Capítulo 14

5 2 0
                                    

- O que achou? - perguntou estendendo a mão para que eu descesse do carro.
- É lindo - falei, com um certo brilho em meus olhos.
- Eu falei que você iria adorar - sorriu para mim - ele pertence ao meu pai, ou pertencia... Não sei te dizer ao certo, sempre vinhamos aqui quando ele era casado com a mamãe - completou, agora um pouco triste por ter recordado os bons momentos que tivera ao lado do pai, que hoje se tornou apenas mais um pai ausente.
- Hey, não fique triste, eu estou aqui - falei erguendo sua cabeça.

Ele me da um meio sorriso, e me puxa para dentro do chalé.

- Éramos felizes - contou enquanto sentava ao sofá. Tratei de segui-lo e sentei ao seu lado.
- Quer me contar? Talvez você se sinta melhor - argumentei. Ele acena a cabeça que sim e logo começa a falar.
- Não sei como acabou tão rápido, éramos a família perfeita. Eu o amava muito, ele era meu herói. Mas... Não sei como, ele mudou de repente, se tornou um homem grosseiro, não me tratava mais como um filho, eu passei a ser um desconhecido para ele. A mamãe? Ah, nem se fala, ela com certeza foi a que mais sofreu com isso. Ela via o quão triste eu estava, e tentava conversar com ele para saber o motivo pelo qual havia mudado, mas ele, sabe o que ele fazia com a minha mãe Anne? - neguei com a cabeça e ele continuou - ele a maltratava, e ela aguentava tudo calada para não me ver sofrer mais - ele não continuou, as lágrimas se formaram e lá estava ele, chorando como uma criança.
- Por favor - o abracei -  não chore, você não teve culpa alguma - ele me envolve com seus braços e chora por mais alguns minutos...

∆∆∆


- Ah não, isso está muito errado - falava Arthur entre risos, enquanto tentávamos fazer panquecas e acabamos sujando toda a cozinha e até a nós mesmos.
- Eu falei que não daria certo - falei limpando a farinha que havia espirrado em minha blusa.
- Você está linda com toda essa farinha - falou se aproximando com aquele sorriso que sabia me desconcertar por inteira.
- Não estou não, pareço o monstro da neve - falei rindo.
- O meu monstro da neve - sorriu e me beijou - suba e tome um banho, eu trouxe uma sexta de piquenique, no caso de isso acontecer - apontou para a cozinha e sorriu.
- Está bem, mas me espere para limpar a cozinha junto com você está bem? - ele concordou e então eu subi ao quarto e entrei ao banheiro.

Tomei um banho não muito demorado, afinal não queria o deixar esperando. Ao sair do banheiro percebi que não havia trazido roupa alguma para vestir, encarei o guarda roupas que havia em minha frente e ao abrir só o que encontrei foi camisas e calças sócias masculinas. Com certeza não seriam de Arthur e sim de seu pai. Sem mais opções, peguei a maior que havia e me vesti, não ficou muito curta, mas sim em cima dos joelhos. Me penteei e desci ao seu encontro.

- Minha nossa! - falou ao me ver - está ainda mais linda.
- Era a melhor opção que me restou - falei.
- E qual seria a segunda opção? - perguntou sorrindo.
- Não tem segunda opção - sorri para ele - era essa ou ficar sem roupas.
- Sabe que não seria uma má ideia essa segunda opção - falou se aproximando.
- Arthur! - o repreendi.
- É só brincadeira amor - falou me dando um selinho - não precisa ficar vermelha - nessa hora minhas bochechas estavam ardendo de tanta vergonha, e só o que ele fazia era rir da situação.
- Não tem graça - falei escondendo o rosto - vem, vamos arrumar essa bagunça - o puxei até a pia.

Ela Só Queria Um Conto De Fadas 2 (O Reencontro)Onde histórias criam vida. Descubra agora