respondeu, não esperava que respondesse, afinal seu choro não tinha fim, continuei o abraçando até que percebi ele adormecer e logo me deixei levar pelo sono...

Ela Só Queria Um Conto De Fadas 2 (O Reencontro)Onde histórias criam vida. Descubra agora