Maria Das Dores

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Nome: Maria das Dores Pereira
Idade: 29 anos
Status: Suspeita

Seis horas antes do trágico evento que mudaria tudo, Maria das Dores se encontrava em um dos corredores da Medeiros Corp, de joelhos, esfregando o chão com um pano úmido. O odor de produtos de limpeza misturado ao suor da sua labuta diária a envolvia em uma rotina exaustiva. O dia já era difícil, mas ela estava determinada a fazer seu trabalho da melhor forma possível, mesmo sabendo que o ambiente de trabalho era hostil e repleto de desdém.

Enquanto Maria concentrava-se em sua tarefa, a porta da sala do senhor Élio se abriu com um estrondo, e ele saiu em um estado de fúria, gritando para ninguém em particular. Seus gritos reverberavam pelo corredor, e a tensão no ar era palpável. De repente, como se o mundo estivesse conspirando contra ela, ele se aproximou e, em um ataque de raiva, chutou o balde de água suja em sua direção, molhando-a da cabeça aos pés.

"AI, SENHOR! POR QUE FEZ ISSO?" Maria gritou, a surpresa e a indignação misturando-se em suas palavras enquanto as lágrimas começavam a escorregar pelo seu rosto.

"Porque você merece, sua imunda! Suja!" Élio respondeu, sua voz carregada de desprezo, acompanhado de uma risada cruel que ecoou na sua mente como uma maldição.

"NINGUÉM MERECE ISSO! VOU EMBORA!" Maria exclamou, os soluços a dominando enquanto ela tentava se limpar. A humilhação era insuportável, e ela sentiu uma onda de desespero a invadir.

"VAI LOGO, IMUNDA!" Ele gritou, como se a presença dela fosse um fardo que precisava ser expelido.

Horas se passaram, e a tensão acumulada no escritório parecia palpável. Quando a energia do prédio falhou, mergulhando tudo em um breu absoluto, Maria estava na sala de limpeza, com o coração acelerado. O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Então, o eco de um disparo cortou a escuridão. O som do tiro reverberou em seus ouvidos, e o instinto de sobrevivência a fez se lançar para dentro de um armário de limpeza, o metal frio e duro contra sua pele.O tempo pareceu parar. Maria ficou ali, em um pequeno espaço apertado, ouvindo os ecos de passos apressados e o murmúrio distante de vozes. O medo a envolveu como uma névoa densa. Ela não sabia o que estava acontecendo, mas a certeza de que algo terrível havia acontecido era inegável.

Quando o clima pareceu mais leve, e os sons de gritos e confusão se dissiparam, ela respirou fundo e decidiu que precisava sair. Com cuidado, ela abriu a porta do armário e espiou para o corredor. O silêncio era quase ensurdecedor, mas a sua vontade de se afastar daquele lugar superava seu medo. Maria correu pela saída, deixando para trás o caos que se desenrolava.

No entanto, ao ser chamada para depor, Maria sentia a pressão da acusação pairando sobre ela. "Mesmo com motivos de sobra, eu não matei o senhor Élio Medeiros. Delegado, sou inocente," sussurrou, sua voz trêmula, mas cheia de convicção. O peso da injustiça estava presente em cada palavra, e ela sabia que precisava lutar por sua verdade.

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