Quando chove...

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-Emma entre no carro agora!-grita ela estressada como sempre

-Não eu não vou sair daqui! Do único lugar que me faz lembrar ele!-falo chorando e soluçando

-Vai ser melhor, vamos só esquecer-ela abaixa o tom e se aproxima botando a mão no meu ombro direito

-É isso que quer fazer esquecê-lo!?-tiro as mãos dela dos meus ombros com um tapa

-Emma porfavor, me escuta. Lá tem escolas melhores, casas boas, uma melhor localização...-Ele sai do carro e se aproxima de mim

-Não vocês acham que é o melhor! Que é o melhor para mim? Vocês não sabem-cruzo os braços. O tempo fechado só piora a situação, vai chover.

-Entra no carro... Que... Eu vou falar uma coisa... Que o seu pai me disse uma vez-ela está com os olhos marejados, fala num tom... Não sei explicar... Como se fosse... Importante... Me perdoe pai. Entro no carro, do John, ele sorri para mim como se fosse um "me desculpa" ele fecha a porta, os dois entram minha mãe senta na frente junto com o John. Ele da partida, e começamos a andar.
Enxugo as lágrimas com a Costa da mão, o carro está em um silêncio absurdo, a única coisa que dá para ouvir é o som da chuva, o motor, e alguns barulhos de fora. Cada segundo que passa o céu escurece...

-Uma vez... Seu pai me disse que o sonho dele era, viajar pelo mundo, conhecer todos os países, estados e ilhas... E agora você está tendo a oportunidade de ir para um dos melhores lugares do mundo!-ela começa a falar, com muitas pausas, ela também está sofrendo pela morte do papai. Não respondo nada, sei que... Ele iria concordar com ela... Mas ao contrário do John ele iria tentar entender o meu lado... A minha versão da história.
Apoio a cabeça no vidro do carro, fico observando as gotas de chuva, rapidamente o vidro fica embaçado. A cidade fica muito linda a noite...

...

Depois de umas quatro horas mais ou menos, chegamos na nossa nova casa. Saio do carro, e vejo o meu celular são 21:09 ainda está cedo... O caminhão para logo atrás do carro do John.

-Vem Emma, borá conhecer a nossa nova casa-diz ele abrindo a porta. Entro com a minha mochila.

-Ela é muito espaçosa-digo andando mais para frente.

-Não vai ficar tão grande quando colocarmos os móveis-diz rindo um pouco, mas eu não consigo abrir um sorriso, nem para disfarçar a minha tristeza...

-Onde vai ser o meu quarto?-digo, um pouco baixo. Ele coloca a caixa com as coisas do meu quarto perto de mim, logo chega a minha mãe com uma caixa.

-Vai ser lá em cima, sobe a escada, é logo à primeira porta-responde ele, olhando para escada.

-Quer que eu...-já sei o que ela vai dizer, pego a caixa e levo para o meu quarto. Ele é grande, tem uma janela, a minha penteadeira, e uma cama.

-Como essa cama veio parar aqui?-digo apertando ela para ver se é confortável, é macia...

-Pedi para trazerem mais cedo as camas, os guarda-roupas, e a sua penteadeira-me assusto quando vejo John na porta do meu quarto. Eu não respondo nada. Eu gosto do John, mais as vezes ele tenta substituir o meu pai, coisa que nunca vai acontecer, abro a caixa e começo a botar meu perfumes, escova, e por ultimo a foto minha e do papai, sorrio quando a vejo. Ouço a porta fechar... Ele já foi embora–alívio–
Me deito na cama, e fecho os olhos...

-Amanhã é um novo dia...

EmmaOnde histórias criam vida. Descubra agora